Uma estranha amizade

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Capítulo 12

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Capítulo 12

     Para mim, pessoas transparecem o que são sem precisar dizer uma só palavra. Não estou dizendo que podemos julgar alguém pelo jeito de se vestir, longe disso, mas o que eu quero dizer, é que eu sempre vejo como as pessoas são apenas pelo olhar.
     Nesse exato momento, eu estou sentada na longa escadaria da casa do Matthew Espinosa esperando o Sammy aparecer e, para passar o tempo, estou a quase cinco minutos olhando um garoto do outro lado da rua comer um saco de bolachas recheadas enquanto escuta música. Eu sei que não tem nada demais nisso, mas vendo de longe assim, me deu uma enorme vontade de ir até ele e perguntar que horas são, mesmo que eu tenha um enorme relógio branco no meu pulso. Não tem nada intencional nisso, eu só queria apenas conversar e confirmar as minhas expectativas que nunca falham. Veja bem, quando eu vi o Sammy pela primeira vez, saindo do seu carro branco esportivo, todo arrumado e perfumado, de princípio eu imaginei que teria problemas com aquele cara e olhe só, vivemos num pé de guerra já faz dois meses, entretanto, ele se mostrou mais que um ser humano infantil e irritante que me detesta.
      Você deve estar se perguntando o que eu estou fazendo aqui na porta da casa do Matt? Bom, Sammy sempre me usa quando está no tédio e me arrasta para lugares diferentes, então hoje é o meu dia de arrastá-lo para um lugar, ademais, eu preciso de um motorista particular.
      Virando a rua em alta velocidade, avisto o carro branco do Sammy. Ele para o carro exatamente em minha frente e abaixa os vidros, logo, os seus óculos escuros.
      — O que faz aqui? — Me levantei.
      — Te esperando — Ele levantou uma das sombrancelhas.
      — Nunca pensei que escutaria isso saindo de você — Um carro buzinou para Sammy sair da frente, já que a rua era estreita e ele estava parado. — Entre no carro — Pediu e eu assim fiz sem questionar — Preciso buscar uma coisa que deixei aqui — Me olhou — Devia ter entrado e me esperado aqui, tenho certeza de que os meninos ficariam felizes, principalmente o Matt.
     — Vocês moram aqui? — Eu nunca soube se Sammy tinha uma casa própria, mas me lembro dele, ou um dos garotos, dizer que não moravam ali com o Matt na sua enorme casa.
      — Alguns podem dizer que sim — Entrou por um jardim — Cameron, Nash, Gilinsky e Shawn, por exemplo, vivem aqui. Todo mundo tem a sua própria casa, mas quando o Matthew completou dezoito anos, ganhou essa casa dos pais e ele tinha medo de dormir sozinho aqui — Estacionou o carro — E eu não o julgo, essa casa é enorme — Riu — Como estávamos no auge da Magcon, fazendo shows e showns um atrás do outro, Matt pediu para que todos ficassem aqui, como era mais fácil, ficamos — Saímos do carro já estacionado ao lado de outros de diferentes tipos — Quando tudo acabou, cada um seguiu a sua vida, temos o mesmo empresário, mas compromissos distintos. Ainda somos bastante próximos e eu sinceramente não quero mudar isso, mas eu precisava do meu próprio espaço, então comprei um apartamento aqui perto, porém sempre estou por aqui com os garotos ou no estúdio — Ou me "pertubando", eu quis falar.
      — A amizade de vocês é linda.
      — É... — Sorriu — Somos mais do que garotos que fazem sucesso na internet por apenas sorrir para uma câmera, somos uma família — A cada dia eu me surpreendia cada vez mais com o seu jeito.
      Chegamos na porta e quando eu pensei que ele bateria, ele apenas empurrou-a e saiu entrando. Logo na frente, na sala de estar, estava o Cameron sem camisa, de bermuda e meias coloridas, escorregando no creme de barbear derrubado no piso de mármore.
     — Eu nem me surpreendo mais — Sammy passou pelo Cameron fazendo um toque de mão com ele.
      — Mackezie! — Cameron correu para me abraçar, mas acabou se desequilibrando e caindo.
      — Isso daria mais views do que o que você estava tentando fazer — Falou Sammy com as mãos no bolso da calça jeans preta e um sorriso mínimo do rosto, que foi respondido por um Cameron adulto mostrando a língua.
      Ele riu e seguiu para as escadarias em formato de caracol, com um olhar, me chamou para seguí-lo e assim eu fiz.
