Qual é o primeiro pensamento que ronda sua mente quando você escuta a palavra " Natal"?
Talvez sua mente logo lhe leve a imaginar uma ceia farta, muitos presentes, uma data festiva para beber com os amigos. Mas não se iluda, o Natal é muito mais que...
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- Eu pensava que você era um anjo. - confessei a ele em um sussurro para que ninguém pudesse ouvir.
- Eu tinha uma doença terminal também, e ia escolher ficar no céu. Deus só havia me pedido para lhe levar, mas quando vi sua coragem em abandonar o paraíso para tentar levar mais pessoas para lá, dicidi fazer o mesmo. - ele contou sorrindo. - Minha sorte foi que ninguém percebeu que eu estive morto por uma hora, chega a ser engraçado.
Encarava ele admirado, ele podia ter sido feliz no céu, mas a sua bondade falou mais alto. Seu cabelo agora não brilhava e nem era branco, possuía uma coloração negra, sua pele também não brilhava. Ele era um humano comum, disposto a mudar vidas.
- Como você sabia tantas coisas sobre mim?
- Deus me contou tudo sobre você, querida. - ele falou com um enorme sorriso. - Me chamo Ashton.
- Obrigada, Ashton. - falei enquanto observava todas as pessoas sorrindo e abraçando seus familiares.
- Pelo o quê?
- Por me mostrar o verdadeiro sentido do Natal.
Ele pegou minha mão e apertou forte. Seu toque continuava a ser quente e acolhedor.
- Você sempre soube o verdadeiro sentido, sempre foi boa, o problema foi que você deixou as más situações da vida lhe tornarem uma pessoa fria e cética.
Suas respostas eram sempre tão elaboradas que me fizeram rir.
- Feliz Natal, Ashton! - falei sorrindo para ele.
- Feliz Natal, querida.
Naquela noite apresentei Ashton para minha mãe. Descobrimos que ele era órfão e que tinha feito dezoito anos há uma semana. Ele não tinha para onde ir, então minha mãe o convidou para ir morar conosco. Achei estranho a atitude dela, mas preferi achar que ela somente sentiu o quanto ele era uma pessoa bondosa e quis o ajudar.
Naquela noite eu vi várias famílias descobrirem o verdadeiro sentido do natal, presenciei vários pacientes sem esperança voltarem a ter fé, observei novos milagres começarem a acontecer.
O Natal tem o poder de mudar vidas.
Dois dias depois de ter refeito novamente vários exames, tive alta e já podia voltar para casa.
Começamos uma nova vida após aquela noite. Eu estava me dando bem com minha mãe e sentia mais amor por todas as pessoas. Ashton nos ajudava muito, apesar de ser somente um ano mais velho que eu, ele possuía uma sabedoria invejável.
Ele se declarou para mim duas semanas depois que saímos do hospital; foi algo lindo! Ele também mudou minha vida. Aquele era um relacionamento que eu tinha certeza que seria para a vida inteira.
Minha mãe estava feliz. Até arrumou um namorado! Ela nunca havia pensado nisso depois que meu pai nos abandonou. Me sentia feliz por ela ter conseguido conciliar o trabalho com as outras áreas de sua vida. Ela também passou a acreditar em Deus e ir à igreja.
Não digo que nossas vidas se tornaram um conto de fadas, pois isso é impossível, tínhamos problemas e dificuldades como qualquer outra pessoa, porém nossa fé nos fazia ter bom ânimo apesar de tudo.
A única coisa que nunca fez sentido é que quando fomos procurar os documentos do Ashton no hospital e no orfanato, não existia nenhum registro dele. Era como se ele nunca tivesse existido. Mas decidimos pensar que só haviam o perdido.
No fim tudo foi um milagre. O Natal mudou minha vida.
