E isso é ruim?

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Meus olhos demoraram um pouco para acostumarem-se com a claridade, que não fazia ideia de como o início do dia havia chego tão rápido, meu corpo doía por conta da noite agitada que tive com Miranda, suspirei virando-me na cama e puxando o lençol para cobrir meu corpo nu, Miranda não estava na cama.

Escutei o barulho da porta e olhei vendo-a entrar com uma bandeja nas mãos.

– Já disse que jamais irei me acostumar com a Miranda Priestly romântica?

– Não que eu me lembre – Disse colocando a bandeja no divã que ficava aos pés da cama e aproximou-se de mim me beijando lentamente.

– Eu jamais irei – Sussurrei contra seus lábios e ela riu voltando a me beijar, me fazendo deitar na cama.

– Como dormiu, sweet?

– Maravilhosamente bem.

– Hm... Isso é bom – Afirmei sentiando-a aconchegar-se ao meu corpo.

– E as meninas?

– Foram para a aula – Lhe olhei confusa – Não obrigo minhas filhas a estudarem no sábado, Andrea, elas quem quiseram, passam o sábado inteiro tendo aula de hipismo, natação, música e ballet, elas quiseram, eu não iria dizer que não.

– Não estou criticando você, meu amor, longe de mim.

– Como você mente – Disse em tom brincalhão e eu ri batendo levemente em seu braço.

– Teremos a casa todinha para nós duas? – Sorri de canto dando a entender duplos sentidos.

– Completamente – Beijou meu pescoço e eu mordi os lábios fechando os olhos enquanto soltava um suspiro de satisfação – O que quer fazer? Ver filmes?

– Às vezes você me assusta sendo tão romântica.

– Não me ofenda, Andrea Sachs – Voltei a rir e logo senti um ataque de cócegas.

Era maravilhosa a conexão, maravilhosa a forma que nos fazíamos bem e a maneira que ela me fazia sentir coisas que jamais havia conseguido antes. Com Miranda era tudo tão simples, tão intenso e tão completo.

Não fazíamos esforços para sermos um casal que ria de tudo, que brincava, não estávamos cobrando sermos assim, Miranda era o sentindo de amores passados não terem dado certo.

Assim que o ar se fez necessário em meus pulmões por conta de tanta risada que eu dei, ela parou e me deixou respirar tranquilamente.

– Vamos tomar café – Disse saindo de cima de mim.

– Preciso ir ao banheiro – Levantei revelando meu corpo nu.

– Que pouca vergonha, Andrea Sachs, vá colocar uma roupa – Lhe olhei sobre o ombro.

– Não há nada que você não tenha visto... Nem tocado.

– Se não vestir uma roupa, voltarei a tocar – Dei risada e revirei os olhos entrando no banheiro.

Me encarei longos minutos dos pés a cabeça no enorme espelho que Miranda tinha.

– Miranda!

– O que houve? – Perguntou entrando no banheiro, mostrei a marca vermelha na minha virilha – É só uma marquinha, Andrea – Disse e revirou os olhos.

– Marquinha? Isso ta roxo, Miranda.

– Não seja exagerada, além de tudo ninguém vai ver, ou vai?

– Que?! – Ela me abraçou por trás e apertou minha cintura.

– Posso deixar outras se quiser.

– Eu não quero.

– Se eu quiser, Andrea – Disse e sorriu maliciosamente, me beijou no ombro, afastou-se e me entregando o roupão – Vamos, o café irá esfriar.

– Eu acho que dormi demais – Disse tomando um gole do café – Combinamos de tomar café com as meninas.

– Não se preocupe com isso, teremos oportunidades, até porquê nos cansamos muito essa noite – Sorriu por trás da xícara e Andrea revirou os olhos enquanto terminava de mastigar o pedaço de morango que havia comido.

– Você está tornando-se uma perfeita pervertida.

– E você é a única culpada quanto a isso.

– Eu? Não me culpe, Miranda Priestly, você está me usando como desculpa – Miranda riu e eu lhe observei por alguns segundos, era boa a sensação de estar com ela, de vê-la sorrir, eu me sentia em paz.

~BM~

O filme que assistiamos me fez ter sono tempos depois, não por ser ruim, mas pelos carinhos que sentia em meus cabelos, os dedos de Miranda entravam e saiam dos meus fios, trazendo uma sensação gostosa de sono e relaxamento.

Me virei de frente para ela escondendo meu rosto em seu pescoço, abrançando-a enquanto dava um longo suspiro.

– Acho que deva parar com as carícias agora.

– Não amor – Sussurrei já sendo tomada pela leve sensação do sono, seu riso foi a última coisa que ouvi antes de adormecer em seus braços.

Assim que abri os olhos vi os olhos claros de Miranda sobre mim, suspirei.

– Eu deveria ter parado com a carícia – Disse em um sussurro.

– Desculpa amor, deveríamos estar vendo o filme, mas ando tão cansada.

– Eu dormi também, sweet, não se preocupe com isso.

Abracei seu corpo beijando-lhe no queixo e logo em seguida nos lábios, acariciei seus cabelos.

– Que horas as meninas chegam?

– Apenas a noite – Respondeu beijando-me no pescoço, dei risada ao sentir cócegas na região, mas isso foi apenas um incentivo para que ela continuasse, quando dei por mim, estava deitada rindo descontroladamente das cócegas que ela fazia em minha barriga.

– Miranda, para! – Gritei começando a me cansar de tanto rir, ela riu e ficou sobre mim, por alguns minutos o mundo parou, seus olhos encaravam os meus, sua respiração tranquila colidia com a minha que estava completamente ofegante.

Meus olhos desceram para seus lábios onde um belo sorriso brotou, meu corpo tremeu com a mesma intensidade dos orgasmos que ela me proporcionava, uma mecha rebelde de seus cabelos platinados caiu sobre seus olhos fazendo-me tira-lo involuntariamente, eu queria dizer tantas coisas, todas completamente proibidas para o momento ou, ao menos, proibidas para mim.

Meus dedos adentraram seus cabelos e ela fechou os olhos por alguns segundos, poucos, como um piscar.

– Você é minha maior loucura – Sussurrei, deslizando a mão por seu rosto, ela a segurou beijando a palma sem voltar a desviar o olhar do meu.

– E isso é ruim? – Sussurrou, neguei com um maneio de cabeça.

– Jamais será.

– Fico feliz com isso.

– Eu também – Lhe puxei para um beijo e provei daqueles lábios que agora eram tão meus, o sabor de Miranda era inigualável, insubstituível, eu ainda me perguntava como consegui demorar tanto para prova-los, para prova-la, isso sempre seria um mistério pra mim.

Senti seus mãos apertarem minha cintura e enlacei a sua com minhas pernas, sorri contrar seus lábios mordendo-o.

– Acho que preciso de mais testes para saber se seu beijo é compatível – Ela sussurrou e eu dei risada voltando a beija-la.

Beijando MirandaOnde histórias criam vida. Descubra agora