     O segundo andar da casa, era composto por portas e mais portas, onde eu deduzi ser os quartos. Sammy prosseguiu até a penúltima porta branca do enorme corredor, retirou do bolso da calça uma pequena chave dourada e por um momento eu me perguntei o porquê dele manter esse quarto trancado, mas conhecendo o pouco desses garotos e do que eu acabei de ver no andar de baixo, as possibilidades de acontecer uma destruição em massa naquele ambiente, eram altas.
      — Esse é o meu quarto nessa casa — Adentramos.
      O ambiente era bem iluminado e organizado, com uma cara típica de ter sido organizado quando ele era mais novo, já que tinha algumas fotos e coisas de video games em uns cantos, mas o que predominava era as várias e várias caixas com ursos e outros presentes de fãs.
      — A quanto tempo você não vem aqui? — Passei dentre a estante que estava no meio do quarto, com dezenas de fotos dele e dos meninos.
      — Em festas eu acabou ficando por aqui — Se sentou na cama e franziu o cenho, logo levantou e tirou a coberta da cama — Então você estava aqui esse tempo todo — Murmurou ao encontrar um par de brincos prateado brilhante, claramente feminino.
      Não sei explicar o que eu senti, não foi ciúmes, mas os flashs da noite do aniversário do Matt retornaram em minha mente e eu me senti uma idiota por relembrar isso.
      — De quem são? — Perguntei tentando soar descontraída — Eles são bem bonitos — Me sentei ao seu lado na cama.
      — De uma pessoa — Os guardou no bolso — Vou devolver logo, assim ela para de me torrar a paciência — Riu como se lembrasse da garota.
      Eu consigo dizer com veracidade que eu não sentia nada forte pelo Wilk, nada ao ponto de me causar ciúmes, apenas não conseguia me afastar e o queria cada vez mais perto de mim e da minha boca, fora que, tenho a plena certeza de que ele sente o mesmo, nenhum ciúmes.
      O silêncio se instalou, pois eu não sabia o que dizer para não se tornar um momento constrangedor
      — Você acha que o Gilinsky ainda sente algo por você? — Ele perguntou com timidez, tomando cuidado com as palavras a serem utilizadas — Digo, ele te achava muito bonita e queria ficar com você, algo temporário — Ai! Essa verdade quase doeu — Não me interprete mal, mas você sabe que pessoas sentem atração por outras pessoas e isso pode não chegar a ser amor — Acenti com a cabeça e relacionei isso a tudo que vem acontecendo nos últimos dias, pois eu não conseguia mais negar o quanto idiota do Sammy Wilk era atraente e mexia com os meus hormônios, apesar de ser esquisita a situação e a gente pouco combinar um com o outro, a companhia dele se tornou divertida e eu me apaguei ao seu jeito, mesmo que noventa e nove por cento das vezes, nós dois estejamos brigando, eu consigo, hoje, dizer que ele é meu amigo. Entretanto, eu sei que amigos não se beijam, mas eu poderia dizer que a minha estranha e divertida amizade com esse famoso de cabeça oca, é diferente das demais, pois nós dois não gostamos o suficiente um do outro para dar o próximo passo depois de uns amassos e nem desgostamos um do outro o suficiente para deixar de lado tudo e cada um seguir a sua vida.
     Essa amizade que foi construída aos pouquinhos se tornou algo que não podemos controlar, principalmente a vontade que se instala em nós dois ao olhar para os lábios um do outro. Mas afinal, o que eu e o Sammy somos?
      — Acredito que não — Balancei as pernas de um lado para o outro feito uma criança — Ele conheceu alguém que substituí tudo o que ele sentia — Soltei um riso — Quando você está apaixonado, não importa o quanto um outro alguém é bonito e atraente, para a pessoa apaixonada, a única beleza no mundo está totalmente naquela que ele ama — Fiquei olhando para frente enquanto explicava o meu ponto de vista.
      — Você tem razão — Virei-me lentamente para olhar o Sammy e me assustei o quanto os nossos rostos estavam próximos um do outro e de como ele olhava profundamente em meus olhos.
      Foi impossível não olhar para aqueles lábios vermelhos e ter vontade de tocá-los, mas eu queria me parar e conseguir me segurar, só que fica impossível quando o outro não colabora. Ele se aproxima cada vez mais de mim e inclina levemente a cabeça para o lado, abrindo um pouco a boca, assim, sinto seu hálito fresco bem próximo de minha boca, mas quando os nossos lábios finalmente se esbarram um no outro, alguém abre a porta com tudo assustando ambos.
      — Você os encontrou? — Disse a Madison parada na porta com o olhar fincado no Sammy e em mim.

Mero Clichê 2Where stories live. Discover now