Capítulo 7

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Heitor estacionou o carro no apartamento de Mia.

- Quer entrar? - perguntou Mia para Isabella.

- Melhor não, já esta tarde. - disse Isabella.

Mia sentia que ela estava estranha, mas não tinha intimidade para perguntar o que estava acontecendo. As duas se despediram e Mia subiu para seu apartamento.

Depois daquele dia Isabella nunca mais foi buscar Mia na faculdade. Já fazia três semanas desde a última vez que Mia viu Isabella na porta da faculdade. Isabella mandava algumas mensagens perguntando como Mia estava se estava precisando de alguma coisa, mas o fato era que Mia sentia falta da presença de Isabella.

Finalmente tinha chegado o dia de tirar aquele gesso e Mia voltar a ter uma vida como ela mesma dizia. Isabella fazia questão que Mia completasse a recuperação na clínica que tinha lhe atendido no dia do acidente. Mia acordou cedo e feliz por finalmente se livrar do gesso. 

- Como você vai até lá? - perguntou Maria

- Vou chamar um uber ou vou de ônibus mesmo - disse Mia.

- E Heitor? - perguntou Maria.

- Ele só me leva para a faculdade mãe, e eu não vou ligar para Isabella e pedir carona já seria demais e a senhora vai ficar bem quietinha ai. - disse Mia.

- Tudo bem, filha. - disse Maria.

[...]

Isabella tinha visto uma mulher beijar Mia na porta da faculdade e por mais que ela não quisesse aceitar, algo dentro dela havia mudado. Desde aquele dia ela não tinha conseguido mais encarar Mia, era uma confusão de sentimentos que ela não sabia o que pensar. Durante as três semanas que se seguiram Isabella trabalhou como nunca, a declaração dela e de Mario tinha caído muito bem na imprensa, as ações tinham se normalizado. 

Mario e Isabella escolhiam quais projetos gostariam de trabalhar e a divisão era feita de comum acordo o que era bom. Corriam rumores nos corredores da empresa que Mario estava com uma secretária de 20 anos que havia começado a trabalhar recentemente. Isabella ignorava tais comentários e muitas noites se pegou pensando quantas vezes Mario não a havia traído com as funcionárias da empresa.

Isabella havia dado entrada aos papéis do divorcio com Mario, esperava que corresse rápido o processo, mas exigiu que fosse tudo realizado em completo sigilo, já que o que menos ela precisava era da imprensa se metendo no divórcio.

Caio tinha sido sua companhia nessas três semanas, um dia ela conseguiu convencer Rafa a se juntar a eles e os três foram ao cinema e depois saíram para comer pizza. Rafa ainda não tinha aceitado o divórcio dos pais, mas com o tempo Isabella esperava que aquela atitude melhorasse.

Isabella acordou como sempre fazia tomou seu banho e vestiu um dos seus vários trajes sociais para ir trabalhar. Recebeu uma ligação da clínica que havia atendido Mia.

- Bom dia, senhora Isabella, gostaríamos de confirmar a consulta hoje da senhorita Mia - disse a atendente.

- Consulta? - disse Isabella tentando se lembrar do que se tratava.

- Sim, a respeito da retirada do gesso. - disse a mulher.

- Claro, o gesso, confirmada sim. - disse Isabella.

Isabella tinha esquecido completamente que aquele dia Mia tiraria o gesso. Heitor estava levando Caio para a escola e depois Rafa para o cursinho. Isabella pegou seu carro e foi até o apartamento de Mia, o mínimo que ela poderia fazer era levá-la para tirar o gesso.

Chegou no apartamento de Mia e bateu na porta.

- Oi Isabella. - disse Maria.

- Oi dona Maria, Mia já foi para a consulta?- perguntou Isabella.

- Já foi sim, foi de uber. - disse Maria.

- Obrigada dona Maria, vou tentar encontra-la na clinica. - disse Isabella.

Isabella dirigiu até a clínica e logo foi informada na recepção que Mia ja estava na sala retirando o gesso. Quando Mia apareceu já estava usando uma botinha ortopédica.

- Como foi? - perguntou Isabella.

- Bem, ja posso caminhar finalmente, só não posso forçar muito. - sorriu Mia.

- Fico feliz, fui até a sua casa e você já tinha vindo. - disse Isabella.

- Ah sim. - disse Mia.

- Você podia ter me ligado eu faria questão de traze-la até aqui, era o mínimo que eu podia fazer.- disse Isabella.

- Não quis incomodar, você devia estar trabalhando muito já que sumiu. - disse Mia. 

Mia não queria parecer que estava cobrando alguma coisa de Isabella, mas não pode deixar de dizer aquilo.

- Sim... mas eu faço questão de ajuda-la afinal eu que causei tudo isso. - disse Isabella.

- Não tem necessidade. - disse Mia.

- Tem sim. - insistiu Isabella.

- Agora que eu tirei o gesso, já posso começar a trabalhar se ainda for do seu interesse claro. - disse Mia.

- Você não quer descansar primeiro antes de já voltar? - perguntou Isabella.

- Fiquei quase um mês descansando, já foi o suficiente. - disse Mia.

- O que você pretende fazer agora? - perguntou Isabella.

- Por quê? Você quer me sequestrar? - provocou Mia deixando Isabella sem graça.

- Podemos almoçar e eu lhe explico quais serão suas funções na empresa. - disse Isabella.

- Claro. - disse Mia, agora ela que tinha ficado com vergonha, Isabella estava sendo extremamente profissional.

As duas foram até o carro de Isabella para irem até o restaurante.

- Você gosta de comida japonesa? - perguntou Isabella.

- Que tal comida brasileira?- rebateu Mia.

Isabella riu.

- Eu conheço um restaurante mineiro muito bom. - disse Isabella.

- Que tal a gente ir em um lugar "diferente" e que eu possa pagar? - disse Mia.

- Já que você faz tanta questão. - disse Isabella.

Mia indicou o lugar para Isabella que estacionou o carro. Ambas desceram e uma senhora de cabelos brancos veio abraça-las.

- Achei que tinha esquecido de nós. - disse para Mia.

- Jamais, essa é minha amiga, ela veio provar a melhor massa da cidade. - sorriu Mia.

A senhora cumprimentou Isabella e as levou até a mesa.

- Muito aconchegante esse lugar. - disse Isabella.

- Muito, o restaurante é da família de dona Antonella a três gerações. - disse Mia.

A senhora voltou para anotar o pedido delas.

- Vamos querer a especialidade da casa, para as duas. - disse Mia sem deixar Isabella responder.

- Você vai adorar a comida, tenho certeza - sorriu Mia para Isabella.

Uma nova chance para amarWhere stories live. Discover now