A Banda mais linda da cidade

1° CAPÍTULO

Esse capítulo aqui tá pronto a tempos, então revolvi postar de uma vez. Ele vai ficar para vocês apontarem erros  que eu tenho certeza que existem. Então sejam sinceros de uma forma educada.

Beijos grilinhos

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SEMPRE TIVE a sensação de que faltava algo em mim. Eu sempre procurei alguma coisa na qual eu fosse bom o bastante para me completar. Sim, eu fui o tipo de pessoa que testou de tudo. Futebol, teatro, vôlei, pintura, escultura, remo e até um pouco de lacrosse. Nada nunca encaixava do jeito que eu esperava. Mas quando ganhei uma bateria de presente do meu pai aos 10 tudo mudou. Depois disso não precisei mais testar nada. A música me completava como nada mais tinha feito.
Fiquei semanas trancafiado no quarto tentando aprender a tocar. Isso foi provavelmente a melhor coisa que poderia ter acontecido. Depois disso eu aprendi vários outros instrumentos, e até aprendi um pouco de canto. Mas nada substituiu a bateria e sua importância na minha vida.

— 10 MINUTOS MENINOS.

— Já estamos indo, Ellie.

Quando formamos a Cappuccino nunca imaginei que começaria a questionar meu amor pela música. Não me entendam mal, eu realmente amo tocar e receber todo esse carinho dos fãs, mas a verdade é que parece que a qualquer momento eu vou explodir com tanta pressão.

- Relaxa cara. Só mais três shows e vamos estar em casa.

Darel era a única mente "intacta" da banda no momento. Todo mundo estava na merda nas últimas semanas.
Tanto tempo longe de casa e da família afetava a todos, por mais amor que tenhamos a isso.

- Eu juro que precisamos de uma folga muito grande dessa vez ou vou pirar. - Kylie diz enquanto afina a guitarra.

- Qual é gente, até que é legal vai.

- Não é que não seja legal, Erin. Mas...

Começo, mas não consigo termina.

- 8 MINUTOS MENINOS.

Nós olhamos e rimos. Às vezes acho que Ellie pensa que somos surdos. Talvez seja porque nunca escutamos ela de verdade.
Ellie foi a primeira a acreditar em todos nós e nunca vamos esquecer isso. Ela viu talento em cinco meninos brincando de serem os Beatles.

- Não se preocupem galera. Eu sei que tá todo mundo esgotado e precisando de um psicólogo - Darel diz rindo - mas vocês sabem que no final vale a pena.
Quando elas gritam os nossos nomes e fazem juras de amor eterno, tudo parece passar, mesmo que por um momento. Quando subirmos naquele pouco, vamos dar tudo de bom que temos dentro de nós.

- Caraca, que discurso do caramba, Darel. Ainda bem que temos você.

- Se não tivéssemos teríamos desistido no primeiro ensaio.

- Não sei se podemos chamar aquilo de ensaio, Ayden.

Eu não sei bem quando tudo começou, mas quando decidimos montar a banda nunca imaginamos chegar onde estamos. Na verdade, Erin era o único que acreditava.
Muita coisa aconteceu em dois anos. Não sei como, mas explodimos internacionalmente de uma hora para outra. Atualmente já estamos na 2° tuor mundial e já pensando na próxima.

E é por isso que ando tão mal.

Eu não queria ser assim. Quer dizer, as nossas fãs dão todo o amor do mundo 'pra' gente, se dedicam de uma forma maravilhosa. Eu só quero retribuir da melhor forma possível o tempo todo, e talvez esse esteja sendo meu problema. A inalcançável perfeição.

- 5 MINUTOS MENINOS!

- Ok, acho que essa é a hora que a gente sorrir e faz eles felizes. 'Vamo' lá gente - Digo já levantado, enquanto os meninos arrumam os instrumentos.
No começo da banda as pessoas sempre achavam que eu era o cara da guitarra e do canto, o "líder", mas nunca foi assim. Darel sempre foi o mais sensato e pé no chão da banda. Não existe ninguém melhor que ele para ter esse título.

O show é contagiante como sempre. Apesar disso, todas as vezes que subo no palco tenho emoções diferentes. Tolo é quem acha que com o tempo você se acostuma. Você nunca se acostuma. Até hoje não entendo porquê toda essa gente nos ama.

Os próximos shows, e últimos da tuor, também são alegres, apesar do tom de despedida. Depois do último show que acontece na Alemanha, eu pego um voo de volta para casa. Já faz quase 6 meses desde da última vez que estive lá. Antes da tuor fazemos um milhão de entrevistas e coletivas, e durante a tuor, e depois da tuor... Eu realmente me questiono se quero isso para sempre.

Depois de horas de vôo finalmente estou em casa. A Austrália nunca perde seu encanto mesmo depois de tantos países visitados.
Eu menti para mamãe e Andy, minha irmã. Jurei a elas que só conseguiria voltar para casa daqui uma semana. Apesar de tanto tempo longe um dos outros nossa família é muito ligada. Andy é mais velha e está em uma escola de artes fazendo um curso de qualquer que envolve dança e essas coisas que ela gosta.
Foi assim, eu fiquei com a música e os instrumentos, e ela com a coordenação motora e todo o resto.

Chego em frente a casa na qual "moramos" a alguns meses. Essa é outra coisa boa sobre minha profissão. Agora temos dinheiro de sobra para termos o luxo que quisermos. Mesmo que mamãe não goste tanto.
Bato na porta ansioso. Que vontade de abraçar as duas. Mesmo tanto tempo longe eu sei quem ira abrir a porta.

- ISAAC!

Não tenho muito tempo para raciocinar só sinto o baque quando já estou no chão. Andy sempre foi a mais espontânea da família, nunca se contém.

Quando vejo já estamos de pé novamente e ela continua aguarrada a meu pescoço. Saio de seu aperto e vou abraçar a pessoa de quem mais sinto falta em toda a viagem.

- Que saudade desse abraço meu amor. Como está grande. Tem certeza que foram só seis meses?

- Os mais longos, mãe.

Entramos em casa os três abraçados e sei que vão querer saber sobre tudo, então antes mesmo de fazer o relatório que elas vão me pedir subo para o meu quarto e deixo todas as malas pela cama e vou tomar o tão sonhado banho.

Espero que esse tempo em casa me ajude a decidir o que eu realmente quero. Cappuccino ou uma vida normal?

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Esse primeiro capítulo é mais curto mesmo. Eu só queria dar uma ideia de como a banda é e funciona. Lembrando que apesar de Isaac ser o principal, os meninos não vão ser esquecidos no churraco.

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