doce

quatro

Passei por um bom tempo canalizando sentimentos ruins por você. Fiquei amarga, fria e mais fechada do que nunca.

Senti o desespero voltar com força, incertezas e mais incertezas, e foi desastroso e difícil repelir algo que estava me consumindo por tanto tempo.

Lutei comigo mesma, com a força sendo extraída para fora de mim. Com meu coração sendo esmagado e a respiração forte que ameaçava quebrar minhas costelas.

Do outro lado, estava você. Lutando consigo mesmo e pedindo perdão aos céus, à mim, às noites em que não se ouvia o barulho da água, e as mesmas eram mais escuras que o vácuo do espaço...

Você clamou, suplicou, implorou.

Perdoei.

Perdoei tudo que veio de você. Perdoei e fui perdoada, e com isso, senti meu coração sendo levado à leveza novamente. Pude dormir tranquila sem medo, meu monstro sumiu.

Meu reflexo diante do espelho estava limpo, quitei todas as dívidas que tinha com você, e também fui paga por isso. Meus olhos encararam a claridade e o bem. A calma, a paciência e a espera de dias melhores.

Me agarrei à esperança de que as coisas ficariam bem, tranquei estes sentimentos dentro de mim. A luz se acendeu, o equilíbrio foi recuperado.

O veneno que impulsionava a ruína foi perdoado. Como o primeiro dia de primavera, as coisas renascem. O que era amargo, agora é doce.

Agora é doce.

- fim -