Aconteceu em dezembro.

Capítulo 2.

Chegar do trabalho cansada já tinha virado rotina, achar um homem enorme na minha cozinha, não. 

Eu tinha entrado dentro do meu apartamento, e não tinha percebido nada de estranho. Desfiz o meu coque de trabalho, tirei o salto e subi um pouco a saia para poder andar mais livremente. Fui para a cozinha atrás de um copo de água, e travei quando percebi que Dominick estava na minha cozinha. 

Fiquei dividida entre sair correndo e perguntar o que diabos ele estava fazendo ali, e fui com a segunda opção.

— O que diabos você está fazendo aqui, Dom? 

— Ah, sua irmã me deixou entrar. — Dom me disse, o seu sorriso com covinha aparecendo, e me deixando ainda mais confusa. Os seus olhos desceram para as minhas pernas, me deixando superconsciente do meu estado. Dom inclinou a cabeça um pouco, talvez para ver melhor? 

— Minha irmã? Lucy? — eu franzi a testa, totalmente perdida. O que a minha irmã tinha feito?

— Sim, ela me deixou esperar aqui dentro. — ele se virou para o fogão, depois de balançar a cabeça, e eu juro que senti o meu sangue subir para o meu crânio. Que tipo de mundo paralelo era esse?

— Aqui? Por quê?

— A minha chave quebrou na porta, e o chaveiro vai demorar a chegar aqui, e Lucy foi gentil o bastante em me deixar esperar por ele aqui dentro. Tudo bem? — perguntou, mas como estava prestando atenção ao que estava fazendo, não percebeu o meu desespero. 

Dom estava completamente à vontade na minha pequena cozinha, e essa visão era de tirar o fôlego. Eu com certeza usaria esse cenário mais tarde, mas isso não vinha ao caso. Minha irmã era louca de deixar ele entrar? Eu era louca por ter gostado de chegar em casa e ter encontrado ele? Dom era louco por ter aceitado?

— Onde está a minha irmã? — perguntei, tentando manter a voz calma. Por que ele parecia tão bom?

— Ela não pode esperar por você, teve que buscar a filha na escola. Eu não sabia que você já era tia. — havia algo totalmente erótico no fato dele estar completamente focado no que estava cozinhando, e ainda manter uma conversa comigo. Eu estava entrando em pane.

— Tenho dois sobrinhos. — passei a mão pelo meu cabelo bagunçado, torcendo para não estar piorando as ondas dele. — O quê você está fazendo? 

— Lucy me disse para ficar a vontade, e como vou ter que esperar por um bom tempo, resolvi fazer o jantar para nós dois. Você não se importa, não é?

— Não, não, imagina. Eu só vou… — apontei na direção do corredor, e Dom me dispensou acenando com a mão. 

Cheguei no meu quarto praticamente correndo e me sentei no chão ao lado da porta, Dom estava fazendo o jantar para nós dois. Eu acho que estava ficando louca.

Como que pulamos de ser meros vizinhos que fazia pequenas conversas no corredor para isso? Não podia me esconder no quarto para sempre, não era totalmente louca, por isso troquei de roupa rapidamente e antes de enfrentar Dom novamente, liguei para a minha irmã.