Two

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Acordei cedo, era sábado, tinha que ir para a cafeteria, o movimento durante o final de semana era maior.

Aproveitaria para deixar o carro lá, como de costume, e iria a pé para a faculdade já que não era longe. Estacionei o carro em frente a cafeteria, entrei e aquele sininho irritante tocou como sempre, fui para trás balcão e bati o ponto.

[...]

A cafeteria ía fechar para o almoço e assim eu poderia trocar com Briana, era ela quem ficava durante o turno da tarde, estava limpando a última mesa quando ouvi o tilintar do sininho pela milésima vez esta manhã.

— Nossa, Briana, pensei que você não viria mais. — falei ainda de costas e indo para o balcão — Poderia ter pelo menos avisado que chegaria atrasada. — então, finalmente levantei o olhar, não era Briana...

— Parece que eu tive o infortúnio de encontrar o meu quase assassino! — falou.

Era ela... Pequenas lembranças voltaram à minha mente, o rosto dela... Mesmo sendo inundado pela penumbra da noite passada e sendo iluminada apenas pelos faróis do carro, mesmo sendo pouco, era possível ver expressão de raiva.

Eu estava certo... Olhos verdes e cabelo castanho, acabei chegando à conclusão de que ela ficava mais bonita ainda durante o dia.

— E parece que eu tive o infortúnio de encontrar a louca que fugiu do hospício! — debochei — Está me perseguindo?

— Na verdade, não. Costumo vir sempre aqui na hora do almoço. — devia ser durante o turno da Briana, pois nunca havia visto aqueles olhos verdes por aqui. Ficamos nos encarando até que o barulho alto do sininho se fez presente.

Por Deus, eu juro que quando ninguém estiver olhando eu irei arrancar esse sino infernal! Quem acabara de entrar pela porta fora Briana, ela olhou pra mim e se desculpou silenciosamente, assenti, desculpando-a.

— Amiga, pensei que não viria hoje por conta da sua avó. — Briana falou olhando nos olhos verdes da outra garota.

Eu estava sobrando ali e isso era evidente, porque nenhuma delas sequer olhara pra mim desde que minha colega de trabalho chegara. Briana era loira, de estatura mediana, olhos castanhos e usava óculos. Ela era uma boa pessoa, uma boa amiga e muito inteligente, ela me ajudava com um assunto ou outro do curso de direito.

— Vim justamente por causa dela. Ela quer um frappuccino. — falou soltando um sorriso frouxo — E eu quero um chá gelado de morango. — De repente me despertou uma enorme curiosidade sobre o que acontecera com a avó da garota para que ela não estivesse aqui, como a mesma havia afirmado que sempre está antes do almoço.

— Bom, eu vou embora, se não vou me atrasar para a primeira aula — falei colocando o avental no cabide e batendo o ponto — Até mais, meninas! tentem não sentir minha falta, ok?!

— Não se preocupe, Seb. Nós não vamos...

— Vocês têm certeza?! Eu posso ficar caso não for um incomodo. — Briana começou a me empurrar em direção da porta.

— Ai meu Deus, Sebastian! Vai logo embora, se ficarmos com saudade a gente te liga. Mas por enquanto nós não precisamos de você. — ela tentava fechar a porta na minha cara, mas era óbvio que ela não obteve sucesso.

— Mas é claro que você precisa de mim Briana! Mal sabe operar a máquina de gelo. Lembra da última vez?! Quebrou ela e teve que mentir pro chefe dizendo que a culpa foi de um pirralho. Pra sua sorte as câmeras não estavam funcionando! — suas bochechas ficaram vermelhas, sorri da cara de Briana e ouvi a outra garota rir perto do caixa. — É, acho melhor eu ficar. Parece que vou perder um dia de aula, que pena!

— Como se você fosse um aluno exemplar! — finalmente cedi aos empurrões desesperados da loira e ri dela. Como os outros, ela mal me conhecia. Passei pela porta e fiquei encarando a garota dos olhos verdes pelo vidro da porta, o olhar dela se voltou para o meu. Depois de um tempo ali perdido, olhei para a rua e comecei a andar para ir até a faculdade, pois se aquilo fosse um romance, eu definitivamente não estava disposto a entrar em um.

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⏰ Last updated: May 23, 2020 ⏰

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Plastic RoseWhere stories live. Discover now