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Anahí está vindo para minha casa jantar. Isso significa que há muito a fazer e preparar. Eu vou fazer o jantar dela, o que é uma loucura, considerando que eu não cozinho para uma mulher há anos. Isso vai pedir uma ida ao supermercado, com certeza. A primeira coisa da lista é o supermercado, que eu tento evitar. Eu costumo vir para a cidade algumas vezes por mês e carregar o máximo de mantimentos que eu puder.

Eu ando no supermercado em transe e já me sinto sobrecarregado. Eu tenho que admitir que, em Chicago, tínhamos um chef preparando nossos jantares. Eu pedia qualquer coisa que eu quisesse e era feito. Eu nunca gostei das coisas extravagantes que minha mãe pedia. Eu estava contente com sanduíches de queijo grelhado e batatas fritas, embora tenha sido mal visto como simplista.

Andando pela seção de produtos, olho em volta tentando decidir o que vou cozinhar. Eu nem sei por onde começar. Eu fico na frente das cebolas e coço a cabeça.

—Você parece perdido, — diz uma mulher idosa, encostada em seu carrinho de compras.

—Eu acho que você está certa, — eu respondo.

—Estas são as melhores batatas, — diz ela, apontando para as rosadas.

—Bem, eu tenho que fazer um jantar hoje à noite, e eu não sei por onde começar, — digo a ela. A senhora parece ser o tipo de pessoa que seria simpática a esses tipos de problemas.

—Entendo. É um jantar de família?

—Não, é para uma dama.

Seus olhos se iluminam e posso dizer que ela está intrigada.

—Oh, esse tipo de jantar! —ela diz com entusiasmo.

—Sim, senhora.

—Você não pode fazer errado com uma boa massa.

—Mesmo? — Estou muito feliz porque realmente sei como fazer isso.

—Ai, sim. Você pode ganhar o coração de qualquer mulher com macarrão.

A senhora anda pelo supermercado comigo e começa a encher meu carrinho. Ela coloca espargos lá, que eu reconheço, também cogumelos, chalotas12, que ela tem que explicar, macarrão vermicelli. Ela também pega um pouco de pão de alho da seção de padaria e pega alguns camarões da parte de frutos do mar.

—Você salvou o dia, — eu digo a ela, genuinamente grato que ela me ajudou. Agora eu só tenho que descobrir como juntar tudo isso.

—Meu prazer, — diz ela com um sorriso. Ela se inclina e agarra minha bochecha. —Você me lembra do meu neto.

—Obrigado. — Eu dou um abraço na mulher.

Eu tenho todos os ingredientes para uma refeição fantástica e decido pegar uma garrafa de vinho. Voltando para minha cabana, estou me sentindo bem. Fazer o jantar para uma mulher bonita é exatamente o que eu preciso, e até mesmo Shark parece exultante.

Ele enfia a cabeça para fora da janela da minha caminhonete e aprecia o vento em seu rosto peludo.

Esse passeio alegre para quando eu chego na cabana e encontro um BMW estacionado na frente. O carro está imaculadamente limpo em comparação a minha caminhonete, que eu nunca lavo. Eu sei de quem é o BMW, e não estou satisfeito.

Eu saio da caminhonete e abro a porta para Shark fazer o mesmo. Eu ando em direção ao BMW, a sujeira dos meus pneus ainda no ar. A porta do veículo de luxo se abre e meu irmão Tanner sai, vestido da cabeça aos pés em Ralph Lauren.

—Lugar legal que você tem aqui, — diz Tanner.

—Como você me achou?

—Mamãe me deu o endereço.

—E eu não sou grato por isso, — eu respondo sarcasticamente.

—Olhe para você. Eu nunca vi uma barba assim. — Ele está sorrindo, mas eu sinto que estou sendo julgado por viver do jeito que eu quero viver.

—Por que você veio aqui, Tanner? — Eu pergunto, indo direto ao assunto.

—Bem, estou passando o verão em Aspen e queria visitar meu irmãozinho. O que há de errado com isso? — Ele se inclina contra o seu carro.

—Meio estranho você vir sem avisar.

—Eu gosto de uma boa surpresa, — ele admite. —Mas parece que você não. Sério, mano, —Tanner diz, cruzando os braços sobre o peito. —Por quanto tempo você vai fazer isso?

—Fazer o que? — Eu pergunto.

—Fugindo como o seu Paul Bunyan.

—Muito engraçado, — eu respondo. —Esta é a minha nova vida. Eu não estou pedindo para você aceitar.

—Mamãe está chateada. Ela acha que você está perdendo aqui. Não deixe que essa merda com Diana faça você jogar sua vida fora. Você não precisa ficar fugindo disso.

—Eu não estou perdendo, e eu não dou a mínima para Diana, e não estou fugindo de nada. Pela primeira vez estou feliz, — respondo.

—Parece que você está no ginásio, — diz Tanner com uma risada. —Eu vou dizer a mamãe que você está se tornando um menino grande. — O tom de Tanner é condescendente e sufoco a vontade de jogá-lo em seu BMW e mandá-lo embora.

—Você também pode dizer à mamãe que estou feliz com o que estou fazendo.

—Por que você não diz a ela você mesmo? — Tanner responde, cruzando os braços na frente do peito. —Você está vindo para o aniversário, certo?

—Sim, e eu estou trazendo minha noiva.

De novo, algo sai da minha boca antes que eu tenha tempo para considerar. Eu ainda não recebi uma resposta definitiva de Anahí, mas neste momento, eu lhe ofereceria um milhão de dólares para vir.

—Estou impressionado. Mal posso esperar para conhecer a mulher da montanha.

Eu nem sequer dignifico sua declaração com uma resposta, e começo a caminhar em direção à minha cabana, virando as costas para ele.

—Estou feliz por termos tido esse encontro delicioso, — Tanner fala em minha direção. —Eu vou te ver em duas semanas.

Eu levanto uma mão no ar para dar adeus, sem me virar para ele novamente. Quando estou dentro, ouço as rodas da BMW deslizando pela estrada de terra. Ele definitivamente vai ter o carro limpo assim que ele chegar à Aspen. Os Herrera devem ter tudo imaculado.

Uma vez que ele foi embora, eu vou até a minha caminhonete para pegar as compras. Eu as levo para dentro, coloco-as no balcão e solto um suspiro enorme.

Não há espaço para erro e Anahí tem que dizer sim à minha proposta.

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Poncho preparando um jantar é a coisa mais amorzinho do mundo 🥰 acho que to apaixonada por um homem hahahha e vcs?

O homem da montanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora