Capítulo 11- ALFONSO

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HOJE À NOITE NÓS vamos jantar com a família. Alguém atire em mim.

Há tantos demônios para enfrentar, tanto dentro quanto fora de mim, e não estou ansioso por nenhum deles. Graças a Deus eu tenho Anahí ao meu lado, porque com ela aqui, sinto que sou forte o suficiente para fazer isso.

Quando chegamos à propriedade nos arredores de Chicago, pego a mão de Anahí com força. Compartilhamos um olhar terno, e não posso deixar de me surpreender com o efeito que ela tem em mim. Depois de passar tanto tempo juntos, parece que estamos realmente juntos e isso é bom. Eu me vejo desejando que não fosse tudo como um show.

—Estou nervosa, — diz ela.

—Não fique— eu coloco minha mão sob o queixo dela. Ela me mostra seu sorriso bonito, e sou dominado por uma vontade intensa de beijá-la novamente, mas me afasto. Vai ter que esperar.

Saio da limusine primeiro para poder estender a mão e ajudá- la a sair. Anahí parece absolutamente deslumbrante. Sexy como o inferno. Por um momento, acho que deveria ter comprado uma roupa que fosse um pouco menos reveladora, mas tenho certeza de que ainda estaria admirando e pensando em seu corpo.

—Alfonso! — Eu ouço uma voz familiar. Viro para os degraus de pedra que estão em frente à propriedade e vejo minha mãe vestindo um terninho e com pérolas. Seus braços estão cruzados sobre o peito. Sue é uma mulher intimidadora, mas eu me recuso a deixar que ela me alcance desta vez.

—Mãe, — eu respondo um pouco friamente. —Esta é Anahí Portilla, — eu digo, me aproximando dos degraus, certificando-me de mostrar meu sorriso de milhões de dólares em seu caminho. Eu pego a mão de Anahí e entrelaço meus dedos com os dela e percebo o quão natural é esse ato simples.

—Prazer em conhecê-la, — diz minha mãe, estendendo a mão fria, olhando para nossas mãos entrelaçadas. Há uma pulseira de diamantes no pulso que ela usa desde que eu era criança.

—Muito obrigado por me receber, — Anahí diz cordialmente.

—Seja bem-vinda. Entre. O jantar será servida às sete da noite em ponto, — diz minha mãe.

Sempre tão organizada, minha mãe. Tudo tem que estar na hora certa, e não aguento mais. Eu acho que a vida deveria ter um pouco de caos para ser apreciada completamente. Minha mãe não adere à teoria do caos.

—Você está bem, Alfonso, — diz Sue, levando-nos para a sala da frente.

—Obrigado, mãe, — eu respondo. O que ela quer dizer é que ela está satisfeita, eu coloquei um terno e barbeei meu rosto, e pareço o filho que deixou tudo para trás.

—Todo mundo está ansioso para vê-lo, — acrescenta ela, levando-nos para a sala onde somos recebidos por toda a família. Literalmente, todo mundo está lá, e é assustador. Eles estão sentados ao redor da sala de estar e assim que me veem, seus olhos se arregalam como se finalmente tivessem visto um fantasma. Eu aperto a mão de Anahí, dando-lhe um pouco de coragem.

—Olá a todos, — eu digo, tentando ficar o mais calmo possível.

Na verdade, sinto vontade de saltar da minha pele, mas na superfície, sou tão frio quanto o gelo, assim como o resto deles. É a máscara que a família Herrera usa.

—Olá, filho, — diz meu pai Richard, ficando de pé. Ele usa um par de calças e uma camisa branca de botão. Seu cabelo está mais grisalho do que eu me lembro e ele parece exausto. Eu sinto que estou olhando para quem eu teria sido se não tivesse me mudado para Montana.

—Olá, pai, — eu respondo. —Esta é a minha noiva, Anahí Portilla, — eu digo, falando alto o suficiente para toda a sala poder ouvir.

Todo mundo dá um polido oi e Anahí acena com a cabeça em reconhecimento. Eu nem sequer olho para o meu irmão Tanner, porque posso imaginar o olhar presunçoso em seu rosto. Eu não ouso olhar para a minha mãe também. Haverá bastante revirar de olhos na festa de aniversário, tenho certeza.

—O jantar está servido, — Georgia, a empregada diz.

—Obrigado, Georgia, — minha mãe responde.

O homem da montanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora