Um lugar simplesmente espetacular

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Assim que paramos de caminhar, pude avistar um jardim cheio de pequenas margaridas, mas dava para notar o abandono do lugar, havia apenas um caminho por entre as flores que tomavam conta do campo até chegar a vista de uma casa de madeira azul claro com detalhes bege, o que me fez recordar quando pequena que meu sonho era crescer para comprar uma casa daquele jeitinho, fiquei tão encantada que nem notei que Steven estava falando comigo.

- Vai ficar parada aí?

- Deixe-me apreciar essa maravilhosa vista.

- Esse era o lugar preferido da minha mãe, ela costumava dizer que aqui encontrava uma paz indescritível.

- Sinto muito Steven.(Anuí com a cabeça para indicar solidariedade)Quer ir embora?

- Jamais. Amo cada pedacinho desse lugar, é aqui que sinto o cheiro dela e sei que ela esta em algum lugar e de alguma forma cuidando de mim, de nós...

- Isso é lindo...

- Vem... Corre... Sinta o vento em seu rosto.

Ele acenou com a mão me chamando e eu corri até ele com os braços abertos e um sorriso impossível de esconder...

Senti como se fossemos observados porém sabia que estava abalada com tudo o que ele havia falado e espantei as intuições para longe, soube naquele momento que com Steven poderia me sentir livre e com espírito leve, senti a brisa em meus cabelos e minha roupa umedecia conforme as flores batiam em minhas pernas, sem contar aquele delicioso aroma de campo com flores. Esse era realmente um lugar especial.

O que eu não sabia era que a melhor vista estava para depois, porque assim que cheguei onde Steven se encontrava pude notar uma varanda que dava para um gramado verdíssimo que rodeava um represa enorme. Então fechei os olhos e direcionei meu rosto para o sol fraco daquela tarde absorvendo cada pedaço da natureza para minhas memórias futuras e curti aquele momento único, não sei porque, mas minha intuição queria me desviar desse momento especial, porém hoje seria meu dia e eu iria baixar a guarda, afinal o que poderia dar errado naquele lugar tão lindo e calmo.

Sentamos na ponte que levava até um chalé que ficava no meio do lago e deixamos nossos pés dentro d'água, contamos nossas histórias e pude ser normal por um dia com Steven, sem preocupações, sem alerta, apenas o ouvi, sem pensar em nada que não fosse paz e sossego, e foi tão bom que nem vimos a hora passar. Vimos o sol se por e só depois resolvemos voltar.

Ao refazermos o caminho de volta seguia-o porque não sabia o caminho direito. Foi tão rápido que só pude ouvir um barulho de pequenos galhos se quebrando entre as arvores, meu corpo ficou ereto eu soltei a mão de Steven e comecei a procurar, mas estava muito escuro e era impossível ver alguma coisa, numa mata desconhecida, peguei meu celular para ativar o rastreador do meu relógio, mas fora tarde demais, senti um golpe no braço direito que o jogou longe e consegui visualizar Steve caindo após uma batida da nuca, isso lhe renderia uma concussão com certeza, demorei alguns segundos para entender que na verdade eu só não estava no chão com uma concussão também porque meu corpo respondera ao ataque automaticamente e sem perceber eu havia me defendido. Os segundos seguintes foram apenas um borrão, me defendi até poder ver pelo menos de perfil os quatro rostos que nos perseguia, consegui derrubá-los, mas não deveria ter ficado tão confiante com meu trabalho, já que quando consegui pegar Steven para carregá-lo, apenas senti uma pancada muito forte na cabeça acompanhado de uma dor lancinante e aos poucos tudo foi escurecendo...

A DamaWhere stories live. Discover now