O Começo

   A palavra Magia, tem como seu significado: "Arte, ciência ou prática baseada na crença de ser possível influenciar o curso dos acontecimentos e produzir efeitos não naturais,[...] seja por meio de fórmulas, rituais ou de ações simbólicas", porém, seu conceito nas obras literárias pelo mundo muda de acordo com o cenário abordado, a temática, o autor, e diversos outros fatores, e isso é um fato, temos como exemplo "O Senhor dos Anéis", obra primorosa de J. R. R. Tolkien que marcou gerações mostrando que a magia é abundante e vívida, na visão de outros autores como George R. R. Martin, autor das "Crônicas do Gelo e do Fogo", essa perspectiva é vista de maneira bem diferente, onde o épico ainda acontece, mas de maneira visceral e mais sombria.

   Nesse Multiverso, o conceito de Magia pode ser definido de tantas formas que faltariam páginas para descrevê-lo, em resumo, a magia é uma ideia, um objeto de estudo, uma arte, uma ciência, e muito mais. Os inúmeros mundos que residem nesse Multiverso, onde épicas aventuras ocorrerão, são repleto de facetas que desafiam a imaginação humana, vivendo situações que desafiariam a física do nosso mundo, e em tudo que acreditamos como seres humanos. Para começarmos essa jornada, partiremos da origem, mas não da origem de um herói, de um reino, ou de um planeta, nem sequer estamos falando da origem do Universo.

   Ao início, a verdadeira origem de tudo, aconteceu em Lugar Nenhum, à deriva do Nada, o Primeiro Ser estava adormecido, estático, e em um momento em especial, o Infinito o fez despertar, e pairando no Nada, desperto e completamente consciente de toda a sua natureza, ele fez de sua vontade, toda a realidade.

  Essa realidade era ainda estranha, era turva, mista de emaranhados de sua energia que emanava de sua formação grosseira e desconexa, então o Primeiro Ser, ao ser iluminado pelo Infinito, nomeou a energia que emanava de si e se emaranhava no tecido da realidade: "Oros", então proclamou. Usando suas forças, o Primeiro Ser formou 8 bolhas que pairavam no Nada, ao seu redor, e dentro delas como num aquário vazio, ele colocou vida, as encheu de sua energia, de tudo que era necessário para que quaisquer que fossem os seres pudessem se desenvolver e viver de maneira autônoma dentro de suas bolhas de observação, para que pudesse dar total atenção a cada uma delas, ele as criou uma de cada vez e da primeira a última bolha foram sendo distribuídos sua essência.

   Após muito tempo de contemplação, depois de muito mudar sua visão quanto suas bolhas, que agora são chamadas de Universos, que tem como significado: "o espaço, junto a energia e o conjunto de todos os corpos celestes conhecidos e desconhecidos que ele contém, suas dimensões, planos, e os seres que os habitam." o primeiro Ser decidiu se dar uma forma, afinal, ser energia, ser vida, não era tudo, ele queria sentir, queria ter a experiência de verdadeiramente ser algo, então tomou a forma de um humano, criatura essa criada por todas as entidades maiores de seus Universos, como era a criatura mais abundante de todos os Universos, algo havia de especial nessa forma, e daí surgiu sua primeira paixão, a simplicidade de sua Obra.

   Construiu seu lar no meio de Lugar Nenhum à imagem de sua amada, o que achou estranho, afinal ele tinha uma imagem na cabeça, do ser que ele amava, e um nome. Ela, era seu nome, e ele via seu rosto dentro de sua mente, ele via sua forma, ele a sentia mesmo antes de criá-la, então pela primeira vez o Primeiro Ser olhou pra cima, e contemplou o Infinito, percebeu sua essência verdadeira e tudo o que era, sua humildade o fez abaixar a cabeça e aceitar sua natureza como criador e também, criatura.

   Seu lar estava construído, e Ela habitava seu coração e agora, sua casa também, fez da sua morada seu local de observação, contemplou dali todas as suas criações, todos os seres que cresciam, se reproduziam, destruíam, construíam, evoluíam, tudo o que acontecia estava perante seus olhos e em um momento ele alcançou algo a mais.