Capítulo 01

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Boa leitura 💜

...


"As pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas aparecem."




O dia estava bonito e tranquilo, tendo a temperatura baixa, se encontrando por volta dos -7° graus Celsius. A neblina um pouco densa ainda se encontrava presente por conta do sol estar escondido no meio das serras no horizonte, tendo somente poucos feixes de luz que ousavam aparecer fracamente. Uma camada considerável de neve estava por cima das árvores, deixando-as cobertas pela camada gelada que se parecia com um tapete branco felpudo. No chão havia uma camada um pouco expeça de gelo e outra de neve recente por cima, tendo algumas partes mais densas por apresentar mais quantidade que outras, mas a diferença era pouca, considerando que, na noite anterior havia sido feito uma raspagem para diminuir os riscos de possíveis acidentes causados pela estação.

O ômega estava por debaixo das cobertas grossas e bem aquecidas, mantendo uma temperatura corporal bem mais elevada que o lado de fora da residência e do resto da casa. O rosto que mantinha a expressão serena e tranquila, demostrando que estava em um sono profundo, mas logo o seu momento de paz foi interrompido por um barulho "infernal" — que era como ele se referia ao som de seu despertador — lhe deixando irritado ao ser arrancado à força de sua vida perfeita em seus sonhos.

Apertou os olhos com força e murmuro alguns xingamentos que saíram embolados por entre seus lábios que se moviam de maneira preguiçosa quando tateou cegamente o criado-mudo no lado direito da sua cama, tentando achar a droga do despertador, mas sem sucesso. Irritado, abriu um dos olhos e desligou o aparelho, findando o som irritante que lidava quase todos os dias. Tampou sua visão com a palma da mão que antes se encontrava espalmada sobre o forro da cama, bocejando levemente mais desperto, logo abriu os olhos com dificuldade por conta da claridade, que mesmo que fosse pouca, incomodava suas íris.

Sentou sobre o tecido marcado por seu corpo e passou as mãos pelo rosto inchado, um tanto avermelhado pelo sono, sem contar com as bochechas amassadas e marcadas pela fronha do travesseiro. Outro bocejou deixou sua boca enquanto se espreguiçava, causando um baixo barulho antes de se levantar do meio dos tecidos grossos um pouco relutante, mas venceu a vontade de ficar o dia todo deitado na cama quente confortável, pois, teria que trabalhar.

Foi se arrastando como um zumbi até o banheiro do quarto, podendo sentir todos os pelos do corpo se arrepiar por conta da drástica mudança de temperatura que era causada pelo aquecedor do cômodo que se encontrava desligado, mas tentou ignorar esse fato. Foi até o chuveiro, deixou a temperatura do mesmo em morna antes de começar a se despir das grossas peças de roupa do corpo, as jogando de qualquer jeito, espalhadas pelo chão, depois as pegaria.

Desprovido das roupas, entrou no box e fechou a porta de correr com uma das mãos, se virando para o lado oposto para girar a transmissão do chuveiro, deixando a água quentinha descer por toda extensão de seu corpo, ajudando a retirar os resquícios do sono. Com as pontas dos dedos, esfregou o couro cabeludo e os fios loiros tingidos naturalmente que foram jogados para trás por seus dígitos molhados que pareciam escorregar no meio de seu cabelo. Após alguns minutos ali, terminou de se banhar, não tardando em fechar a transmissão, já podendo sentir que um pouco da preguiça e sono tinham ido embora com a água do chuveiro, deixando seu corpo totalmente desperto, claro que, ainda tinha a vontade de ficar dormindo o dia todo, mas não se daria esse luxo.

Se enrolou em seu roupão felpudo, tendo a ajuda de uma toalha menor para secar os fios grudados em sua testa molhada pelas gotas grossas que escorriam por sua face avermelhada pelo calor do banho. Umedeceu os lábios quando adentrou o quarto, seguindo para o closet onde se sentiu totalmente indeciso para as opções de roupas que tinha, por isso acabou ficando por mais tempo ali, até que finalmente tomasse uma decisão, escolhendo por fim vestir um terno cinza-claro e uma camisa social preta com uma gravata em tom de preto fosco, mas esta última peça acabou sendo deixada sobre o estofado no meio do cômodo bem iluminado. Segurou as peças com uma das mãos quando voltou ao quarto, onde se vestiu e calçou os sapatos pretos por final antes de deixar o cômodo.

