Minha vida fora do BDSM

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 Era por volta das três da manhã quando chegamos em minha casa. Entramos pela sala. O conduzi para a cozinha.

_ Está é a sua casa?

_ É. Moro aqui desde os dezoito. Minha família é bem independente, diferente da sua. Cada um faz o que quer e precisa do seu próprio espaço. Escolhi esse aqui. 

_ Você mora aqui sozinho?

Afirmei _ Vamos comer algo. Só tem café da manhã as seis, eu não costumo chegar tão cedo, por isso a  Cila não está acordada ainda.

_ Cila? É sua empregada?

_ Sim.

_ Não sabia que você era rico.

_ Um pouco.

_ Por que você queria tanto ser um mestre do prazer?

_ Porque eu gosto de BDSM.

Havia café na cafeteria, e abri a geladeira pegando pão, vinagrete, queijo e presunto dispus sobre a mesa. Também suco, leite, pasta de amendoim. Fiquei confuso.

_ Eu não tenho nem idéia de que tipo de comida você gosta _ reparei _ Fica a vontade _ apontei a geladeira aberta.

Depois de pegar uma fruta e iogurte, ele a fechou e sentou a mesa comigo. Comíamos em silêncio. Chequei as mensagens no meu celular. Respondi as mais urgentes. Olhei a caixa de e-mail, face, Instagram, Youtube, Messenger e desliguei o celular para ele não me interromper até eu acordar, terminamos de comer.

_ Vem conhecer o meu quarto. Está cansado?

_ Um pouco.

O meu quarto tinha uma porta de correr feita de vidro do tamanho da parede, de frente para a piscina e para o mar logo à frente. Visto do meu quarto, dava a impressão que a piscina e o mar eram um só.

_ Isso é lindo.

Escovei os dentes, entreguei uma escova de dentes nova para ele. Sempre tinha uma para visitas no meu armário. Tirei minha roupa e deitei na minha deliciosa cama com colchão d'água. O olhar do JP me acompanhou. Ele entrou no banheiro e fechou a porta. Acho que dormi.

JP dormia ao meu lado, levantei o lençol para vê-lo de cueca. Engraçado, ele é tímido! Levantei sem fazer barulho e vesti um calção. Na cozinha tinha café fresco que peguei. A manhã não prometia sol e calor, mas ainda estava quente do dia anterior e o sol aparecia radiante nas frestas das nuvens. Era muito cedo, ia voltar para a cama, mas ouvi um choro. Segui o barulho até a piscina. Sentada numa cadeira na beirada, segurando um copo cheio de whysk da garrafa na mesa ao lado estava minha ex namorada do colégio. Acho que esqueci de pedir as chaves de volta.

_ Naome.

Seu olhar veio para mim, mas ela permaneceu imóvel _ Karl _ sorriu _ Você está bonito.

Inclinei o meu corpo para beijar o seu rosto _ Você não deveria estar aqui. O que aconteceu?

_ Tudo _ fez silêncio olhando para a piscina.

Sentei no banco ao lado _ O que você está fazendo aqui?

_ Eu quero voltar.

_ Mas faz quatro anos que nós terminamos, você quis o fim.

_ Mas você continua sozinho.

 Seu olhar veio para mim e em seguida o seu corpo também. Fui forçado a deitar pelo seu peso sobre o meu corpo na cadeira de praia. 

_ Eu não estou sozinho, Naome. Nunca estive. Apenas não era fixo. Sei que você também não esteve sozinha. A vida seguiu.

Sua boca com gosto de bebida entrou na minha, como há quatro anos antes dos seus amigos de faculdade nos separar. Enfiei os dedos nos seus cabelos, na nuca e finalizei o beijo _ Você tem que ir. Estou com visita e você vai me complicar.

_ Tem uma puta no seu quarto?

_ Não é uma puta, nem você _ cortei _ Vou te levar em casa.

Ela assentiu e levantou de cima de mim. Quando levantei o JP estava nos olhando.

_ Eu posso explicar.

_ Não precisa, eu ouvi tudo de dentro do quarto. Você volta logo?

_ Não é longe. Vai me esperar?

_ Vou.

Naome não falou nada, mas a sua postura mudou. No carro ela me devolveu as chaves.

_ Você tá saindo com um cara?

_ E daí?

_ Você é gay?

_ Parece que sim, não é?

_ Se eu soubesse eu não... Desculpa ter ido na sua casa.

_ Tá tudo bem. Espero que você fique melhor. Terminou a faculdade?

_ Sou advogada.

_ Boa sorte _ sorri.

_ Para você também, com o seu garoto.

Ela me abraçou quando o carro parou, seguiu para a casa dos seus pais.Fiz o retorno, consciente de que todos pensariam que eu sou gay, de agora em diante. Não sei se isso era tão importante para mim. Acho que não.

O JP conversava com a Cila quando eu cheguei. Abracei ele por trás e beijei sua têmpora, entregando as chaves da Naome para ele. A Cila nos deixou sozinhos.

_ Você é sempre tão assediado por mulheres?

_ Sem falar da minha mãe e irmãs?

Ele entendeu sem muito alarde. Passou as mãos pela minha cintura nua e alcançou a minha boca em um beijo breve, antes de me levar, pela mão, para o quarto.

No quarto, ele me empurrou na cama, e veio por cima de mim. Beijou minha boca e acariciou minha leve ereção sob o tecido. Desceu beijos demorados pelo meu pescoço, barriga, puxou meu calção e beijou o meu ventre, percorreu o meu membro com a língua até chegar na ponta. Sua boca explorou a sensibilidade da ponta do meu pênis ereto,  me enlouquecendo de desejo. Só aí começou o vai e vem e, eu tentava resistir para não gozar tão fácil. Era uma luta e tanto. 

Como aquele rostinho de anjo podia enganar tanto?

Sua língua brincava com o meu juízo, percorrendo o comprimento, independente da posição dos lábios. A forma como ia me chupando exigia meus gemidos. E eu segurava os gemidos que eu conseguia, não todos.

Ele prosseguia inabalável, olhava para mim com seus olhos azuis, me provocando.

Subiu para os meus lábios quando eu gozei, o meu gosto estava na sua língua. Meu coração batia feito louco e o meu corpo se recuperava.

_ Foi o melhor oral da minha vida _ afirmei ofegante.

Sorriu lisonjea.

Desci pelo seu corpo para chegar no seu pênis. Ele já estava bem excitado, estremeceu ao toque da minha língua, que deslizei pelo comprimento, como ele fez antes. Girei a língua pela glande e insisti lambidas até o buraco da uretra, acariciando a base. Desci a boca pela extensão, trazendo-o todo para minha garganta. Brinquei com a língua como o senti fazer.

Suas reações me divertiam em secreto. Seu rosto corado e as mãos agarrando o travesseiro por baixo da sua cabeça. Era gostoso sentir o seu corpo tremer no prazer gerado por mim. Mas ouvir ele me dizer o meu nome no seu ápice, foi indescritível.

Beijei a sua boca, com o seu gosto na minha. Nossos gostos se misturaram naquele beijo. Puxei o seu corpo junto ao meu, passando o braço por cima, em um abraço, ficamos assim, até passar a sonolência.

Emprestei um calção de banho para o JP e nadamos na piscina até cansar e a fome bater. Depois do almoço, tomamos banho juntos e, ele vestiu sua roupa para voltar para sua casa. 

Sádica 2Where stories live. Discover now