Mistletoe

Capítulo Único

Mistletoe

História feita para Paola

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Bucky bufou irritado pela quarta vez dentro dos mais de 20 minutos de espera. Já era para os dois estarem a caminho da festa de natal dos vingadores, mas Sam Wilson ainda estava trancado no quarto. Lembrou de todas as vezes que Sam reclamou da sua demora para se arrumar e seria um prazer jogar isso na sua cara quando saísse do quarto.

A porta é aberta antes que pudesse bater e todas as palavras somem da sua boca. Ele tenta não ficar tão admirado com o homem incrivelmente cheiroso na sua frente mas é quase impossível. O perfume é tão doce e amadeirado que chega a deixar Bucky embriagado. Sam está vestindo um suéter preto de gola alta e um sobretudo cinza que o deixa ainda mais bonito, o que complica as coisas para o lado do soldado.

- Você... - O olhou de cima abaixo boquiaberto. Não sabia nem ao certo o que iria dizer, mas já havia começado então teria que terminar - Você não está nada mal.

- Essa é a sua maneira de dizer que eu estou bonito, Barnes? - Riu, passando por ele deixando o rastro do seu perfume.

Bucky respira fundo para se recompor antes de segui-lo até a sala. Sentiu-se ridículo ao passar pelo espelho e encarar melhor suas roupas: preto, com uma camiseta vermelho vinho para entrar no clima do Natal.

- Essa maneira de dizer que, para quem está atrasado, você ao menos está bonito. - Tentou miseravelmente elogiá-lo sentindo seu rosto corar levemente quando Sam lhe deu um sorriso. - Podemos ir agora?

- Para quem não queria ir a festa você está muito apressado. - Zombou pegando a chave do carro e o pote com os biscoitos que sua mãe tinha lhe enviado naquela tarde tendo que dar um tapa na mão do Bucky quando o mesmo tentou roubar um.

- Eu ainda não quero ir. - Respondeu massageando o local do tapa com uma careta de dor, mesmo Sam sabendo que seu tapa não tinha sido forte o suficiente para machucar. - Só estou indo por sua causa e pelos biscoitos deliciosos da dona Darlene.

Ele realmente não queria ir para aquela maldita festa de natal dos Vingadores e tinha milhares de motivos para não querer ir, Sam sabia de todos mesmo que ele não o contasse. Então saber que Bucky estava se esforçando para ir em um lugar porque sabia que Sam ficaria contente deixava ele sentido-se feliz. Custava para ambos admitir mas sentiam-se confortáveis quando estavam juntos. Na verdade, os dois estavam em uma fase bastante confusa. Bucky conhecia Sam como ninguém, porque nos últimos anos os dois eram a companhia um do outro. Então, querendo ou não, Bucky sabia todas suas manias, todos seus filmes favoritos, conhecia sua rotina diária e sabia que Sam gostava, secretamente, de comédia romântica - mas nunca admitiria isso. Também conhecia todas as suas músicas preferidas - até porque foi forçado a ouvi-las durante muito tempo.

Começou a ter uma certa conexão inexplicável entre os dois. Bucky não sentia-se mais constrangido em acordar no meio da noite depois de um pesadelo e encontrar Sam sentado na cozinha lhe esperando para conversar caso quisesse. Apesar de serem de épocas totalmente diferentes, Sam parecia um dos únicos a compreendê-lo, além do Steve. Porém, a conexão que tinha com o Steve era diferente com a que estava se formando com o novo Capitão América.

Era algo grande e único que se formava ali. Wilson se surpreendida todas as vezes que descobria algum detalhe de Barnes que o deixasse com menos cara de assassino, como quando descobriu que ele amava gatos e cozinha incrivelmente bem. Sam o via como Bucky Barnes, não como o Soldado Invernal, e ele gostava disso.

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Ao ver todos ali reunidos, rindo, bebendo e conversando, Bucky começou a se sentir um pouco deslocado, como tinha certeza que ficaria. Uma música natalina tocava bem baixinho pelos altos falantes e se não tivesse sentindo-se um pouco perdido em meio aquelas pessoas poderia até achar o ambiente confortável. Sentiu-se como um pequeno floco de neve perdido e solitário. Até Sam chegar segurando duas taças de vinho na mão e um sorriso simpático no rosto.