Capítulo 18

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Uma mão acariciava vagarosamente os meus cabelos, puxando-me de volta do repouso. Era May. A May real. Não imaginação. E tornava a minha manhã abundantemente prazerosa. —Wiliam, são oito horas. Eu tenho que buscar meu carro e viajar... Tenho aula amanhã. — Murmurou carinhosamente e continuou acariciando meus cabelos.
—Não vá. Fique comigo, estou com saudade... — Pedi matreiro —Eu só preciso ir embora terça. Posso perder a aula de amanhã e ficar mais com você. Fique comigo, vai... — Supliquei carente e abracei sua cintura e quadril, distribuindo beijos preguiçosos na barriga.
—Ah... Eu não posso... Não tenho desculpas para dar ao meu pai. Pelo jeito você pretende manter isso às escondidas, não? Além disso, Brandon está comigo. Como ele vai embora, se eu ficar?
Mesmo sabendo das dificuldades que nos rodeavam com relação ao nosso futuro e família, eu não tinha a intenção de namorar escondido. Esse ato não condizia com o sentimento de seriedade que gostaria de levar no nosso relacionamento. Minha família já estava longe. Poderíamos ficar tranqüilos, por um tempo.
—May, eu pensei direito e não pretendo namorar você escondido do seu pai. Você acha que ele está muito chateado comigo? — Continuei com os olhos fechados, amando a textura e calor da pele exposta. May usava somente roupas íntimas.
—Acho que não... — Respondeu incerta.
—Deixa eu me arrumar enquanto eu penso no que vamos fazer. — Pedi, levantei e tomei banho, depois lanchei o que ela preparou e deitei novamente com ela, absorto. Mesmo tendo voltado, uma pequena aflição ainda queria tomar-me quando eu pensava em nosso futuro. Temia estar lutando ainda contra a vida. O pessimismo me rodeava. Havia a chance de motivados por fatos familiares não resolvidos ainda pudéssemos nos separar
—Wiliam, o que está oprimindo você? — Ela abraçou-me ao me notar distante.

—Não sei... Queria que o tempo passasse logo... Queria ter acordado hoje com vinte e oito anos, casado com você, com meu futuro encaminhado, quem sabe com você esperando um filho nosso... Longe de problemas e, de preferência, que os fatores impeditivos já tivessem resolvidos. — Expus sonhador.
May sorriu alto, e eu olhei-a desentendido. —Muita coisa tá fácil. Casando comigo o seu futuro está garantido. Agora quanto a ter um filho, tá meio difícil... Nem fazer sexo você quis ontem à noite. — Brincou e sorriu desavergonhada.
Tranquilo, apoiei-me sobre o cotovelo e acariciei seu rosto. —Duas coisas. Você já me conhece, sabe que eu não quero as garantias do seu dinheiro ou do dinheiro da sua família. Eu quero conquistar o meu próprio. Agora, quanto ao fato de fazer sexo com você... É a minha May quem decide quando. A minha May pensante, não aquele corpo sem vida que estava sobre esta cama ontem. Eu não quero fazer sexo, quero fazer AMOR com a mulher que EU escolhi. Sexo, eu faria com qualquer uma, amor eu só faço com você. — Abracei-a e movi-a, colocando-a deitada sobre meu peito. —Sabe, Wiliam, sobre o fato de você não querer dinheiro da minha família, eu até entendo, só fico chateada com o modo que você fala. Caso você pensasse melhor e cedesse, seria o caminho mais curto para nós dois. Na verdade, seria muito fácil, mas muito fácil mesmo se você largasse tudo e viesse morar comigo em algum lugar... Assim casaríamos, teríamos filhos e seriamos felizes para sempre... — Abraçou-me feliz, mas parecia somente brincar. —... Eu até imagino nosso filhos correndo pela casa... Assim, seríamos os caipiras mais felizes do estado de Washington. — Comentou deslumbrada. —Mas... Como eu já disse, é um sonho teu que eu não vou matar. Na verdade, no que eu puder apoiar para você seguir em frente, eu apoiarei. — Disse encorajadora, em seguida voltou a sorrir. —Mas, você quer um controle remoto para adiantar a vida? — Brincou e me abraçou, referindo-se a um filme que assistimos certa vez, Click.
—Bem que eu queria um. — Retribuí ao abraço entusiasmado.

—Acontece, meu anjinho... — Ela afagou meu rosto carinhosamente. —... Que temos que viver a vida, viver o tempo certo de cada coisa. Já pensou o quanto estamos crescendo e aprendendo um sobre o outro nesse tempo? Você está aprendendo sobre si, sobre o nosso amor, está mudando a sua personalidade difícil... Está se adaptando ao meu mundo, como por exemplo: gostar do tipo de música que eu gosto e do tipo de festa que eu vou... Também estamos descobrindo os nossos desejos sexuais juntos...
—Quanto a essa parte já estamos bem adiantados. — Interrompi sorrindo, fingindo reclamar. Ela aproximou os lábios do meu e mordiscou, com um olhar sensual e um sorriso travesso.
—Isso, que eu sei que você quer, está muito mais perto do que você imagina... — Sorriu insinuante. —Muito perto mesmo... Na verdade, eu só estou seguindo os meus planos ainda porque eu quero que seja em um dia importante para nós... Um presente para nós dois... Enquanto isso, você não tem o que reclamar de não estarmos aproveitando, porque estamos e MUITO.
Coloquei a mão por dentro da sua blusa e acariciei a sua barriga. May devia tomar nota de que quando estávamos no quarto, para mim, era melhor que ela permanecesse sem roupa. Como estava quando acordei. Não precisava ter vestido essa blusa. —Ok, mas mudando de assunto... O que estava rolando entre você e o seu novo amigo estagiário? — Tentei soar casual, ocultando qualquer sentimento.
—Eu estava pensando em namorar ele. — Deu de ombros despreocupada.
—Gostou dele? — Continuei acariciando seu abdômen com os dedos, fingindo não me importar com a resposta.
—Ele é bonito. — Ela sorriu e mordeu os lábios, com olhar de criança arteira.
Encarei-a admirado com o seu comportamento. Ela estava tranquila e à vontade com o assunto. Então me preparei mentalmente para a próxima pergunta. —Você o beijou?
Ela sorriu alto, divertindo-se da situação. —Não vou falar! — Brincou. —Só quando você me revelar todos os seus segredos. — Chantageou.
—Tudo bem, também não queria saber. — Fingi pouco caso. —Não estávamos namorando mesmo.

Amor VS PoderWhere stories live. Discover now