SER OU NÃO SER

Capítulo 1 O Início do inferno

Clarice não conseguia entender, era incompreensível a cena que acontecia ao redor de si, por que os populares sentaram junto a ela? Estava fazendo como fazia todos os dias na hora do almoço, sentava-se na mesa mais distante e isolada da escola que é  por trás da mesma, ninguém sentava aqui, porque além de ser distante, ela ficava por trás de imensos arbustos, era seu esconderijo secreto, um lugar onde ela poderia ler em paz sem ter barulho ou ter que lidar com gente.

Bom, pelo menos era.

Até os populares chegarem aqui. Não fazia a menor ideia de como eles tinham descoberto este recinto, mas não gostara nenhum um pouco. Eles apenas chegaram, não perguntaram se podiam se sentar nem pediram licença, apenas se sentaram e começaram a conversar de forma extremamente escandalosa. Clarice até tentou ignorar colocando seus fones de ouvido e prosseguindo sua leitura, não adiantou, ela começava cada vez mais nervosa, sua respiração e seu batimento cardíaco aumentavam a cada minuto, seu rosto estava ficando vermelho, os músculos estavam tensos, ela só queria fugir, mas se saísse do lugar provavelmente só chamaria a atenção para si.

- ... Então, é o que estou te falando se eu tirar mais uma nota baixa, eu corro risco de sair do time! - exclamou de forma exaltada um cara de cabelo castanho escuro e pele bronzeada, podia jurar que o nome dele era Dylan.

- É nisso que dá não estudar, otário! - respondeu seu amigo.

- Você fala como se estudasse, John.

- Não estudo, mas pelo menos minhas notas estão melhores que as suas.

Dylan, o otário, parecia pronto para dar uma resposta, mas calou-se ao escutar o sinal, eles finalmente preparavam-se para irem embora, Clarice soltou um suspiro de alívio, queria esperar eles se afastarem mais para poder ir para sua sala, mas lembrou que o atraso é ainda pior, porque você tem todos os olhos da turma em si, então seguiu eles, mesmo que um pouco distante, assim que eles se afastarem, ela andaria rápido para sua sala.

Graças a Deus, ele não demoraram muito para se dispersarem. O Dylan, ela sabia que pagava química consigo neste horário, então não conseguiria evitá-lo muito tempo. Pelo menos ele deu uma parada para beber água e daria mais tempo para seguir sozinha.

Ficou tão absorta em seu pensamentos e olhando para baixo para evitar os olhares das outras pessoas que acabou batendo em uma pessoa e indo ao chão junto de seus livros.

- Não olha pra onde anda não?! Hein, filha da puta?! - ele e os amigos começaram a gargalhar.

Clarice não sabia se a vontade de chorar era devido a vergonha ou pela dor da queda, mas segurou as lágrimas, seria um vexame chorar em público apenas porque caiu.

- E você? Não enxerga não? Porque eu sim e vi claramente que Clarice não estava no seu caminho, você esbarrou nela e a fez cair de propósito. - Dylan a defendeu, espera! Como ele sabia seu nome?

- Defendendo a namoradinha, Carter?

- Bem, é o que namorados fazem, ainda mais quando estamos lidando com pessoas como vocês - olhou com desdém para ele e seus amigos

- Você, o "gostosão", com essa daí? esperava mais de você, Carter.

- Não sabia que as pessoas que eu namoro e deixo de namorar são de importância para você, não se cansa de fazer a vidas da pessoas um inferno, Bishop?
-Não - respondeu simplista e riu com seus amigos - Ah, escuta aqui - segurou a gola da camisa de Dylan - Se eu ver você ou sua namoradinha na minha frente de novo, eu acabo com os dois, eu estou precisando extravasar a raiva.

Dylan deu de ombros, já tinha lidado com tipos piores que ele, mas é triste a falta de empatia e respeito que via em certas pessoas, quando virou notou que todas as pessoas que estavam no corredor, eram poucas, olhavam para eles e assim que perceberam que suas encaradas foram descobertas, tentaram disfarçar, uma disfarçada muito ruim.