36- Encontre aliados nos inimigos

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"A política não deveria ser a arte de dominar, mas sim a arte de fazer justiça" - Aristóteles

Ayla Windsor:

Havia exatos dois dias desde que Alec partiu, a esta altura estariam provavelmente além do oceano dentro de um dos vários navios carregados de comida, armas e homens. Ela não sabia quando ele retornaria, mas mesmo assim, ela faria o melhor possível para manter Midlenton no mais perfeito controle.

Naquela manhã em específico, Ayla acabou despertando um pouco mais tarde do que o normal. As criadas já haviam separado suas vestes do dia, e ela recordava-se perfeitamente de tudo que teria que fazer. Além de uma audiência em nome do rei que teria que frequentar, precisaria fazer a contabilização dos impostos, além de fazer a distribuição dos gastos exorbitantes.

No dia anterior, Ayla andou vistoriando o livro de dados sobre a contabilidade do reino, e a única coisa que viu foi os gastos além do necessário, como a construção de um parque temático para o princesa Charlotte quando ainda era a criança, parque que tinha o tamanho equivalente a quase o lado sul inteiro do palácio. Não apenas isso, mas o número de gastos com as jóias era ainda maior, como também vários objetos decorativos,por exemplo, as taças de ouro encomendadas pelo pai do falecido rei William, que presenteou a rainha Catherine na noite de seu casamento com William. Na visão de Ayla, eram apenas gastos inúteis e fúteis e que ela pretendia alterar.

Ayla estava concentrada em terminar de arrumar o longo cabelos preto enquanto analisava o vestido que usava. O tom prateado quase branco possuía pequenos cristais incrustados no tecido, causando uma estranha sensação de aspereza ao tocar. Porém, sua atenção foi desviada quando passos apressados foram ouvidos no corredor.

As botas pesadas dos guardas causavam um grande baque auditivo quando chocadas contra o chão, chamando a atenção da rainha para o que estava ocorrendo no corredor. Apressadamente, Ayla foi em direção a porta, e ao abri-la, deparou-se com um corredor recheado de guardas correndo de um lado para o outro.

Ela franziu a testa enquanto observava a multidão de armaduras cintilando pela sala. No final do corredor, Ayla observou Maysie, trajando uma calça e blusa preta, assim como botas de cano alto semelhante a dos cavaleiros enquanto corria em sua direção.

— Ayla, temos novos problemas! — avisou ela, a respiração ofegante graças a corrida — Os exércitos de Esparta estão na entrada da capital prontos para invadir a qualquer momento!

— E os guardas? — Ayla perguntou.

— Estão indo até a resistência, mas não são o suficientes — explicou Maysie — Ayla, só há cem guardas ao total no palácio, os demais partiram com o rei!

Ayla arregalou os olhos assustada, com um número tão pequeno de soldados, o palácio, a cidade e até mesmo o reino inteiro seria tomado em questão de horas.

Ela perguntava-se como uma invasão poderia estar acontecendo no exato momento em que Alec partiu em expedição, ela não costumava acreditar em coincidências, então a ideia de que um motim dentro da corte estava sendo tramado há alguns dias com o rei de Esparta, alguém que queria de maneira direta ou indireta prejudicá-la. De súbito, um nome surgiu em sua mente.

— Catherine! — Ayla falou, ganhando novamente a atenção de Maysie — Me siga!

Ayla irrompeu no meio daquela multidão, enquanto Maysie segurava a própria espada em mãos, escoltando-a em segurança em direção ao lado sul do palácio, onde encontrava-se sobre a observação de Alec. Desde a descoberta de todas as tramas de Catherine, Alec a proibiu de manter quaisquer relações exteriores ou contato com qualquer um de seus "olhos e ouvidos" da Corte, porém, conhecendo a sagacidade da rainha mãe, ela não duvidaria de nada vindo dela.

Um príncipe para lady Ayla (Livro II) {CONCLUÍDA}Onde histórias criam vida. Descubra agora