Desceu para à cozinha enquanto ainda terminava de ajeitar a gola da camisa em seu pescoço, já podendo sentir na metade da escada o cheiro bom de café fresco, e mentalmente, agradeceu por ter um olfato mais aguçado que de um ômega normal, graças ao seu gene lúpus, e podemos dizer que ele era bem mais beneficiado.

Ainda permaneceu mais uns dois minutos ali, parado no último degrau da escada por está terminando de desembolar a camisa social que se prendeu ao blazer que teve as mangas ajeitadas quando se sentiu satisfeito, podendo finalmente descer completamente as escadas até chegar na cozinha, logo podendo ver HyuNa em seu campo de visão; ela estava terminando de arrumar a mesa do café da manhã.

— Bom dia, menino Seokjin. — Sorriu com ternura.

— Bom dia HyuNa. Como vai? — Perguntou se sentando na cadeira posta mais para o centro.

— Bem e o senhor?

— Bem na medida do possível. — Ajeitou a distância da cadeira para se sentir mais confortável. — Houve alguma mensagem de algum representante, ou algo do tipo?

— Não senhor, apenas uma mensagem de seu pai.

— O que ele queria? — Perguntou terminado de comer o Kimchi que a mais velha tinha preparado.

— Ele disse que encontrou o seu alfa, Seokjin-ssi.

— EU NÃO ACREDITO NISSO! ELE AINDA NÃO DESISTIU DESSA IDEIA! — Falou exaltado, usando o segundo tom de voz.

— D-desculpa senhor. Não... q-queria te estressar l-logo de manhã. — Falou encolhida no canto, totalmente assustada.

— Desculpa, HyuNa. Eu não queria ter usado esse tom. E não é culpa sua. — Se apressou em dizer passando as mãos pelos fios penteados, em um sinônimo de frustração. — Perdi até a vontade de comer.

Ele levantou da cadeira e agradeceu a mais velha por ter feito o seu café da manhã após um rápido beijo na testa desta, que sorriu um tanto acanhada pelo susto recente. Adiantou seus passos, saindo de uma maneira apressada da cozinha para não descontar mais sua raiva na coitada, ela não merecia nem um pouco estar envolvida nisso e acabar sofrendo um pouco em seus surtos de raiva. Pegou sua maleta em seu escritório e saiu da casa, soltando palavras de ódio e xingamentos, alguns até sem sentido algum, mas que em um momento de raiva era usado, estava pouco se fodendo para o que dizia.

Saiu rapidamente de casa, logo tirando seu carro da garagem após passar a ponta dos dedos com carinho sobre a lataria brilhante do Audi R8 Automático branco com uma única listra vermelha na frente que fora colocado por pedido seu.

Adentrou no carro fulminado de raiva, fechando a porta do carro, começou a dar murros no volante do automóvel enquanto mordia os lábios com força, abafando os gritos irados que saltava suas veias do pescoço, lhe deixando avermelhado e ofegante. A respiração quente saia de suas narinas e boca fazendo fumaças dentro do veículo frio, mas que eram dissipadas facilmente, sumindo tão rapidamente quanto apareciam. Elevou a cabeça para trás, encostando a mesma no encosto do banco, suspirou enquanto tentava se controlar ao máximo que conseguia, mas a raiva parecia ter se impregnado. Quando sentiu que estava mais calmo, colocou a chave na ignição do carro e o ligou com as mãos um pouco trêmulas pela raiva, destravou o carro, mudando a macha para ir de ré depois de ter pisado no acelerador com um pouco de mais de força, fazendo o motor roncar.

Olhando pela câmera traseira, retirou o carro da garagem, pegando em seguida o controle do portão eletrônico e apertando um dos botões para que o portão se fechasse. Mudou a macha novamente, começando a pôr o carro em movimento sobre o asfalto congelado, rapidamente o veículo começou a pegar velocidade, estando um "pouco" rápido demais. Facilmente os ponteiros indicaram a velocidade do carro que se encontrava entre 200 km/h e 205 km/h, oscilando de vez em quando.

