0.1. O novato, Yoongi cheio de hormônios e o meio metro bravinho

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Seul, capital da Coreia do Sul; 06h35min da manhã.

Jeon Jeongguk

— Ainda está dormindo, garoto?! Abra estes olhos e não dê prejuízo aos outros. Você quer morrer?! — Arregalei os olhos quando o carro freou de maneira brusca e eu pude ouvir a voz estridente do homem mais velho juntamente à buzina alta de seu veículo. Engoli a seco vendo o carro seguir em alta velocidade na rua e bufei quando a risada do meu pai preencheu o lugar. O Jeon mais velho acordou todo animadinho e super disposto a encher o saco do coitado do filho. Eu mereço. Ou melhor, não mereço.

Ya! As pessoas nesta cidade acordam todas de mau humor assim? — questionei, indignado com a atitude do desconhecido quando atravessei a rua sem prestar atenção.

— Pelo menos elas estão acordadas. — Continuou rindo. — Ande logo, Jeongguk. Tenho certeza que não quer chegar atrasado no seu primeiro dia de aula. — Bufei outra vez e ajeitei a alça da mochila em meu ombro, caminhando até o veículo escuro onde meu pai já se encontrava acomodado no banco do motorista.

— Oh, claro! Estou completamente animado e disposto a ingressar numa escola nova com pessoas que não conheço. — Meu drama matinal começa aqui. — Já disse que odeio o hyung hoje? — questionei, cínico.

Anya, esta foi a primeira vez. — Meu pai sorriu ladino e deu partida com o carro, seguindo pelas ruas pouco movimentadas.

— Eu odeio o hyung.

— Vamos lá, garoto. Dê um desconto ao seu irmão, ele não fez mais do que a obrigação ao passar na universidade. — E era verdade, mas não imaginei que o desgraçado fosse arrastar a família toda para uma Seul grande e tóxica.

— Estou contente, appa. Não consegue enxergar a minha alegria?! — Sorrio sem humor, arrancando outra risada do mais velho.

— Esse draminha todo é porque não vai continuar na mesma escola que seus amigos. — Rolei os olhos. — É seu último ano na escola, apenas aproveite, uh?
O olhei incrédulo.

— Não é só por ter mudado de escola. Saímos de Busan, ou o senhor ainda não percebeu? Vocês já estão acostumados, mas eu passei a minha vida toda numa mesma cidade, sempre com as mesmas pessoas — continuei resmungando — por mais que não causasse efeito algum em meu pai enquanto o homem seguia dirigindo à minha mais nova escola.

— Sinto muito, ok? Me desculpe se foi tudo muito rápido e repentino, mas isso também pode ser uma oportunidade pra você. Oportunidade, esta, que você deve aproveitar.

— Tem razão... — Franzo o cenho, suspirando enquanto olho meu reflexo no espelho que havia ali.

— Tenho?! — Me olhou confuso.

— Aham, reclamar não vai mudar nada. Já estamos aqui mesmo. — Optei por dar de ombros, a merda já estava feita.

Bom, que eu odeio o Jihyun-hyung já está mais do que óbvio. O queridinho dos meus pais havia passado na melhor universidade de Seul com nota máxima e nada mais justo que permitir sua vinda à capital, uh? A minha mãe aceitou e não mediu esforços ao comemorar exasperada dizendo que todos iríamos vir para cá. Coitado de mim que não tive vez e nem ao menos consegui me expressar sobre toda a mudança repentina.

Até o momento, nada me faria pensar que a vinda à Seul me daria alguma vantagem. Muito pelo contrário. Se passaram uma semana desde a mudança e eu não deixava de pensar que seria o mais novo excluído da escola.

Vamos expor os fatos. Terceiro ano do ensino médio. Vocês acham, realmente, que os grupinhos já não estão todos formados? Quem, em sã consciência, escolhe sair de sua escola no último ano, sabendo que estará apto a passar por vários desafios que já havia sido superado no primeiro ano? Ninguém! Só o trouxa aqui. E nem foi uma escolha minha.

Um Terceirão Para Recordar │jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora