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Johnny olhava novamente seu corpo refletido no espelho, o terno negro estava lindo, mas ele não queria estar usando-o numa ocasião dessas. O americano repetia a si mesmo que tinha que estar forte, pelo menos hoje ele não deveria chorar, ele tinha que se despedir de uma forma bonita do garoto que conquistou seu coração.

O enterro aconteceria em Osaka, cidade natal do japonês, e o grupo todo viajou para poder se encontrar uma última vez com o amigo, todos juntos. Nenhuma mídia sabia ao certo como ocorreu o suicídio de Nakamoto Yuta e porque o mesmo ocorreu, a vida dos membros era quase um inferno quando saiam da empresa, mas não é como se Johnny tivesse a mínima vontade de sair do quarto.

Taeyong, Ten e Jaehyun eram os únicos que ainda tentavam o tirar de lá, ou apenas o fazer companhia, nem que fosse para enxugar as lágrimas do americano. Ao adentrar o avião particular, Ten sentou ao seu lado e dedicou-se a destrair o amigo, contando coisas que o mais alto já não prestava atenção.

Ao chegar e sair do avião, Johnny percebeu a quantidade de fãs os esperando no aeroporto, seu coração apertou ao lembrar que nenhum deles tinha a menor ideia da verdadeira situação, mas, talvez, a falta de conhecimento é uma dádiva. Todos os vinte homens se encaminharam até os carros que os esperavam lá fora e a cada segundo o americano se sentia mais sufocado, ele só queria voltar ao seu quarto e assistir os animes que tanto o lembravam de Yuta.

Seo respirou profundamente e apoiou sua cabeça no ombro de Jaehyun, recebendo um carinho gentil em seu cabelo, apertou a coxa do amigo, em algum tipo de forma de agradecimento. Permaneceu em silêncio a viagem inteira, tentando imaginar qualquer cenário possível que o impedisse de viver esse momento, ele só queria voltar ao normal mais que tudo.

O carro não demorou a parar e isso frustou o garoto, ele não queria enfrentar a realidade em hipótese alguma. Jaehyun lhe lançou um sorriso de compreensão e o ajudou a sair do carro, murmurando que tudo daria certo.

A pequena sala japonesa tinha um grande quadro onde Yuta estampava aquele belo sorriso, o sorriso que fazia o coração de Johnny apertar e lágrimas encherem o canto de seus olhos, mas ele se segurou, precisava ser forte pelo menos naquele dia. A irmã de Yuta o cumprimentou com um sorriso forçado, a maquiagem quase não escondia os olhos inchados e as olheiras, mas o americano não estava muito melhor.

Seo se sentia culpado, de ver os familiares do japonês nesse estado e não ter conseguido salvar o amigo, ele deveria ter tentado mais, se esforçado mais, ter feito alguma coisa, ele deveria ter salvado Yuta, ele era o culpado. O americano se assustou ao receber um abraço apertado, ao olhar para baixo percebeu ser a mãe do japonês, a mesma possuia um sorriso meigo na face.

"Yuta sempre falava de você, de como eram ótimos amigos, eu fico aliviada de saber que meu filho ainda tinha alguém com ele, mesmo nos últimos momentos difíceis". A mulher falou em um coreano enrolado.

Uma lágrima solitária escapou de seus olhos, mas ofereceu um sorriso para a senhora, ela com certeza mereceria palavras bonitas mais do que ele.

"Yuta foi uma pessoa muito especial na minha vida, tenho certeza que ele ficaria feliz ao saber o quanto você se preocupava com ele. Nas poucas vezes que ele te mencionou, sempre falou sobre a ótima mulher que o criou e o quanto a amava". Johnny falou calmamente, esperando que a mulher o entendesse.

A mesma sorriu com os olhos brilhando por lágrimas e se despediu, indo comprimentar outros recém chegados. O americano sentiu uma mão em seu ombro, ao seu virar viu um certo chinês cabisbaixo atrás de si.

"Podemos ter uma conversa?". Sicheng falou baixinho.

