Capítulo 18 - Do lado equivocado

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Lauren Jauregui's Point of view.

-Você não trouxe seu celular? Como você espera que a gente peça ajuda? - Camila perguntava para mim com impaciência.

-Eu até trouxe, mas ele descarregou quando eu estava mandando mensagem para a babá de Jack no momento em que saímos da casa na floresta.

-Caramba, Lauren... - Cabello falava batendo palmas como se eu tivesse feito algo de extraordinário. - Você já conseguiu se superar 300 vezes no pouco tempo que eu estou com você.

Eu não estava me sentindo muito bem naquela manhã por conta de uma tontura e também por causa de meu braço que estava doendo muito.

Camila Cabello's Point of view.

Lauren havia esgotado a minha paciência pela milésima vez naquele dia, se é que isso era possível. Agora estávamos em uma praça esperando que alguma alma viva passasse com um celular para que eu fizesse uma ligação para Dinah.

Olhei de novo para a mulher em minha frente e notei que sua cor passara do branco papel para um branco quase transparente. Notei que ela também estava suando frio e logo coloquei uma mão em seu rosto para medir sua temperatura.

-Você está com febre, Lauren. - A avisei assustada com o quão sua temperatura estava alterada.

-Estou? - Ela disse um pouco desnorteada.

Realmente algo de errado estava acontecendo.

Decidi desamarrar o pano que apertava seu braço no local do ferimento e vi que o furo que a bala fez em sua pele tinha infeccionado.

-Lauren, precisamos ir para o hospital.

-Hospital não e se me descobrirem? Não sei se aquele Joseph contou para alguém que a faca era minha. - Jauregui falava mesmo não estando no auge de sua consciência.

-Nem ele sabe que a faca é sua, apenas pedi que ele descobrisse de quem é o sangue e mandei manter sigilo. - Respondi a mulher em minha frente.

Alguém finalmente se aproximava e perguntei onde era o hospital. Vendo a situação de Lauren sentada no banco da praça, o homem prontamente ofereceu uma carona para lá.

Chegando ao destino, Lauren foi atendida com urgência e, ao ser questionada sobre de onde a mulher havia conquistado aquele ferimento de bala, disse que ela era a minha namorada e estava comigo quando eu entrei em um tiroteio por ser policial.

O médico aceitou a minha resposta e me disse que ela passaria por uma cirurgia para a retirada do objeto e depois seria internada por conta do pós-operatório e para tomar antibióticos com o objetivo de neutralizar a infecção.

Aguardei na sala de espera.

O hospital era pequeno assim como a cidade na qual estava inserido. Olhei meu entorno e pude notar poucas pessoas aguardando junto comigo, deduzi que a demanda de doentes também era pequena.

Dinah Jane's Point of view.

Havia dois dias desde que Camila me ligara pela última vez. Eu não sabia se isso era um sinal positivo de que ela estava aproveitando os dias longe da delegacia ou se algo de muito negativo estava acontecendo.

Cheguei à delegacia e de pronto fui perguntar para Normani se ela também percebeu o paradeiro de Camila.

-Sim, faz dois dias que não falo com ela. - Kordei respondeu fazendo uma expressão de estranhamento. - O que é estranho, porque ela não costuma desaparecer assim.

Refleti um pouco sobre as paranoias que invadiam minha cabeça e decidi que externá-las seria a melhor opção para que desaparecessem.

-Não sei se faz muito sentido, mas a serial killer também desapareceu.

-Você acha que tem alguma relação?

-Não sei. A Camila também não atende o celular e sua casa está vazia.

Normani refletiu sobre as minhas palavras para só em seguida me responder.

-Vamos fazer o seguinte: esperamos até o final do dia de hoje e se ela não aparecer alertaremos os outros oficiais.

-Ok, parece coerente. - Concordei tentando não pensar no pior.

Camila Cabello's Point of view.

Algumas horas depois, o médico voltou para me informar que tudo tinha ocorrido bem e que Lauren agora estava em um quarto disponível para visitas.

Segui até o quarto e me deparei com uma Lauren ainda desacordada por conta dos remédios. Esperei sentada em uma poltrona ao lado de sua cama.

Minha cabeça fabricava pensamentos freneticamente. Eu me perguntava se alguém, depois de dois dias, havia sentido a minha falta e agora estava me procurando.

Percebi que a mulher ao meu lado começou a se mexer vagarosamente na cama em que estava.

-Camila? - Perguntou abrindo os olhos com dificuldade. - Dá um copo de água?

Sorri ao perceber que ela havia acordado.

-Ok. - Levantei pegando um pouco de água em um filtro que se localizava no canto daquele quarto.

-O que aconteceu? - Questionou a mulher com os olhos verdes tentando identificar o local em que estava.

-Você começou a se sentir mal por conta do ferimento e passou por uma cirurgia. Agora está tomando antibiótico por causa da infecção que contraiu. - Respondi prontamente.

Lauren ainda não estava completamente consciente e, por conta dos remédios, sempre caía no sono dez minutos após ter acordado.

[...]

Por ter ficado ali o dia inteiro sem ter com quem conversar, resolvi ir lá fora ver a movimentação.

Lembrei da minha ideia de pedir o celular de alguém emprestado para que eu pudesse ligar para Dinah. Emprestei da primeira pessoa que passou diante de mim e, após ter discado o número da minha amiga e apertado o botão de chamar, logo pude ouvir a voz tão conhecida do outro lado da linha.

-Dinah?

-Camila? Você está bem? - Dinah perguntou com urgência.

-Sim... várias coisas aconteceram, mas estou viva. - Disse antes de ouvir a voz de Normani perguntando por mim. - Quando eu voltar para Nova York eu conto tudo para vocês.

Depois de falar com Dinah, Normani pediu o celular para também me fazer perguntas. Apenas disse que tudo estava bem e que não precisavam alertar ninguém do meu paradeiro.

Não contei sobre Lauren e muito menos que ela era a assassina, ainda que minhas amigas tenham pensado que a serial killer tinha me sequestrado pelo motivo de também estar desaparecida, o que não era um pensamento equivocado em sua totalidade.

Fiquei um pouco sentada em um banco na frente daquele hospital para refletir sobre o que eu faria com Jauregui agora.

Eu tinha descoberto quem era a autora de todos aqueles crimes, mas algo dizia que eu não conseguiria prender Lauren. Aquela mulher conseguiu me fazer sentir coisas que eu nunca pensei que um dia sentiria, mesmo eu não gostando de algumas de suas atitudes.

Gostar da Lauren Jauregui veterinária era algo que eu podia prever, mas gostar dela depois de ter descoberto seus mistérios definitivamente não estava nos meus planos. Decidi tomar uma atitude que poderia colocar em risco a vida e a liberdade de nós duas. Talvez eu me arrependesse no futuro, mas o presente era o meu foco.

MEN OR MONSTERSWhere stories live. Discover now