Bad boy, good lips | Wolfstar

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B a d b o y, g o o d l i p s

Eu o detestava.

Detestava seu cabelo negro e meio comprido, perfeitamente bagunçado e irritantemente perfeito; odiava aquele sorriso ladino, cheio de segundas intenções e aqueles olhos escuros que pareciam ler minha alma e sempre me deixavam sem jeito; não suportava a risada que ele dava sempre que me via corar por isso, o que me deixava ainda mais desconcertado.

Aquela aura de bad boy, machão, que adorava afrontar, era amante do perigo e que arrancava suspiros por onde passava - inclusive os meus, mas isso não é tão relevante assim.

Me tirava do sério sua maneira idiossincrática de me irritar e, ainda por cima, adorar isso. Porque sim, eu sei que ele adorava me tirar do sério. O próprio já admitira, somente para ver minhas belas bochechas sardentas tão vermelhinhas quanto meus doces lábios, porque era adorável - palavras dele, não minhas.

Ele era um garoto mau, fato. Mas seus lábios era tão bons, ainda mais junto dos meus. Lembrar do seu cheiro amadeirado e do seu gosto mentolado meu causava arrepios.

Simplesmente não entendia como cada parte minha poderia se encaixar tão bem nele, como se houvéssemos sido moldados exclusivamente um para o outro, ou qualquer clichê do tipo. Mesmo que fôssemos o completo oposto um do outro, eu todo certinho e responsável, e ele aquele idiota, o melhor idiota. "Nicest asshole", igual estava escrito naquela maldita jaqueta de couro preta que era a favorita dele e que ele sempre sempre insistia pra que eu usasse quando saímos pra andar de moto, ou simplesmente quando fazia frio. Ele diz gostar de como fica em mim, e ainda mais do meu cheiro nela.

Mas, principalmente, eu não conseguia suportar a ideia de que cada fibra do meu ser era totalmente dependente dele, desesperadamente entregue. Porque é assustador gostar tanto de alguém. E eu o amo tanto.

Ele era um idiota, por quem eu estava perdidamente apaixonado e não queria me imaginar, nem em sonho, sem.