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Postei apenas uma foto daquele dia e desejei-lhe toda a felicidade do mundo na mídia e nunca mais quis falar no assunto. Tivemos após o término das gravações de fazer várias aparições, dando sempre a entender que continuávamos amigos, sempre um defendendo o outro e era real, tentei com todas as minhas forças enviar para trás das costas o meu sentimento para que não me corroesse , a equipa ajudou bastante, não sei o quanto sabiam ou se alguma vez imaginaram algo diferente do que nós passávamos para fora, mas também não tinha interesse, passei aos meus encontros fugazes e a dedicar-me com toda a intensidade aos projectos que tinha em mãos, o sucesso pode subir à cabeça mas sempre tive os pés na terra e desde que me preocupasse mais com os outros do que comigo, seria sempre o mesmo Sam.
Um dia fui chamado a directoria da Starz havia algo a propor, fui, quando entrei na sala Caitriona também estava ali, linda como sempre, já fazia algum tempo que não nos víamos, estava mais madura pensei. – olá  love como estás?
- Muito bem e tu? – olhamos um para o outro adivinhando o que ia na cabeça de um e de outro, silenciosamente perguntei : sabes do que se trata? Ela respondeu com o olhar: não nem sequer imagino.
- Sam, Caitriona, pedimos que viessem porque temos propostas, o sucesso da série está ao rubro como sabem, desde que atingimos o mercado americano a bolha explodiu e queremos mais…  queremos envolver quem conhece os personagens, na sua construção e quem melhor que vocês.. Os dois, não é? Que dizem a  ser mais uma aquisição para a equipa de produtores de Outlander?
Eu podia ter gritado ali, mas que porra é esta, agora é que nos dão poder? Olhei para Caitriona que olhava para Jeffrey atónita, separou os lábios como se fosse dizer algo muito crítico, mas senti a mudança num click, abriu um sorriso.
- A sério Jeffrey? Isso é muito bom! – olhou para mim – não é Sam?
-É.. obrigada Jeffrey é uma honra. – tardia mas uma honra, pensei, era uma honra muito bem vinda há 5 meses atrás. Caitriona tocou na minha perna apertando o meu joelho.
-Estamos muito felizes, sim nós conhecemos os nossos personagens como ninguém vai ser bom podermos ajudar na sua construção no ecran, nós, eu e Sam já tínhamos falado sobre isso., não foi Sam?
-É…  foi…  falamos muito sobre isso.. Estamos felizes por finalmente se terem lembrado que podíamos ter opinião. – não queria ter usado um tom tão duro, mas não consegui melhorar o tom de voz. – mas sim vai ser muito bom. Isso vai ser colocado no nosso contrato e em termos monetários?
-Ah claro irão receber por mais essa tarefa. – disse Jeffrey.
- Claro! – abanei a cabeça em concordância. Coloquei as mãos nos braços da cadeira para me levantar, se ficasse mais um minuto ali poderia partir a cara ao homem. – então quando tiverem tudo pronto avisem. – voltei-me para Cait, - vens?.
- Sim, sim vou, bem então é como Sam diz, avisem quando houver papelada para assinar.  E vermos a fundo os termos do contrato.  Obrigada mais uma vez Jeffrey. – Saímos lado a lado da sala, assim que a porta se fechou Sam rodou nele mesmo e com uma cara furiosa:
- Que merda é esta?
- Não gostaste? – ela olhava para mim não entendendo o meu martírio. – não te estou a perceber – fomos andando, saímos do edifício e fomos caminhar pelo parque à frente, depois de umas passadas largas percebi que ela quase corria ao meu lado.
- Cait, se esta conversa tivesse acontecido há 5 meses atrás não precisavas de te ter casado com Tony, poderíamos ter revisado as condições do nosso contrato, não entendes,  poderíamos ter ficado juntos. – ela estava parada com os braços estendidos ao longo do corpo de cabeça baixa, quando me ouviu falar olhou para mim com os olhos semicerrados.
