Como nenhuma outra

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P.O.V. Bingley.

Por Deus! Ela sabia lutar e mais que isso.

O corpo, o cabelo, os olhos começaram a brilhar. Um brilho alaranjado.

—Não. Não! Respira. Respira.

Ela saiu correndo do salão.

—Por Deus! Ela é um demônio!

Contrariando toda a razão que possuía fui atrás dela. Estava caindo uma tempestade como nunca antes vista do lado de fora da propriedade.

P.O.V. Jean.

Eu corri pela floresta, na chuva e achei uma caverna. Me enfiei lá dentro, sentei e chorei.

—Porque isso tá acontecendo comigo? Meu pai não tem isso. Eu não consigo controlar. Quero voltar pra casa.

Estava tão frio. Eu tava ensopada, aquele vestido enorme não ajudava.

P.O.V. Lorde Bingley.

Não sou insano, eu sei o que vi. Vi o corpo dela brilhar. Foi difícil encontrá-la, a chuva não apenas apagou qualquer rastro que ela pudesse ter deixado como tornou as estradas um lamaçal. Depois de muito caminhar, eu a encontrei numa caverna. E não era o que eu esperava. Esperava encontrar uma ameaça e encontrei uma senhorita chorando, abraçando as pernas.

—Vá embora.

—Infelizmente não posso. Ou acabarei me afundando na lama.

Não pude conter minha curiosidade.

—O que houve com a senhorita, como fez aquilo?

—Posso dizer que não estou possuída e nem sou demônio. Se eu estivesse possuída ou fosse um demônio, você e os seus amigos não estariam vivos. Teriam morrido gritando.

Misteriosa.

—A senhorita percebe que... todos a conhecem, mas ninguém sabe quem a senhorita é.

—Eu sei. Isso é proposital.

—Como fez aquilo?

—Já ouviu falar em magia?

—Não existe tal coisa.

—É mesmo? Como você é bobo.

—Está me dizendo que aquilo foi magia?

—Basicamente. Mas, a minha é diferente da dos outros, também pudera. Sou a única do meu tipo.

—Existem outros que possuem magia?

—Sim. Mantenedoras do equilíbrio, as primeiras. Tem homem bruxo também. Não pense que é só mulher não. Isso é um erro comum. Sociedade machista de merda.

—Eu nunca vi uma tempestade como esta.

—Eu já.

Ela parou de chorar, secou os olhos e eu lhe estendi um lencinho.

—Obrigado. Bem, agora é hora de dar um jeito nessa chuva.

Após uma respiração profunda, seus olhos ficaram flamejantes e o mau tempo passou.

—Melhor. Minha mãe está aqui. É hora de ir pra casa finalmente.

Outra jovem mulher apareceu, jovem demais para ser mãe duma mulher crescida.

—Ai, Graças á Deus!

Elas se abraçaram.

—Como a gente volta?

—Caminhando. Pega a minha mão.

As duas deram-se as mãos.

—Levante o pé direito e pense no Internato.

Legacies New VersionWhere stories live. Discover now