Um Largo Tempo

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— Ele está bem? — essa é a primeira coisa que eles ouvem Marinette perguntar, assim que recupera fôlego o suficiente pra falar.

— Ah sim, nesse primeiro momento, não notamos nada diferente, ele é todo perfeitinho. — uma das enfermeiras responde e pega algumas gases e passa a limpar delicadamente o pequeno bebê — Mas claro que ele terá que passar por mais alguns exames de rotina, e outros pra descartar qualquer possível lesão, devido a sua queda.

— Mas ele é tão pequeno, tem certeza que ele está bem? — Marinette volta a questionar, sem nunca desviar os olhos do bebê, e nem nota os olhares encantados que recebe.

— Sim mamãe coruja, ele está super bem ao que tudo indica, é normal que você tenha dúvidas, ainda mais com a sua condição delicada, mas agora nós vamos nos focar em te ajudar nesses primeiros momentos. — a enfermeira responde meiga e então vira seus olhos para Adrien, que assistia a cena todo bobo, sem conseguir acreditar nos seus olhos — Alias, você é o papai? Também vai ter que aprender muitas coisas, ainda mais que essa mãezinha está ferida, ela vai precisar de muita ajuda.

— Sim, acho que tenho que aprender muita coisa. — Adrien murmura perdido, sentia as pernas bambas e mal se aguentava em pé.

— Então, vamos cortar o cordão? Depois você pode segurar o bebê. — a enfermeira fala e já passa a preparar os utensílios naturalmente, sem ligar para o tom esverdeado que tomou conta do rosto do jovem Agreste —Agora você segura aqui, e corta bem aqui, nesse vão.

— Mas eles não vão sentir dor? Acho que não consigo, e se eu os machuco? — Adrien se afasta um pouco, sentia todo seu corpo tremendo, todo estresse e nervosismo que ele segurou até agora, estavam começando a tomar conta de si.

— Vai ficar tudo bem, garanto que eles não vão sentir nada, só faça como eu disse. — a enfermeira instruí com calma, compadecida com o nervosismo do rapaz.

Se sentindo mole e a ponto de desmaiar, Adrien faz o que a mulher pediu, posiciona a tesoura no local indicado, fecha os olhos e corta o cordão que ainda ligava mãe e filho, quando não ouve nenhum choro ou protesto, abre-os novamente; a enfermeira ri discretamente para não envergonha-lo, em todos aqueles anos, já tinha visto muitos pais desmaiando na hora do parto, mas nunca um que fechasse os olhos para cortar o cordão umbilical. O Agreste olha para Marinette, ele estava nervoso e sabia que ela também, aquele olhar tinha muitos significados, continha várias perguntas e expressava a mais profunda saudade; Adrien sabia que eles teriam muito o que conversar, mas no momento, tudo que lhe importava era o sorriso fraquinho que recebera da Dupain-Cheng, e o pequeno ser que estava sendo posto em seus braços trêmulos.

— Assim, agora você o segura com uma mão passando pelas costas e a outra dando apoio a cabecinha, isso. — a enfermeira o ajuda e mesmo sentindo um grande pavor, temendo derrubá-lo no chão, Adrien sustenta o bebê junto ao seu peito e se emociona ao sentir o calor do seu corpinho junto ao seu — Agora vá com a Eliza, ela vai te ajudar e ensinar a dar o banho dele, enquanto isso eu vou cuidar da mamãe.

— Você vai ficar bem se eu for, Marin? — Adrien pergunta preocupado, agora que o susto inicial passara, ele nota o quanto Marinette continua um pouco apática.

— Eu vou ficar bem, Tikki vai ficar comigo. — ela responde e a Kwami pousa em seu ombro esquerdo, e isso causa outro baque no Agreste, ele teria que lidar com mais essa descoberta mais tarde — Vá lá, Hugo vai ficar com frio se continuar sem roupa. Mestre, o senhor sabe onde estão as coisinhas dele?

— Sim, estão no outro quarto, venha Adrien. — Fu responde e sinaliza para Adrien o seguir, o que ele faz juntamente com a outra enfermeira, Eliza, seu pai e seus amigos — Marinette deixou uma bolsa pronta aqui, para o caso de uma emergência, vai encontrar tudo que ele precisa aí dentro, e aqui está a banheira.

Quando as Máscaras CaemWhere stories live. Discover now