17- Morte e assassinato

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"Nunca interrompa seu inimigo quando ele estiver prestes a cometer um erro" - Napoleão Bonaparte

Catherine Thudor:

A rainha não costumava visitar o rei com frequência, na realidade, ela só o via em situações especiais na sala do trono e estava deveras satisfeita com aquela situação, porém, naquele dia era uma exceção.

Catherine viu quando Ayla cruzou o portão do palácio e saiu a caminhar pela estrada da montanha, não sabia quando ela retornaria ou para onde iria, mas sabia que aproveitaria o tempo suficiente para fazer o que precisava ser feito.

Ela soube que o rei havia se ausentado recentemente da sala do trono e sabia muito bem onde provavelmente estaria a esta altura da tarde no início da noite. Catherine soube que seu palpite estava certo quando ao chegar à soleira da porta as risadinhas femininas foram ouvidas. Os guardas não ousaram impedi-la de entrar, por isso, assim que teve a oportunidade, Catherine empurrou com toda força a dupla porta do cômodo, irrompendo escandalosamente no grande quarto, consequentemente, chamando a atenção de todos presentes.

Antes mesmo de olhar para o rosto da jovem de cabelos castanhos, Catherine apanhou do chão um robe de cetim de cor azul escuro, jogando-a no rosto da jovem deitada ao lado do rei.

— Saia! — ordenou a rainha.

A jovem não tardou a obedecê-la, escorregando por debaixo das cobertas da cama, cobrindo-se em seguida com o tecido de cetim que lhe foi entregue. Catherine acompanhou a movimentação da jovem com o olhar, enquanto isso, o rei ria da cena enquanto observava a sua companheira deixar o lugar.

— Você sempre foi exageradamente dramática! — disse o rei.

William ajeitou-se na cama, levando a mão para trás da nuca usando-a de apoio enquanto encarava sua esposa em sua entrada triunfal.

— Não me diga que veio aqui unicamente para fazer essa cena? Não combina com você! — perguntou o rei.

— Acredite, eu não me ocuparia em presenciar essa cena se não fosse me beneficiar de alguma maneira! — rebateu Catherine.

Ela estava parada a alguns metros de distância da cama, em específico, no centro do quarto luxuoso e não podia deixar de notar alguns detalhes. A mobília permanecia com a mesma palheta de cores puxada para o dourado, nas paredes alguns quadros estavam pendurados, porém, o quadro que ainda estava sobre o cavalete em que foi pintado — o mesmo de alguns anos atrás — que permanecia coberto por um fino tecido escuro.

— Então, prossiga, diga o que a traz até aqui? — incentivou ele.

Catherine virou-se novamente para ele, já tendo em mente tudo que faria a seguir.

— Não me importa como, quando ou qual justificativa você dará para isso, mas tire imediatamente aquela criança daqui! — declarou Catherine.

— Que eu saiba não há crianças aqui! — exclamou William.

— A princesa da primavera, quero que a tire daqui, ela está causando problemas demais para a corte!

Enquanto ouvia Catherine falar, William levantou-se e caminhou até ela, ficando cara a cara com a esposa sem se importar com o peitoral exposto pela recente recepção calorosa da jovem que a esperava em seus aposentos.

— Para a corte ou para você? — rebateu William — Não vejo que mal a princesa de Martin está causando!

— Primeiro ela desvia alimentos do palácio para moradores de aldeia, depois planeja alfabetizá-los, o que virá a seguir, construir palácios para eles, ou talvez introduzir as filhas dos camponeses para o círculo das nobres? — Catherine usou o máximo de sarcasmo que pôde — Eu exijo que a tire da minha casa!

Um príncipe para lady Ayla (Livro II) {CONCLUÍDA}Où les histoires vivent. Découvrez maintenant