Never Tear Us Apart

59.º

Os raios de sol penetravam pelas persianas que se encontravam abertas uma vez que me havia esquecido de fechá-las na noite anterior como também a luminosidade embatia violentamente contra mim e apenas virei o meu corpo na direção oposta para que continuasse com o meu descanso, mas sem sucesso visto que as vozes provenientes do piso inferior interferiram com as minhas tentativas para que adormecesse novamente até que apenas encostei-me contra a cabeceira da cama enquanto procurava relembrar-me dos planos para o dia. O meu corpo apenas queria mais descanso visto que estava exausto fisicamente, mas a minha mente não desligava dos pensamentos apesar do cansaço ser também mental. Os sons dos carros nas ruas como também os pássaros que chilreavam nas árvores próximas da residência captaram a minha atenção até que me concentrei nas janelas para apreciar aquela manhã e reparei que o céu estava azul ao contrário dos últimos dias que haviam sido cinzentos com chuva.

Naquele momento, apenas ganhei coragem para que me levantasse como também para que me preparasse rapidamente e seguisse caminho para casa do meu namorado para que lhe fizesse companhia visto que nos primeiros dias este teria de permanecer em casa para que descansasse do acidente até que, assim que estava pronta, apenas continuei o meu percurso na direção do piso principal da propriedade para que alcançasse o salão das refeições sem reparar nas horas, mas pelo cheiro que invadia a residência suspeitei que fosse meio-dia. A entrada da casa estava silenciosa, porém o som de vozes que se encontrava anteriormente quase inaudível aumentava à medida que me aproximava da porta do salão das refeições até que reparei que tínhamos visitas por convite do meu pai visto que era a família do meu pior inimigo e apenas continuei o meu caminho sem mencionar qualquer tipo de palavra ou expressão de saudações aos nossos convidados uma vez que eram gente indesejada que apenas procuravam destruir a minha felicidade. O silêncio e o ambiente pesado instalaram-se naquela divisão assim que ocupei a única cadeira livre que era ao lado da minha mãe e apenas comecei a almoçar enquanto os presentes procuravam que mencionasse qualquer palavra, mas sem sucesso até que apenas continuaram com as suas conversas sobre negócios apesar que, na realidade, eu sabia que em breve o tema do casamento seria o prato principal do almoço.

-É verdade Harry! Nós estivemos à procura de sítios para a realização do casamento e encontramos uma quinta no norte da cidade que é perfeita!

-Uma quinta? Perfeito! Agora têm de decidir o mês e depois ver as datas disponíveis. O que vocês acham?

-O proprietário referiu que em dezembro havia uma vaga como também mostrou imagens dos casamentos que realizaram no inverno e eram simplesmente magníficos! - disse Mrs. Jones entusiasmada.

-E haveria tempo de organizar tudo até dezembro?

-Perfeitamente! Nós dividimos tarefas entre ambas as famílias e estará tudo pronto antes do dia do casamento...- o pai de gabe comentou com a sua atenção no anfitrião do almoço até que parou em mim.- O vestido é o passo mais importante para a noiva e deverá ser a vossa prioridade...

-Nós vamos tratar disso o mais rápido possível e tendo em conta que será numa época mais fria.

-Ai agora já se preocupa comigo...- disse sussurrando.

-Porquê que sempre que estamos juntos este assunto do casamento tem de ser tema de conversa? Eu não quero que a minha filha case às três pancadas só para vosso prazer e quero que almocemos sem que estejamos sempre a bater na mesma tecla...

-É um assunto importante Emily! A Sierra irá casar em dezembro quer queira quer não e não serás tu que impedirá isso, estamos entendidos?

-O quê, agora a mãe já não pode dar a opinião dela? Não pode querer o melhor para mim? Vocês estão obcecados com este casamento que não tem sentido nenhum!