2005

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2005.

H.
Era noite de quarta-feira.

A lua chorava toda sua beleza, o vento cantava para quem quisesse ouvi-la, cantigas de amor eram pregadas a plenos pulmões pelos tão apaixonados pela vida.

O céu era, então, seu diário não escrito. Não fotografado. Apenas um diário comunitário.

Ele sorriu, e fez da noite tão feliz e diferente quanto das outras.

Tão nosso, tão grande.

O mundo talvez fosse uma imensidão com começos feios e finais bonitos, era procuras e perdas, pretos e brancos. Era ele e eu.

O estereótipo era esquecido assim como aquele passado borrado, sem cor, e que passava de noites de terror para uma noite de quarta-feira. Mas apenas quando ele sorria.

Louis bobamente chiou um alegre sim.

Eu já disse que era nosso? O mundo era dos corajosos, e no pesar dos fracos... A ignorância era plenamente boa. Não que ele e eu nos contentássemos com ela. Porque com Louis todo o meu pequeno vocabulário se expandia, e o que era medo, se tornava desafio.

Eu disse, então, que namoro era namouro, pois era tão rico quanto ele. Então ele perguntou retórico por quantos anos teria que aturar minha extração de palavras inexistente, mas mal sabe ele que seria por tantos anos. Anos à beça.

A TV quase muda e vazia fazia contraste com todos os dois corações, tão cheios de amor. Rasurados de feridas, mas que buraco nenhum pingava e esvaziava tamanho sentimento.
O mundo era realmente nosso.

Louis pulou no meu colo e eu quis que no abraço ele sentisse que os corações se esmagavam, assim como as bocas se perdiam o que lutávamos contra, mas, bastou uma quarta-feira para mudar o que poderia ser chamado de destino.

Os fogos de artifícios emocionais explodiam pela mão pequena e tão conhecida que corria por mim. Era eu e ele.

E a lua.

O mundo era tão fodidamente nosso.

O céu gravava um (dos tantos) juramento de amor.

Em plena noite quarta-feira.

he&him • larryWhere stories live. Discover now