II - Meta

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Chegando para mexer com o coração de vocês porque eu gosto. 

Atualmente a vida de Katsuki se resumia a trabalho

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Atualmente a vida de Katsuki se resumia a trabalho. Do alvorecer ao anoitecer o intento de chegar no primeiro lugar era o que ocupava a maior parte de seus pensamentos. Para ser o melhor ele teria que ser o mais popular, aparecer na mídia o máximo possível, estar em contato constante com os fãs e manter sua imagem impecável. Somente assim seria reconhecido e adorado. Não havia tempo a perder, tudo tinha que ser imediato. Contratos com grandes marcas, seu rostos estampado nas maiores e mais famosas revistas, o nome circulando nas notícias pela internet.

Katsuki tinha um objetivo e o alcançaria não importando o que precisasse fazer.

Ele havia se entregado de corpo e alma. A cada hora do dia, sem excessões ou descanso, e o preço era justamente sua vida em família, afinal ele não podia se dedicar integralmente a mais de uma área de sua vida (e o seu profissional estava excelente, obrigado por perguntar).  

Se como herói Katsuki era impecável e perfeito, como esposo e pai ele era lamentável, uma criatura digna de pena. Os fãs do Dynamight jamais se decepcionaram com a sua falta em algum evento, mas seu filho Eikichi perdeu dias ao lado dele. O fato era que quanto mais tempo ele passava lustrando sua imagem profissional, menos tinha para a família e sequer percebia o impacto disso. 

Perdeu a apresentação do filho? Sem problemas, ele se apresentaria tantas outras vezes, estaria presente nas demais. Não pôde sair com o esposo para comemorar o aniversário de casamento? Bastava levar flores e um pedido de de desculpas para se redimir. 

Em sua mente sempre haveria um outro dia, outra oportunidade para participar dos momentos importantes para a sua família. Ele estava seguro de que conseguiria lidar com tudo, alcançar seus objetivos . 

Até agora. 

Já não havia a certeza de um novo dia ou chance, talvez o último contato com Eikichi tivesse sido aquele último olhar, o que só aumentava seu desamparo e culpa. Não poderia sequer classificar aquilo como um contato, não havia comunhão ou sentimentos, apenas um breve momento em que se comunicaram em linguagem de sinais, alguns gestos com os dedos, um aceno de cabeça e só.

Sentiu-se sufocado com a possibilidade de não mais encontrá-lo. Precisava do filho, estar com ele, garantir que tivesse mais um momento, outras chances para dizer a ele o quanto o amava. Sequer conseguia lembrar de qual tinha sido a última vez em que passou mais do que dez minutos seguidos com ele. 

— Eikichi..., onde está você? — indagava para si mesmo, embrenhando-se na mata enquanto o buscava aflito. Não havia porquê gritar, ele era surdo, não escutaria; e naquele momento Katsuki amaldiçoou uma vez mais esse detalhe que tanto amargor lhe trouxe no começo. 

O medo se espalhava por todo o seu corpo como uma corrente fria e perturbadora. Todo seu equilíbrio mental como herói havia se esgueirado para fora de seu corpo no momento em que percebeu que Eikichi estava desaparecido. Logo ele que era treinado em resgates não conseguia manter o autocontrole suficiente para se acalmar e pensar de maneira  racional, embrenhando-se no bosque sem pensar duas vezes. Usavaa própria peculiaridade como propulsor para se locomover mais rápido.

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