Passado.

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Capítulo 18

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Capítulo 18.

24. 05. 2016.

Caralho! Raphaela não se esqueça de como respira, porra!

Encarei o meu próprio reflexo no espelho do banheiro do meu quarto, enquanto tentava me acalmar e não vomitar o meu jantar feito por Malu. Arregalei os olhos ao pensar na minha namorada, e o meu estômago deu mais uma revirada torturante em uma mistura de expectativas, incertezas, alegria e puro nervosismo.

Inferno!

Estávamos juntas há seis meses, no entanto nunca tínhamos avançado o sinal vermelho e transado, apenas tínhamos momentos quentes e excitantes demais para a minha na calcinha. Porém, tudo poderia mudar assim que eu passasse pela soleira da porta e a encontrasse deitada confortavelmente na minha cama grande. Pior que fazer sexo, pela primeira vez, não estava programado para acontecer justamente naquela noite, pelo contrário, ela dormiria na minha casa porquê já passava da meia noite e caia uma chuva torrencial sobre a cidade de Teresópolis.

Só que "pequeno" detalhe não impedia da minha mente mergulhar na sarjeta e imaginar inúmeras cenas que nenhuma peça de roupa fazia parte do momento.

Puta que pariu!

- Você é uma mulher adulta, dona de si e empoderada ou uma ratazana medrosa, Raphaela? - Sussurrei para mim mesma, fitando como o azul dos meus olhos estavam mais escuros e as minhas bochechas vermelhas demais - No momento, sou uma ratazana medrosa - Soltei em um murmuro baixo e apavorado, sentindo minhas pernas cada vez mais moles.

Caralho, estou parecendo uma virgem!

- Porra! - Exclamei irritada comigo mesmo e a minha coragem de merda, indo sentar na tapa do vaso.

Enterrei o rosto nas minhas mãos, e mais uma onde de náuseas me atingia como uma onda brutal. Por quê eu tinha que ser não estranha e idiota?

- Rapha, está tudo bem dentro? - Minha namorada indagou, com a voz alta e preocupada, após dar batidinhas na porta - Estou preocupada com a sua demora.

Ergui a cabeça, e encarei a janela minúscula do banheiro. Seria uma boa ideia se eu fugisse por lá?

- Já estou indo, amor - Respondi alto o suficiente para ela ouvir e não perceber como a minha voz estava trêmula de pavor - Eu estava apenas... - A minha voz morreu, quando abri a porta em um ropante e a encontrei em pé - Santa merda, Maria Luísa! - Xinguei em choque, arregalando os olhos.

Maria Luísa vestia apenas uma calcinha preta rendada, enquanto um enorme sorriso adornava seu rosto e os seus lábios pintados de carmesim estavam entreabertos.

Caralho!

Doce dezembro - romance lesbico. Onde histórias criam vida. Descubra agora