Fall Again

23.

Hillary Smith

Assenti com a cabeça e dei passagem para ele entrar, nos sentamos no sofá e ele joga um jornal na mesa de centro, olho em seu rosto sem entender do que se tratava. Pego o jornal e leio a manchete principal que era a que mais se destacava.

Cantor Michael Jackson é flagrado com outra mulher em um dos restaurantes mais caros de Londres. Onde está a mulher que o acompanhava na coletiva de impressa? Tudo se passava de uma farsa? Amantes? Dinheiro? Interesse? Ou amor?

Lágrimas descem ao meu rosto ao ler e ver a foto de Michael com Susan, eles pareciam felizes e eu boba demais esperando ele voltar para Los Angeles para nos amarmos como nunca.

- Eu te avisei sobre esse cara, eu te disse que ele era um...

- SAÍ DA MINHA CASA AGORA.

- Não adianta você me expulsar ou me bater, eu não vou deixar você sozinha nesse estado - olho em seu rosto com fúria mas logo me acalmo por ele ter dito isso.

- Eu só não consigo entender o por que de você se preocupar tanto do meu relacionamento com Michael - limpo minhas lágrimas já me recompondo olhando em seu rosto.

- Porque eu sou seu amigo e sempre vou estar aqui com você, eu sempre saio como o errado da história mas eu só estou a protegendo desse mal caráter.

- VOCÊ NÃO FALA ASSIM DELE, ELE É UM BOM HOMEM.

- Como você é ingênua Hillary, ele te traiu com outra e você ainda o ama?

- Eu ainda não consigo entender o por que de você estar se intrometendo na minha vida.

- Porque eu te amo - olho perplexa em seu rosto, me levanto e ele faz o mesmo, ele coloca uma de suas mãos em minha nuca olhando no fundo dos meus olhos - Hillary, eu sempre amei você desde quando a conheci e desde então eu só quero o seu bem - eu apenas o encarava sem reação alguma - Me dê uma chance - disse ele por fim.

- VÁ EMBORA DA MINHA CASA AGORA ANTES QUE EU CHAME A POLÍCIA - ele assente com a cabeça e vai embora.

Me sento no sofá olhando novamente para aquele jornal, eu sentia ódio, raiva, tristeza e angústia. Eu não conseguia acreditar que ele foi capaz de me trair com aquela mulhe, eu fui muito tola ao acreditar em suas palavras. Seco minhas lágrimas pois ouço os passos de Cloe ao descer da escada.

- Você está bem Hillary? Eu ouvi a voz do tio Austin - ela caminha até mim segurando sua boneca e se senta em meu colo.

- Eu estou bem e acho que você está escutando vozes, o tio Austin não esteve aqui em casa.

- Você mente muito mal, eu escutei vocês dois brigando - seu olhar estava cabisbaixo, mas ela era muito nova para entender o que estava acontecendo.

- Eu estou fazendo um bolo delicioso de chocolate, o que você acha de me ajudar e depois lamber a colher? - essa era uma das coisas que Cloe amava fazer quando nossos pais eram vivos, ela saltita de alegria e fomos para a cozinha terminar de fazer o nosso bolo.

...

O nosso bolo estava pronto, o coloco em cima da mesa junto com os pratos e dois copos com refrigerante, Cloe se senta em sua cadeira e eu a sirvo com um pedaço do bolo, quando eu iria me sentar a campainha toca, minha irmã se levanta rapidamente e abre a porta. Ela pula nos braços de Beatrice que a enche de cócegas, peço para Beatrice entrar e Cloe sobe para o seu quarto nos deixando a sós.

- Quer um pedaço de bolo? - ela assente com a cabeça e se senta na cadeira.

- Austin me contou o que aconteceu.

- Você vai ficar do lado dele? - só de escutar seu nome eu já ficava nervosa.

- E você vai ficar do lado de Michael?

- Isso é assunto pessoal e que irei resolver com o Michael, agora vocês dois ficam se intrometendo na minha vida. Austin só está fazendo isso sabe por que?

- Não.

- Ele disse que me ama, mas infelizmente eu já não amo mais ninguém e não quero voltar a amar nunca mais - Beatrice permanece em silêncio.

- Sabe Hillary, eu não consigo acreditar que Michael foi capaz de trair você, no dia em que ele me chamou para conversar sobre você ele parecia tão apaixonado.

Beatrice

Thomas abre a porta de trás e entro dentro do carro, olho para o meu lado esquerdo e vejo que Michael Jackson estava ao meu lado, tomo um pequeno susto pois não havia notado sua presença.

- Prazer, eu sou Michael.

- Prazer, eu sou Beatrice Scoot.

- Você é amiga de Hillary Smith?

- Sim.

- Pode me dizer o que aconteceu de tão urgente para ela voltar para Los Angeles?

- Além de vocês dois se desentenderem, um amigo de Hillary e Cloe veio a falecer no hospital por conta do câncer, foi a irmã de Hillary que achou o garoto já morto no bebedouro.

- Nossa, qual o nome do garoto?

- Andrew.

- Ele já foi visitar meu rancho, mas enfim, Hillary estará no cemitério? Preciso conversar com ela.

- Sim, esteja lá, tenho certeza que ela irá precisar de um ombro amigo, o senhor a ama muito, dá para ver em seus olhos.

- Com certeza, eu nunca irei fazer mal a ela, eu só quero ama-lá acima de tudo.

- E você Hillary ainda o ama?

- Mesmo com tudo isso acontecendo eu ainda o amo, mas é melhor nos afastarmos para ninguém sair machucado nessa relação - o telefone toca, com certeza era Michael e eu não iria atender.

Michael
31 de Julho de 1988
Cork, Irlanda.

Eu havia acabado de chegar no hotel, eu estava exausto e preocupado, já iria fazer mais de uma semana que Hillary não atendia minhas ligações e eu não sabia se eu teria feito algo de errado. Mas eu teria que fazer algo para saber se estava tudo bem entre nós dois. Levanto da cama e começo a arrumar as minhas malas, sigo para o elevador, chego na recepção e devolvo a chave do quarto em que eu estava hospedado, vários repórteres estavam ao lado de fora me enchendo de perguntas, mas eu não presto atenção em nenhuma delas, entro no carro que me aguardava e seguimos em direção ao aeroporto.

Hillary
2 de Agosto de 1988
Los Angeles, Califórnia.

Eu estava seguindo muito bem a minha vida sem Michael ao meu lado, a raiva que eu sentia foi sumindo aos poucos, confesso que eu ainda sentia sua falta mas eu precisava tirar ele dos meus pensamentos, isso era necessário. Eu e Beatrice não tivemos mais contato com Austin, nós nem o vimos na vizinhança ou no seu trabalho, ele havia sumido. Abro a porta ao escutar a campainha tocar.

- Thomas?

- Senhorita Smith.