Capítulo 1: Conversando com as flores

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Todos conheciam seu nome, todos faziam questão de agradá-lo a todo momento. Mesmo ele não demonstrando muito seus sentimentos, dava para perceber seu claro desconforto. Era um encontro entre as seitas aliadas, o salão se encontrava muito bem decorado e a maioria já se encontrava em seu lugar esperando o início da reunião. Como as grandes seitas, GusuLan não poderia faltar e como o líder da seita, Lan XiChen, conhecido como a Primeira Jade de Lan, não pode comparecer, então seu irmão, o cultivador HanGuang-Jun, conhecido por 'Estar onde o caos está' participava da reunião como representante.

Essa era a primeira vez que a Segunda Jade de Lan ia a um evento daqueles e não estava familiarizado com aquela quantidade de pessoas em um lugar só. Estava há alguns minutos sem fazer nada apenas observando o lugar e rejeitando educadamente os convites para passeios e outras festas. Sua paciência para bajulação sem sentido estava no limite e a reunião principal ainda ia começar, e por isso, não podia ir embora. Um fato curioso sobre um alfa como Lan wangji é que ele consegue distinguir cheiros à uma longa distância e isso às vezes ajudava, mas também era muito irritante, pois sentir o cheiro daqueles ômegas desesperados por atenção era horrível. HanGuang-Jun decide ir ao jardim para respirar um pouco de ar puro e vê uma cena que o deixa ao mesmo tempo confuso e alegre, de uma forma estranha. Olhando para longe, no jardim repleto de rosas, ele vê uma pessoa engajada em uma conversa com uma das flores, como se elas pudessem compreender. Quando percebe Lan WangJi já se aproximou, então acaba ouvindo um pouco da conversa.

"Você é uma flor muito sortuda, seu cheiro é muito bom! Fico imaginando que se eu tivesse um, qual fragrância seria?"

Depois de ouvir isso, o alfa percebe que desde que viu essa pessoa não sentiu cheiro algum. Naquela reunião só haviam alfas e ômegas cada um com seu cheiro característicos, uns fortes demais e outros muito doces, mas esse pequeno ser à sua frente, que ainda não se deu conta da sua presença, não possuía nenhum cheiro. Quando estava prestes a se aproximar, o menor levantou e girou ficando de frente para o alfa que ficou sem reação. Sua expressão de seriedade morreu e deu lugar ao espanto, jamais havia visto alguém tão sujo mas ao mesmo tempo lindo. Quando ainda estava longe e não tinha conseguido ver direito e não soube identificar o gênero, mas agora viu que se tratava de um garoto, um pouco mais baixo que ele com os cabelos castanhos e compridos passando de sua cintura com uma pequena parte amarrada por uma fita vermelha. Suas roupas eram grandes demais para seu tamanho e maltrapilhas que o faziam parecer ainda mais miserável. Contudo, não tirava a beleza singela de seu rosto. Sua pele, por mais que estivesse suja, passava um ar de maciez e suavidade e seus olhos eram grandes e brilhantes de um tom de azul que não existia no arco-íris.

De repente o pequeno desconhecido cai em si e fica assustado. Ele se vira rapidamente com a intenção de sair dali, porém seus passos são detidos quando uma mão forte pega seu braço o segurando com força. Ele novamente se vira e olha nos olhos do alfa com lágrimas nos olhos, pois já foi maltratado muitas vezes, mas não queria apanhar desse que parecia muito forte. O maior levantou sua outra mão e ia em direção ao seu rosto, mas no mesmo momento, o pequeno se encolheu esperando o golpe. Ele estava num lugar que não deveria e invadiu sem permissão o jardim principal. Ele só queria ver as flores, mas agora ia pagar por isso. O pequeno esperava o golpe e quando não sentiu o mesmo, levantou o rosto e percebeu que o alfa estava apenas arrumando a fita de seu cabelo. A situação era estranha e se sentindo confuso, olhou para o maior com dúvidas, mas não deixando de ter medo, falou apressado:

"Me desculpe senhor, irei imediatamente voltar até o estábulo. Eu juro que ninguém mais me viu, sei onde é o meu lugar. Eu não estava invadindo, por favor não me bata!" - Falou de forma apressada e meio sem fôlego. Não querendo irritar o alfa à sua frente, ele tentou mais uma vez correr, mas seu braço ainda estava sendo segurado pelo desconhecido. - "Senhor?"

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