Estava ciente dos riscos que corria de ocorrer algum acidente, sabia bem disto, mas ele pouco se importava com isso agora, só queria esfriar um pouco a cabeça, e isso era uma maneira disto acontecer. Saiu da estrada alternativa e foi para a principal que rapidamente chegou na empresa, ele gostava de ir pela estrada alternativa porque ele podia andar em alta velocidade, utilizava essa rota principalmente quando estava com raiva, pois, lá o limite de velocidade não tinha a limitação que a principal tinha.

Correr lhe fazia relaxar, e hoje era um desses dias que precisava relaxar.

Seokjin estacionou o carro em sua vaga reservada e desceu do veículo, fechando a porta com um pouco de força, causando um barulho breve e oco. O ômega respirou fundo antes de entrar na empresa, logo começando a caminhar em passos firmes até a entrada. O calmo e gentil Kim Seokjin não estava presente hoje, as pessoas logo perceberam que ele não estava de bom humor quando não respondeu os vários 'Bons-dias' que lhe era redirecionado, mas logo ele foi interrompido de seguir o seu trajeto pela secretária de seu pai, este que é o seu chefe e dono da empresa.

— Bom dia, senhor Kim. Seu pai mandou o senhor ir para à sala dele que ele está a sua espera. — Falou cama, tendo cuidado com seu tom por notar a irritação do loiro através de seu cheiro que geralmente era muito suave, mas que agora estava intenso e com uma acidez muito maior que o comum, chegando a doer as narinas, porque naturalmente as maças possuíam um nível de acidez e ciano em suas sementes, e este componente que facilmente é fatal, estava sendo solto por seus poros como uma defesa de seu lobo.

Seokjin olhou para a face da secretária com cara de quem pouco se importava, fazendo a moça se encolher um pouco com seu olhar fulminante em sua direção, a deixando ainda mais intimidada e submissa perante ao lobo dominante do loiro que deixava o seu com medo. O ômega ignorou a secretária completamente e voltou a seguir o seu trajeto até à sua sala, apertou o botão do elevador para o andar que apenas se encontrava a sua perspectiva sala e a de seu pai, podendo ouvir um baixo volume que o botão fazia ao ser pressionado, após um tempo as portas foram abertas depois de um breve "Tink", saiu e foi para à sua sala ignorando completamente o pedido de seu pai para ir para à sala dele.

Ligou o aquecedor do cômodo com o controle digital do tablet que estava carregando em um dos cantos do cômodo, e colocou o seu blazer sob sua poltrona, andando um pouco até parar a poucos passos de distância das grandes janelas de vidro de sua sala, olhou um pouco a visão privilegiada que o local tinha e suspirou longamente. A parede do fundo da sala dele era completamente de vidro, coisa que lhe dava a visão de boa parte da cidade, por conta do prédio ser bem alto. Em passos lentos, andou até à mesa que tinha no canto do cômodo, pegou uma das xícaras e a encheu até um pouco mais da metade com chá de camomila.

Se pondo novamente a andar em passos lentos, foi até a grande parede de vidro, parando na frente da mesma novamente, olhando com atenção e fixação o movimento lá embaixo enquanto sentia a fumaça que saia da xícara em sua mão acariciando a pele de seu rosto com suavidade. O sol ainda estava saindo lentamente, demorando mais que era o considerado "comum" por estarem no inverno, por isso demorava mais de aparecer. Levou a xícara com o chá quente até os lábios róseos, dando um pequeno gole para poder sentir o líquido quente descer pela sua garganta, esquentando brevemente sua via digestiva. Ficou um bom tempo assim, mas o seu momento de paz foi interrompido pelo barulho do telefone tocando, somente tomou a decisão de ignorar, mantendo sua atenção no que fazia.

O telefone tocou cerca de quatro vezes, todas às vezes ele apenas fingiu que não escutou e continuou concentrado na vista e em seu chá. O momento de paz tinha voltado novamente, felizmente, pensou que seu pai havia desistido, mas não demorou muito para que o barulho da porta se abrindo pudesse ser ouvida. Um suspiro longo saiu de seus lábios ao momento que pressionou sua boca por já imaginar o que esta por vir, por isso nem mesmo se deu o trabalho de se virar, pois, já sabia que era seu pai.

