33 - Segredo

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Era humanamente impossível viver sem a risada gostosa da minha princesa. Angelina era com certeza a minha terapia. Quando eu me sinto angustiada, ou melancólica, eu não penso nem duas vezes, é só ter ela comigo, nos meus braços, que o meu humor oscila imediatamente.

E, apesar da raiva que eu estava minutos antes, do Nate, por ter sido um idiota fofoqueiro, por ter agido daquela maneira asquerosa, e também do Cole, por ter sido tão imaturo e babaca, eu tinha a minha filha para me acalmar, era como se Angelina Sprouse fosse o meu Ritrovil.

Beijei sua cabeça, com uns resmungos dela, pois a mesma queria se divertir com os coleguinhas e me afastei daquele ninho de crianças.

Fui me sentar em uma mesa que não estava ninguém, porque eu não estava com cabeça nenhuma para embargar em um assunto, conversa, o que seja! A parada com o Cole já havia me desgastado demais aquele noite e apesar de ter praticamente me humilhado, indo duas vezes atrás dele, para dar algum tipo de explicação, eu decidi por mim que isso é idiota demais.

Primeiro, a transa com o Nate não havia sido em momento algum enquanto estávamos juntos, nós havíamos dado um tempo, na verdade, eu tinha deixado claro para ele aquele dia, que inclusive foi um dos piores da minha vida, que eu precisava ficar o mais longe possível dele, entretanto, ele me vem com aquela reação completamente imatura e infantil?! Logo ele, um homem extremamente sério, e que por muitas vezes calculista e frio, vem com uma reação dessas?

Mas é como já dizia Newton, para toda ação existe uma reação, porém a reação que equivaleu, foi estúpida, então Newton nem é tão gênio assim.

Sobre eu ter ido atrás dele duas vezes e ter levado um gelo as duas vezes, eu acredito que sim, foi burrice e humilhação demais. Todavia, eu não estava usando muito o cérebro, estava sendo emotiva demais, como sempre fui quando o assunto é Cole Sprouse, porém, agora, eu vou me priorizar.

Cansei de correr atrás, se a pessoa tacou o foda-se e não quis me ouvir, ela que se foda também, eu não estava sendo errada em momento nenhum, muito pelo contrário, ele que sempre é o idiota nessa história. Desde sempre!

Observo o sorriso gentil que ele esboça em seu rosto, após cumprimentar uma senhora de idade. Ele é um sonso! Com essa carinha de Executivo, rico e milionário, ninguém desconfia que seja um serial killer sequestrador.

Peguei uma taça de vinho em uma bandeja de algum garçom e bebi a metade em um gole só, frustada por pensar muito nele, sendo que o meu voto comigo mesma tinha sido esquecer ele pelo menos por hoje.

Desviei meu olhar dele e fitei minha filha, que estava segurando o seu mais novo presente e mascote. De repente vi lágrimas em seus olhos e me levantei imediatamente deixando minha taça sobre a mesa. Minha pequena correu com o animalzinho em mãos, e eu a segui, com passos rápidos.

- Moleu? -- perguntou ela, direcionada especialmente para o pai. Eu pouco me importava com a presença dele, ou pelo menos fingia, tanto para mim.

Cole não respondeu, apenas abaixou, ficando "na altura" da filha e depositou a mão em seu ombrinho.

Angie se virou rapidamente para mim, com as mãozinhas feito conchas, segurando o animalzinho e com seus rostinho vermelho de choro perguntou:

-- Moleu, mamã?

Fiquei olhando aquilo por um tempo. O pequeno animal não se mexia, a cabeça dentro do casco, as patas encolhidas e imóveis.

A PRISIONEIRA - sprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora