O Reino das Cócegas (Oficial)

1- O Despertar

Essa história começa em um império grande e antigo, o Reino das Cócegas, um lugar no mundo dos mortos onde os jovens e crianças menores de 18 anos são enviados para pagarem pelos seus pecados sofrendo torturas de cócegas, para que possam em fim ir para o Paraíso.

A sentença de cócegas de uma pessoa é relativa à gravidade dos pecados que ela cometeu em vida, e quanto mais pecados, maior o tempo. Governado pelo Rei-imperador Latio e pela sua esposa, o Reino das Cócegas é um império composto inteiramente por menores de idade, já que os adultos vão parar em um outro império, um muito maior e mais antigo, porém mais cruel.

As almas que são enviadas para cá recebem um novo corpo, idêntico ao antigo, porém com algumas diferenças: Ele não precisa comer ou beber, se regenera muito rapidamente, não envelhece e nem cresce mais, de maneira que o conceito de idade mínima foi totalmente esquecido e deixado de lado pela lei e pela comunidade, entre outras diferenças. Já suas mentes, têm suas memórias pessoais completamente apagadas, e só conseguem recuperá-las ao chegarem no Paraíso, depois de cumprirem suas sentenças no Reino das Cócegas.

Aqui as cócegas fazem parte do dia a dia das pessoas, onde estabelecimentos e equipamentos para fazer e receber cócegas estão por toda parte, de forma que muitos acabam gostando da prática e tomando como fetiche, assim como os que já o tinham, permanecendo por lá por quanto tempo quiserem, enquanto a grande maioria acaba indo ao Paraíso no mesmo dia em que cumprem a sentença.

A chegada ao Reino das Cócegas acontece em lugares chamados de cúpulas, terrenos pertencentes aos anjos do Rei Latio para onde as crianças e adolescentes que morrereram são enviados para começarem suas vidas pós-morte, onde devem cumprir suas sentenças de cócegas, um tempo que vai diminuindo à medida que a pessoa é torturada com cócegas ou recebe casualmente. Existe pelo menos uma cúpula para cada cidade do império, e a alma da pessoa vai automaticamente para uma cúpula de um lugar com o mesmo idioma e cultura que a dela.

A história começa em Costa Nobre, uma cidade costeira (de um rio popular) muito elegante que fica no centro-leste do país, Ésberon, esse que fica ao sudeste da Capital Real, que por sua vez é a sagrada capital do império e fica no centro do mesmo. Na Cúpula de Costa Nobre, uma tímida menina brasileira acaba de acordar de seu sono sem sonhos. E essa era Aline, uma garota de 15 anos que acabara de morrer, mas que não sabia disso. Na verdade, para ela, ela acabara de nascer. Aline tem bonitos cabelos loiro-escuros, pele branca, olhos cor de mel, e uma personalidade bem tímida, e um pouco carente, mas também muito curiosa, e aprende bem rápido.

Confusa, Aline abriu os olhos lentamente, percebendo que estava em um lugar totalmente desconhecido, mas bem bonito. Era um jardim. Um enorme jardim, cheio de plantas, rios artificiais, trilhas de pedras, árvores, um chão de grama recém-aparado, uma nascente encrustada em um pequeno morro, e um extenso muro de pedra de 2 metros de altura que cercava todo o lugar e separava a Cúpula do mundo exterior.

Após olhar ao redor, Aline se levantou como se fosse a primeira vez. O que é a mais pura verdade, considerando que ela acabou de possuir o seu corpo do mundo dos mortos, idêntico ao anterior, só que totalmente saudável e novo. Logo a garota percebeu que haviam outras pessoas no chão, dormindo como ela estava, a menos de 50 metros do local onde acordou. Sem saber o que fazer ou aonde ir, ela estava prestes a ir até os outros jovens adormecidos, quando de repente sentiu alguém lhe fazendo cócegas nas suas costelas, por trás.

Aline - Ah!!! Hahahahahaha!!!

E essa era Ária, um anjo mulher que trabalhava na orientação dos recém chegados, se apresentando para ela como gostava de fazer. Ária, assim como todos os outros anjos que serviam o império de Latio, não tinha asas brancas reluzentes ou um corpo super sensual. Como qualquer outro anjo, Ária era apenas um ser de luz, o espírito de uma mulher bondosa enviada do paraíso com um propósito importante.