2009

572 60 23
                                    

2009.

L.


O violino tocava e parecia tanto com o vento que uivou na quarta-feira, mas agora, era tudo mais real.

Era nosso dia. Para o nosso mundo. A transição de um único junto para um abarrotadamente junto, confundidamente junto, ruidosamente junto, não somente o junto.

Era o dia que juntaríamos a baderna, o choro, a alegria (e diz, quem não consegue fundi-los?).
Era dia de casar o mento (como Harry dizia, relacionamento, ento, tudo que seja duradouro com um aspecto de prolongado).

Era um compromisso de chorar noutro tudo de ruim que você tem. Era regar suas dores, perdas, manias, aflições... E deixar a mais bela flor crescer de tantos cuidados.

E ter certeza que deixar ser regado (e regar, também) será a melhor escolha da vida.
Um selo entre o passado, e o futuro, não mais borrado, não mais esquecido, mas partilhado nas piores e melhores noites, juntando as duas pontas da vida.

E, claro, não era somente um selo, mas o nosso sê-lo. Sê-lo tão bom, tão inconsequente... Sê-lo o selo que verdadeiramente sempre quis ser.

Harry estava como eu havia sonhado por tempos.

Será que alguém já sonhou por anos?

Era ir contra todos, tudo, o contraste no meio de protestante... Era insano. Louco.

Era ele, eu, um anel.

Quantos copos de amor se cabem na diferença de dois anos?

Sua mãe, dona Anne, dizia que o mundo estava aberto a todos os tipos de infinidade e que nenhuma infinidade deveria ser subestimada. Porque de todos os in da vida que te limitava poder (ou te tirava deles (ilegal, impróprio, indulgente)) infinito era dentre o mais bonito. E o maior. E o que não te tirava nada além do medo.

E Harry Tomlinson estaria ali para me mostrar que a vida não precisa seguir uma ordem, nem um rumo. E que nada de todo era terrível.

(Isso envolveria muitas brigas, discussões, amassos, esmagos).

Porque era inexplicavelmente irritante o modo em que éramos dois, mas moravam muitos dentro de nós.

Harry disse sim, e wow... Só agora fui perceber que a felicidade minha era nos momentos em que éramos algo. Não o quanto poderíamos ser. Não quanto me desgastava por ele... Mas quando desgastávamos juntos. Sem pressa. Pelo tempo.

Assinei os papéis necessários, praguejando baixinho o quão lindo Harry combinava com Tomlinson.

Assim como eu combinava com ele.

Assim como deveria ser.

he&him • larryWhere stories live. Discover now