Eu sou estes versos,
a cada estrofe termino uma vida.
Uma parte da minha vida que não foi vivida.
O culpado? O tempo!
Tempo, maldito tempo,
ele vai e cá eu fico.
Aqui se vai uma vida,
usada sem ser usada.
Quantas possuo?
Quantas vierem a percepção!
Mas não te enganas,
a fantasia é limitada e desgastada
e a raiz do desgaste é o próprio tempo.
O maldito tempo!
Como o tal desgaste dito aqui pode existir?
Uma breve resposta socrática seria o suficiente.
Toda a falta das faculdades mentais se resume a isso,
toda a falta remete ao dito filósofo.
A ironia é o tempo,
tempo este birrento,
ao mesmo tempo que a minha vida para no tempo,
o tempo anda e anda e anda.
Minha vida, em inércia, anda aos passos do tempo.