Ambos saíram da pequena sala funerária e Seo finalmente voltou a respirar normalmente, nem percebera o quanto aquele lugar o deixara sufocado. Os dois se sentaram num banco afastado do local, perto de uma bela cerejeira.

"A culpa disso tudo é minha, não é mesmo?". O Dong começou, dando uma risada sem humor. "Eu deveria ter conversado com ele de verdade, eu poderia ter dito que ele era uma pessoa maravilhosa e iria achar alguém especial. Eu poderia ter impedido isso tudo, por que eu sou tão idiota e pensei que ele superaria com o tempo?!".

A fala foi interrompida pelas lágrimas do chinês, impedindo-o de continuar. Johnny suspirou e segurou a mão do garoto ao seu lado, ele podia não ser a pessoa mais perfeita do mundo, mas aquilo não era culpa dele, no fim, mesmo que doesse admitir, o verdadeiro culpado estava dento de uma urna nesse exato momento.

Não importaria o quanto Johnny tentasse, o destino de Yuta teria acontecido de forma ou de outra, ele estava fadado desde que se apaixonou pelo brilho infantil no olhar de um certo chinês. O americano apertou a mão do garoto ao seu lado, que soluçava levemente.

"Não é sua culpa, Sicheng. Não é como se você pudesse amar uma pessoa apenas porque ela te ama, eu tenho certeza que, lá no fundo, Yuta entendia isso... ele só não conseguiu aguentar a dor de seu coração partido". Seo concluiu com um pequeno sorriso, tentando trazer conforto para o mais novo, mesmo que ele mesmo precisava disso.

Dong o puxou para um abraço apertado, sussurrando desculpas e chorando no ombro do mais alto, enquanto Johnny apenas tentava acalmá-lo com um leve carinho na cabeça e dizendo que não tinha motivos para o chinês continuar nesse estado.

O mais alto se assustou ao sentir uma mão puxando-o para trás e não se surpreendeu ao ver Moon Taeil atrás dele, o americano não aguentava mais este homem.

"Parece que ficar roubando namorado dos outros é contagioso, já que você era amigo do Yuta e agora ta se jogando para cima do meu namorado". O mais velho falou, com um pequeno sorriso cínico brincando em seus labios.

Johnny respirou fundo antes de acertar um gancho de direita em Taeil, aquela realmente havia sido a gota da água. Aquele homem precisava acordar que Winwin não era uma possessão sua e, sim, uma pessoa com suas próprias vontades.

"Eu não acredito que eu preciso dizer isso para um hyung, mas eu irei. Você tem que parar de tratar o Sicheng como se ele fosse seu, ele é uma pessoa! Uma pessoa com as próprias vontades e desejos, uma pessoa que não precisa da sua aprovação para fazer algo que queira, esse seu comportamento só machuca as pessoas ao seu redor e, principalmente, ele. Vê se acorda e vira gente". Seo falou de forma alta e ríspida para o homem caido na grama com a mão pressionando a bochecha.

O mais alto saiu logo do local, não queria mais saber de nada envolvendo aqueles dois pelo dia, mas, pelo menos, se sentia um pouco melhor depois de falar algumas verdades para o coreano. Mesmo após a sufocante cerimônia, Johnny se sentia melhor do que quando chegaram e, pela primeira vez desde que tudo ocorreu, conseguiu dormir a noite inteira.



pru

eu sei que eu sumi kkkk me perdoem, mas eu estive ocupado com vestibular, formatura, viagens nas férias, procurar local pra morar PQ EU PASSEI NA UFSC KK em história pq sou um lixo comunista

enfim, como hoje é o aniversário do Johnny eu fiz esse presentinho para vocês, espero que tenham gostado, mesmo sendo bem maior que o costume, amo muito vocês

o final ta chegando, alguma teoria sobre?? se alguém tiver alguma por favor coloquem aqui e, pf, n desistam do nosso nene de Chicago, ele vai conseguir

beijinhos ;))

a n i m a l • yuwin  [HIATUS]Where stories live. Discover now