Capítulo 15

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Jane Baker

   Observo às duas cicatrizes no meu dedo anelar e no mindinho lembrando de dois anos atrás. A conversa que tive ontem com o Edan sobre dar a ele uma nova chance não me convence, quando paro para pensar sobre isso tudo o que sinto é uma mágoa e um rancor inexplicável.

Tenho convicção de que não o perdoei todo esse tempo, se eu o tivesse feito não estaríamos fingindo ser algo que acabou há dois anos.

Termino de me arrumar e desço, encontro o Edan na sala com uma roupa casual. É final de semana e geralmente ele sai pra jogar golfe com o Dave, mas estranhamente ele está aqui.

Ele sorri quando me ver, seus olhos ficam confusos quando ele me ver arrumada.

— Vai sair? Preparei um programa matinal para nós antes de saímos para jantar com a Sandie e o Scott.

Mantenho a expressão neutra. Hoje é meu aniversário e antes de nós dois temos chegado a isso passávamos toda manhã juntos antes de saímos a noite.

— Preciso me encontrar com o engenheiro que irá me auxiliar na contrução. Estarei de volta antes do final do dia.

— Mas é final de semana, vamos pelo menos tomar café. — Insiste.

— Não. Já disse que estarei aqui antes do anoitecer.

Saio de casa indo até a garagem, tiro a chave do carro da bolsa e estou prestes a entrar nele quando sinto a mão do Edan no meu pulso me puxando para seus braços, sou pega totalmente desprevenida e meu rosto choca contra seu peito. Seus braços me circulam firmemente e ele beija o alto da minha cabeça.

— Feliz aniversário, Jane.

Fico calada enquanto ele me abraça e eu não faço nada além de ficar parada esperando ele me soltar. Fazer contato físico com ele se tornou um tipo de trauma psicológico que me congela.

Ele se afasta colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, acariciando meu rosto em seguida.

— Vou esperar você voltar. Preparei o seu bolo preferido para comemos agora de manhã, mas teremos tempo. Tenha cuidado dirigindo. — Seu olhar é genuíno e carinhoso.

Balanço a cabeça.

— Obrigada.

Entro no carro e saio da garagem vendo ele sumir a medida que me afasto. Solto minha respiração por completo quando já estou uma distância segura dele e da casa.

Minha manhã é tirada para dar entrada nos matérias de construções onde a metade virá da Coréia. De acordo com a minha planta o engenheiro tem uma visão ampla do que devemos fazer e isso facilita muito às coisas juntamente com os trabalhadores bem equipados.

Ouço meu celular tocar perto da hora do almoço, peço licença ao engenheiro e vou para longe atender.

— Daniel, oi. Eu estou cuidando do assunto que entregou em minhas mãos.

Ele ri.

— Estou orgulhoso de ter encontrado uma profissional que trabalha no final de semana. Como estão às coisas?

— Muito bem. Já fizemos o pedido das madeiras que virão diretamente da Coréia. Pelos meus cálculos em cinco meses sua casa estará pronta.

— Fico feliz. Você está muito ocupada agora ou pode almoçar comigo?

Verifico às horas no meu relógio de pulso.

— É claro. Me diga onde posso encontrar você.

Ele passa às coordenadas que me levam a um restaurante coreano no centro da cidade. O Daniel já está me esperando, ele levanta quando me ver chegar e nós dois trocamos um aperto de mãos.

Não CasadosOnde histórias criam vida. Descubra agora