Capítulo vinte e oito

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Jungkook P.O.V

Quando eu vi o carro de Taehyung partindo para longe da universidade ainda não tinha dado por mim que aquela merda toda estava acontecendo. Ele finalmente descobriu sobre a aposta, afinal, e da pior forma possível.

Quando eu voltei para o prédio, minha única vontade era de acertar Jimin com um soco, mas eu não seria justo com meu amigo por ter falado algo em uma hora errada, até porque eu concordei com a aposta há meses atrás, e se Taehyung não está confiando mais em mim nesse momento, isso era tudo por minha culpa!

Eu tive que deixar a universidade assim que voltei para dentro do prédio para pegar minha mochila, ignorando Jimin que pedia desculpas a todo instante e entrando no meu carro numa tentativa falha de fugir dos meus problemas, pois parecia que eles eram um complemento em minha sombra que me seguia eternamente.
Durante o trajeto pra casa eu tentava lutar contra as lágrimas de frustração, raiva e tristeza que eu sentia, mas fora inútil com tudo o que vinha acontecendo, desde que a doença de Jeonhee piorou e parecia que para ela estava sem saída.

Quando eu cheguei em meu quarto eu enfim desabei. Meus pais não estavam em casa, o que só me dava mais liberdade de gritar, chutar os meus móveis e socar as paredes. Quando eu vi a coleção de camisas e bolas de basquete que Jimin me dera mesmo eu tendo desistido da aposta, eu simplesmente rasguei tudo com minhas próprias mãos. Talvez tenha usado uma faca de cozinha para perfurar as bolas, e quem sabe eu tenha rasgado até mesmo as que não tinha nada a ver com as merdas que eu insistia em fazer de vez em sempre.

Não que eu esteja desistindo de ao menos tentar me explicar para o Kim, mas eu estava terrivelmente apavorado. Agora duas vezes mais. Minha única irmã está á beira da morte, com câncer, e meu namorado - ou ex, não sei - acabou de descobrir que para ficarmos juntos, antes eu tive que fazer uma aposta onde eu tinha a certeza que o teria em minha cama em troca de coisas fúteis que eu sequer me importo de verdade. Eu estava prestes a explodir, mas minha consciência me dizia a todo momento que eu só precisava dar um tempo para ele, e então eu poderia criar alguma coragem para ir atrás dele e lhe pedir desculpas.



No dia seguinte eu havia despertado bem antes do meu despertador apitar, mas fiquei deitado com os pensamentos no meu francês que deveria estar me amaldiçoando desde o momento em que fora embora ontem, até eu perceber que já havia perdido a primeira aula. Quando enfim me levantei, não me preocupei muito em me vestir corretamente para sair, mas ao menos eu não estava nu ou só de cueca, e pra mim isso já era o suficiente. Dirigi até a universidade sem pressa, já imaginava que ele não teria cabeça para vir até a uni e olhar na minha cara, mas eu estava decidido á ir encontrar Taehyung em sua casa hoje a noite, portanto não me preocupei com sua falta na aula.

Ao chegar no campus e entrar no primeiro prédio, logo me dei de cara com três de seus amigos alí. Reconheci Yoongi, mas os outros dois eu me esqueci do nome, mas também não me preocupei em perguntar. Já ia passando por eles sem cabeça para os cumprimentar como vinha fazendo nas últimas semanas pelo Tae, mas vi seu pai saindo do corredor que daria para a diretoria, vindo direto pra cá. Franzi o cenho rapidamente, até parei no meio do corredor afim de absorver o que ele poderia estar fazendo aqui, porque vendo como Taehyung estava se saindo nas aulas de artes é que não é.

O homem simpático e tão parecido com meu menino não carregava papéis nas mãos, nada além de sua pasta que ele usa pra trabalhar, então eu não fiquei tão preocupado como poderia ficar caso visse algo significativo da universidade em sua mão. Talvez ele só tenha vindo para avisar da falta do Taehyung hoje, porém, quando Ernandes passou por mim e não me disse nenhum bonjour sequer, nem mesmo olhou em minha direção - apesar de ele não parecer bravo ou coisa assim - meu coração voltou a bater como louco em preocupação.

Um bad boy em minha vida kth•jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora