15. O passado volta á tona

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Deixei a Editora me despedindo dos funcionários, havíamos feito uma pequena reunião com o setor de diagramadores, revisores e editores como havia combinado com Thiago, o livro de Naomi deveria estar pronto o mais rápido possível.
Meu carro já estava em frente a empresa, agradeci ao manobrista e  adentrei o mesmo, pronto para ir para casa comemorar o grande feito com minha família. Mas logo ouvi meu celular tocar, era uma mensagem de um número que eu não conhecia.

"Me encontre no restaurante Chinês há duas quadras daqui, é urgente!
Clary."

Suspirei olhando para o celular, não sei o que Clary pretendia com esse encontro, mas sabia bem que não era algo bom me aproximar dela e deixaria isso bem claro.
Dei partida no carro, seguindo pela avenida principal, em poucos minutos estacionei em frente a um restaurante, um letreiro escrito com grandes letras de LED em mandarim. Deixei o automóvel e resolvi esperar pela mulher do lado de fora, apoiei os cotovelos no teto do carro observando o refrescante vento que soprava naquela noite.

-Pensei que não iria chegar nunca!-uma voz feminina, que quase não teve alterações durante esses anos se pronunciou-Venha, reservei uma mesa para nos dois!

Não me pronunciei, apenas a olhei por alguns segundos e tirei os olhos da mesma soltando um suspiro.

-Eu sei que faz muito tempo, mas...-a mulher fez uma pausa-Por favor, jante comigo esta noite!

-O que você quer, Clary?-perguntei sendo direto.

-Quero conversar, Edu! A minha vida esta um caos e eu só quero conversar com alguém!-Clary falou angustiada, eu apenas soltei um suspiro pesado-Por favor, não me negue isso!

-Esta bem, vamos conversar!-concordei caminhando até o capô do carro, me recostando no mesmo-Mas aqui fora, não vou jantar com você, tenho que comemorar com minha esposa!

-Ah claro!-a mesma deu um risada irônica revirando os olhos em seguida-A criola pobretona...

-É melhor parar por ai!-a interrompi sendo rude com a mesma, então suspirei-É da minha esposa que você esta falando, eu não admito que faça comentários preconceituosos sobre ela, se ainda sente algo por mim como pessoa, nunca mais repita esse tipo de comentário!

Clary me olhava surpresa e ao mesmo tempo magoada, parecia não acreditar no que eu havia dito, me levantei e caminhei até a porta, mas a mulher segurou meu braço.

-Quando foi que você deixou de me amar?-perguntou e eu desviei o olhar-Você sempre foi honesto quanto a tudo que eu ja perguntei, me olhe nos olhos e diga!

-Desde que me deixou a carta e a aliança na caixinha de correios!-olhei para a garota com firmeza-Foi tudo com você naquele momento, todas as minhas magoas, tristezas, lembranças e o amor que sentia, foram todos levados com você e isso ficou no passado!

-Por que não diz que me odeia logo e para com esse teatrinho?-ela se exaltou já chorando-Quer se vingar de mim, é isso?

-Pelo contrário, eu não tenho nada contra você, nem mesmo contra Gustavo!-neguei me virando para a mesma-muito menos usaria meu tempo para algo tão irracional, sabe que imaturidade nunca foi o meu forte!

-Eduardo você não pode ter deixado de me amar!-a mulher soluçou me olhando-Logo agora que eu e Gustavo estamos nos separando, eu voltei por você! Por que não podemos ficar juntos?

-Pare de chorar, esta bem?-a consolei lhe entregando um lenço que eu costumava levar comigo, então suspirei falando calmamente-Sinto muito pelo casamento não esta indo bem, mas não existe mais o amor que sentíamos, eu estou casado com a Helena e ficarei com ela até o ultimo dia da minha vida!

QUANDO VOCÊ CHEGOU (Em Andamento)Where stories live. Discover now