— Por que não veio para minha sala? — Perguntou com um tom claro de irritação na voz.

— Porque eu não quis. — Respondeu calmamente enquanto levava a xícara aos lábios novamente.

— Você me respeite que eu sou seu pai! — Elevou o tom de voz.

— Você é meu pai, não meu dono! — Se virou para olhar nos olhos do pai, demonstrando com clareza sua raiva em suas íris, e seu cheiro que se tornou quase ácido. — Eu já sou de maior, eu não moro mais em sua casa, e faço o que bem entender! Não venha me tratar como uma mercadoria que sai oferecendo para qualquer pessoa que esteja interessada em comprar! — Falou com um tom de irritação e uma certa mágoa que fez suas cordas vocais vibrarem com mais intensidade, falhando no meio, dando um aspecto quebrado.

— Eu não sei mais o que eu faço com você! — Falou com a mão na testa.

— É simples. É só você esquecer essa ideia maluca de arranjar um alfa para mim, e me deixar em paz!

— Meu filho você não consegue entender que quero o melhor para você? — Falou com um tom de decepção e mágoa. — E pare de pensar que eu te trato como uma mercadoria! Eu nunca seria capaz de fazer isso! Principalmente com meu filho!

— Eu não preciso de um alfa pra ser feliz. Você não entende que eu não quero ser controlado? Eu quero ser livre, não ficar me prendendo a alguém.

— Não é se "prender a alguém". Você vai criar uma família, e ser feliz ao lado do alfa.

— Hum. Aí eu vou me casar com esse tal alfa, vou ter que obedecer ele, ficar preso nesse casamento, ter filhos, ficar em casa preso como um animal, fazendo as coisas, e cuidando das crianças. — Ressaltou, usando os dedos da mão livre para contar quantas coisas já haviam sido citadas. — É isso que você quer? Ver seu filho virar completamente um dono de casa. Não vou ter nenhuma liberdade. É isso que você que pra mim, PAI?

— Não meu filho, não é isso que eu quero... — Falou em um tom desanimado, soltando um suspiro derrotado.

— Então desisti disso. — Falou simples, também usando um tom cansado.

Porque realmente estava. Cansado desse mesmo assunto toda vez. Era sempre esse assunto e isso lhes afastava, porque sempre acabavam brigando.

— Então... Pelo menos conheça o rapaz. — Suplicou. — Por favor.

— Tudo bem, mas não prometo nada. — Falou olhando para o pai, o mesmo que acenou positivamente com a cabeça.

— Tudo bem. Irei chamar ele.

— Certo.

O ômega se encostou em sua mesa de vidro que ficava no meio da sala, uma mesa bem grande e extensa, continuando a tomar seu chá, este que agora estava um pouco mais frio, mas não se importava. Permaneceu olhando para porta, e não demorou para que seu pai voltasse com o tal rapaz. Ele era alto e forte, a pele bronzeada, os fios castanhos claros quase loiros que estavam penteados para trás, deixando a testa pequena à mostra. O porte dele era ótimo se fosse descrever em uma simples palavra.

Após um tempo o analisando com o olhar, retirou a xícara dos lábios e respirou profundamente sentindo o aroma que vinha do alfa. Seu corpo paralisou no mesmo instante, assim como o outro que manteve seu olhar fixo em si. O cheiro de ambos se tornaram mais forte, deixando os entorpecidos e presos em um tipo de novo universo.

A xícara que se encontrava nas mãos do ômega logo se colidiu com o chão de mármore, causando um alto barulho da porcelana se quebrando e espalhando-se. Ambos sentiram um formigamento no destro do pescoço que ia aumentando cada vez mais a intensidade, junto com a sensação estranha, mas incrivelmente gostosa lhes preencher.


Porque o laço estava se formando.

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Oi, oi! 🙃

O que acharam do capítulo?

Espero que tenham gostado.

Deixem seu voto e comentário pra me incentivar a escrever mais e ser menos preguiçoso.
(・∀・)❣


Beijos e até a próxima att ( ˘ ³˘)♥

Amo vocês (◍•ᴗ•◍)💜

My love is you - Namjin AboOnde histórias criam vida. Descubra agora