CAPÍTULO 02

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Conforto era algo que Cristian não sentia, mas não deixava nada transparecer, seu pai também não dava indicação alguma do seu humor, o silêncio habitual do carro foi quebrado, no momento que eles chegaram à mansão do Volkov.

— Faça o pedido no final do jantar, depois vamos embora!

Disse Conegon entregando a ele uma pequena caixa preta, já tinha visto ela no cofre, era o anel de casamento usado pela sua avó e em seguida pela sua mãe. Cristian pegou a caixa, e em seguida o motorista abriu a porta do carro, seu pai saiu primeiro e ele foi logo atrás. Subiram as escadas juntos e não demorou muito para que encontrassem Iuri Volkov a porta da casa, junto da mulher loira, muita bonita, Cristian ponderou mentalmente se a noiva ia ser loira também.

— Conegon, Cristian... Sejam bem-vindos!

Iuri falou medido, sabia esconder suas reações, seu pai respondeu no mesmo tom, ele apenas forçou um sorriso discreto, porém educado, não era um homem de sorrisos. Entraram na mansão, tudo parecia muito bem organizado, desde a sala espaçosa com arranjos postos estrategicamente, até os garçons que vieram até eles servindo vodca e champanhe.

— Disse para não fazer nada muito grande Iuri.

Conegon disse apreciando a vodca que foi servida.

— Não é sempre que recebo visitas como vocês e Rosely adora preparar essas coisas.

O homem falou sentando-se e a esposa, como uma boa mulher submissa, todas as mulheres da máfia eram assim, pensou Cristian estafado, ele se sentou ao lado do pai, também tomando um pouco de vodca, implorando mentalmente que tudo aquilo acabasse logo.

— Onde está sua filha, Rosely?

Cristian viu seu pai se dirigir calmamente a mulher loira a sua frente, ela sorriu educada.

— Na verdade, filhas, já estão descendo.

Não passou despercebido o rápido franzir de cenho do seu pai, claramente aquilo estava fora dos planos, Cristian meditou.

— Filhas?

Conegon sabia que Iuri tinha duas filhas, só que uma não estava mais com eles.

— Sim, chegou hoje de Nova York. Podemos conversar a sós Conegon?

Iuri falou, parecia levemente preocupado, mesmo escondendo, sua postura corporal ficou tensa. Cristian nunca ligou muito para os Volkov, justamente porque só tinha filhas, elas nunca assumiam a frente das máfias mesmo, pelo menos não na Rússia.

— Boa noite!

Todos se viraram para trás ao ouvir a saudação educada, encontraram duas mulheres na soleira da sala, uma loira, de olhos verdes, rosto delicado e a cópia da mãe pelo que podiam perceber, mas a outra, não tinha nada haver, pelo contrário, era o oposto da irmã, tinha os cabelos castanhos, um rosto em um formato doentiamente perfeito, tendo como brindes grandes olhos azuis e lábios carnudos.

— Boa noite.

Conegon respondeu, seguido por um coro. Enquanto as duas andavam até eles, Iuri foi até elas, ficando entre as duas. O Herovrisk junto do pai levantou-se, as encarando e Cristian avaliou a morena, ela tinha tudo de diferente da loira, por isso atraiu sua atenção, não era só aquele tipo de beleza clássica notável, rosto simétrico sem qualquer sinal de imperfeição, mas era sua postura, a forma como aqueles olhos azuis não se baixam nem se mostravam intimidados.

— Essa e Sacha. — Iuri indicou discretamente à loira e a morena em seguida. — E essa é Rose, o motivo deste jantar.

Cristian avaliou mais uma vez, discretamente a mulher que agora sabia ser a sua noiva. Ela era pequena, mas aquele vestido azul mostrava o quanto estava em forma, na verdade, parecia realmente comestível. Absteve-se desses pensamentos, fixando-se em seu comportamento, apesar da delicadeza evidente seu rosto, que era expressivo, e nesse momento só dava indicações de controle, mas aqueles olhos continuavam o inquietando.

Um MafiosoWhere stories live. Discover now