#20

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Jules me perdoe...Me perdoe por isso, mas eu estou arriscando, arriscando tudo para te tirar dessa, e espero mais que tudo que dê certo.
—Tem certeza que é uma boa ideia chamá-las?
—Não...Mas vou ter que confiar, se elas não fizerem isso por mim, sei que farão por Jules...
Chega dessa merda, nós temos que ir.

Andando rapidamente pelas ruas eu ia atrás das pessoas que nunca pensei precisar tanto, Lexi e Cassie iam ao meu lado enquanto eu caminhava até a casa de Kat. A cada minuto que se passava minha cabeça ficava mais cheia e meu coração mais frio e disparado. Ao olhar a tela do celular vejo muitas mensagens de David e inclusive aquela que confirmava tudo que eu havia pensado. Jules não estava em LA...
—Rue, você sequer sabe onde eles estão.
—Que filho da puta! Devíamos chamar a polícia! —Propôs Kat.
—Não, não podemos.
—E por que não porra?
—Só confia em mim caramba!

Não, eu não sei... Mas eu não ligo, sei que vamos achá-los.

                              Jules

—Vai me deixar aqui por quanto tempo?
...
—Me responde CARALHO!! —Grito emburrecida forçando as amarras.

Os olhos do garoto voltaram a me encarar, o fazendo correr até a minha boca me encarando bem de perto. Sua respiração aflita e curta me fazia perceber que estava inquieto. Eu não sabia mais do que Jacobs era capaz, não sabia, o que me impedia de fazer qualquer coisa.
—O que o seu pai faz não tem nada a ver com você Nate...
—Não abra essa porra de boca para falar sobre o meu pai.
—Me responde uma coisa...
[...] Tyler, em algum momento ele foi real?


                                 Rue

Era a última porta, a última pessoa a pedirmos ajuda, Maddy... A energia que me tomou conta de mim quando a porta foi aberta nunca fora tão eletrizante, todo o meu corpo formigava, e minha voz...Bom, ela sumiu. Tudo que eu conseguia fazer era me lamentar e chorar enquanto sentia o peso de toda essa situação agoniante.
—Nós precisamos da sua ajuda. Rue precisa, Jules...O Nate a pegou. —Disse Kat, segurando no braço da amiga.
—ELE O QUE? NÃO...ELE não...
—Você sabe onde ele está? —Perguntou Cassie
—Não...

Maddy se recuava a dizer, sua expressão parecia assustada e confusa, passou-se dez segundos e ela ainda estava ali parada.

—Rue, respira...Nós vamos achá-la. —Dizia Lexi me segurando pelos ombros enquanto eu quase me desabava.

—Ontem iríamos nos encontrar, mas ele desmanchou. —Disse Maddy envergonhada e entristecida.
Imediatamente a encaro e dou rápidos passes em sua direção, ficando cara a cara com a própria.
—O QUE? MADDY!! Cassie tentou dar uma bronca na garota.

—Onde vocês iriam se encontrar? Por favor... —Imploro limpando as lágrimas marcadas em minhas bochechas.
—No motel.
—Obrigada. Sério, obrigada. —Me despeço voltando a caminhar na rua.
—Espera!! —Pediu Maddy, eu vou com vocês.

Eu estava com medo, medo do que eu iria fazer ao vê-lo fazendo-a algum mal. Em alguns instantes eu saia do controle em meus pensamentos, me transformando numa pessoa agressiva, uma pessoa que faria tudo para proteger quem ama, mas logo não, essa não sou eu.


Jules

O garoto insisita em ignorar, seus passos repetitivos pelo quarto me fazia ficar cada vez mais inquieta, os seus olhos estavam vermelhos e sua expressão claramente assustada.
—Nate, apaga essas fotos, deixe isso pra lá, eu juro que não conto nada. —Tento convencê-lo.
—Você tem ódio tem mim Jules, nunca faria isso.
—Eu faço!! Eu faço!
—Eu sei que não quer fazer isso, só está com medo.
—Você não me conhece.

O garoto finalmente parara num lugar, olhando entre as cortinas, encarando o que acontecia lá fora, até que imediatamente ele se exaltou, batendo seu punho forte quanto a parede e correndo até a mochila.
—Nate, O QUE ESTÁ FAZENDO?
—VOCÊ vai calar a sua boca caralho!! —Ordenou ele colocando novamente algo entre os meus lábios me impededindo de dizer qualquer coisa.

Rapidamente o garoto tirara uma arma de sua mochila, afastando-se da porta e mirando para a própria totalmente fora de si.
—Estou sendo obrigado a isso. Se eu me ferrar Jules, você vem junto.

Eu me remexia naquela cama completamente desesperada enquanto meu coração batia forte de maneira inexplicável de velocidade. A cada situação eu descobria até onde o medo poderia chegar, ficando cada vez maior, cada vez mais forte e insuportável. As lágrimas que saiam dos meus olhos novamente escorriam sobre meu rosto tendo um ponto final naquele lençol barato. As mãos de Nate tremiam, e cada vez os passos chegavam mais perto, quando a porta finalmente se abriu, tendo um único disparo.

RulesWhere stories live. Discover now