20 • evaporar

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n/a: a música do capítulo é um remix da música "sometimes" da Ariana Grande e está na mídia (let's be honest baby, whoosh).

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01.12. 2019

Às vezes (várias vezes) eu queria sumir.
Desaparecer.

E
va
po
rar.

Contraditoriamente à minha vontade de fluidez, poder mudar assim, oh, em um estalar de dedos, desapegar, eu queria pedir: será que você poderia não se esquecer de mim?

É muito querer que você acompanhe os meus movimentos, assim como a Lua continua seguindo o Sol? Mas e se eu fosse um cometa? Uma estrela candente? Você vai conseguir me alcançar na velocidade da luz?

Será que é pedir muito que você seja como trovão, mesmo que alguns segundos depois, sempre acompanhando o raio? Não que você não seja a luz de tudo isso, não é o que eu quero dizer. Aliás, eu não vou entrar na sua e começar uma discussão sobre quem é a luz disso.

Tudo isso é só uma metáfora.

Pois bem. Raio que nos parta, então. Aliás, não. Só me parta se for para minha metade encontra a sua. Aliás. Sem partidas, fica aqui mais um pouco.

Ah, até me esqueci, sou eu que quero ir, não é?

Acontece que hoje eu acordei deslocada, senti que minha cama tinha se movido e que já não seria possível continuar no mesmo lugar. Como aquelas cenas de desenho animado, sabe? A cama boiando no meio do mar, eu de pijama sobre o lençol agora meio úmido, umas gaivotas perigando bicar minha cabeça, a brisa tentando fazer um trabalho já feito pela noite de sono ao bagunçar meu cabelo.

Às vezes eu acordo assim, à deriva.
Com um desejo de nadar até uma ilha desconhecida.

Acordo querendo mudar tudo. Embalar todas as minhas coisas, doar o que eu não preciso, armário desmontado, mesa emprestada pra algum amigo que vai fazer um bom uso mas, fatalmente, vai deixar aparecer aquelas manchas de copo terríveis. E as plantas? O que eu faço com as plantas? Eu chego até ver a mala sendo feita, algumas roupas indo, várias não cabendo, várias não úteis para onde vou.

Para onde eu vou mesmo?

Lá eu deixaria de ser a garota que mora no apartamento da janela grande, dos vinis desorganizados. A vizinha que ouve música alta. A que sai atrasada pela manhã. Espera, isso eu ainda seria. Eu só não seria mais naquele lugar. Em outro. Mas, ainda assim, você lembraria de mim?

Mesmo sem as referências anteriores? Mesmo sem saber pra onde vou? Mesmo sem conhecer minhas novas metáforas, minhas novas mágoas, novas farsas?

O quanto você seria Lua por mim? Estrela cadente me perseguindo no céu? Trovão na minha tempestade?

E aí?

O quanto você conseguiria aguentar a minha volatilidade?

E se eu quisesse sair dessa cidade-sol? Me mudar pra algum lugar que não nos víssemos tanto?

Afinal, eu não caibo em mim mesma, em lugar nenhum. Talvez por isso queira estar em todos eles.

E você? Mesmo assim.

Você ainda lembraria de mim?

Ah,
verdade.

Tem sol em todos os lugares.
Preciso.
Bem observado


hello sunshine!

Obrigada por estar aqui de novo lendo "sol.". Eu, realmente, não faço ideia de quando eu vou encerrar essa obra. Escrever sol é como um respiro pra mim, quando eu menos espero as palavras me encontram como se soubessem que precisava delas, de sol. Por isso, eu tenho muita dificuldade de marcar o "concluído" e deixar "sol." de lado. Agradeço a vocês por também não deixarem essa obra de lado. Obrigada pelo amor que vocês deixam às vezes de forma silenciosa em voto ou em comentário, vocês são sol pra mim. Saibam disso.
Obrigada.

Beijos da Maria ❤️

sol.  • Jung HoseokDonde viven las historias. Descúbrelo ahora