-Não acredito, não acredito que seja isso que viste. Sam quantas vezes te preciso dizer eu casei porque quis com Tony eu amo-o, eu casaria com ele de novo se fosse necessário, não voltes a misturar as coisas.
- Cait mas… tu disseste que me amavas, eu…  tínhamos resolvido tudo entre nós se estes tipos tivessem falado connosco mais cedo. – tentei agarrar-lhe as mãos mas ela desviou-se.
-Não.. Quantas vezes tenho de te dizer não, o Tony não é uma tábua de salvação, é uma escolha, uma decisão minha só minha, não deriva de efeitos colaterais, eu decidi casar-me com ele por amor, Sam. Chega! Não quero ficar zangada contigo temos muito pela frente muitas responsabilidades connosco e com uma equipa inteira, tudo depende do nosso bom relacionamento…  diz agora aqui Sam, diz…  acabamos por aqui, vamos dizer que não conseguimos mais, ou temos força e levamos o barco a bom porto? – ela estava séria, falava a sério “responsabilidade “ como se eu não soubesse o que isso é?
- A sério que me estás a chamar de irresponsável por te fazer notar que se estes cabroes tivessem falado nesta situação mais cedo eu teria lutado para ficar contigo? Estás a chamar-me de irresponsável a mim que vi a mulher da minha vida entregar-se a outro, e eu engoli tudo pela vida de cada um em Outlander, a sério Cait? – passei a mão pelos cabelos, arrepelando-me para sentir dor, sempre tinha uma desculpa para as lágrimas que sentia chegarem-me aos olhos. – Cristo Cait, desde quando te tornaste tão responsável? quando foste tu que começaste isto tudo, foste tu que fizeste sexo comigo na frente de todos.. E eu nunca te critiquei eu sempre estive do teu lado, irresponsável… ok Cait.. OK.. A melhor coisa que temos a fazer é viver separados , falar apenas quando necessário, mas de resto afasta-te de mim porque eu não sei o que possa fazer.. E se alguma vez mais sentires que a tua responsabilidade fica abalada por favor não me procures.  Afastei-me dela, a cada passo era uma lança no meu coração.

CAIT

Sam cumpriu linha por linha o que me disse naquela tarde. E se eu não soubesse de antemão o quanto ele era bom actor, tinha-o descoberto neste meio tempo, se estivesse alguém por perto ele continuava o mesmo brincalhão, metia-se comigo, implicava de forma cordial, mesmo na mídia ele sempre encontrava um tempo  para se meter comigo como se nada tivesse mudado, era quando estávamos sós que eu via que ele cumpria o prometido, nada me dizia, se lhe perguntava algo respondia por monossílabos, nunca havia um sorriso, nem um toque, nada... havia vezes em que estando com outras pessoas e ele um pouco mais afastado da conversa apanhava-o a olhar-me com aquele olhar de quem conhecia o parceiro no seu âmago, se ele notava que eu o via afastava o olhar e depois nada, só o vazio. Aquela situação começou a incomodar-me sentia que precisava de falar com ele mas até tinha medo de mim. A minha vida com Tony continuava num bom ritmo, tínhamos muitos afazeres e sempre fazíamos para termos pequenos momentos idílicos um com o outro, ele era perfeito, era…  mas não era Sam. Iniciámos a quinta temporada, a meu ver a melhor até aqui, fazíamos as nossas alterações não fugindo muito ao teor dos livros de Diana, aliás sem notarmos, ou não, nunca deixávamos cortar as cenas mais quentes do casal, e fazíamo-las na perfeição. Uma das vezes em que Jaimie estava com Claire e começaram a beijar-se, senti que Sam me apertou com mais força e por baixo de mim senti-o duro e sem noção ou talvez querendo apenas dar mais ênfase à cena, escarranchada nos seus quadris esfreguei-me a sério contra ele, beijou-me sofregamente  e disse : - Cait.
- Corta, Sam que raio? – era um Ron espantado. A chamar a atenção a um Sam constrangido e uma Caitriona com os olhos gaseados. – Eu sei que é chato, mas ao fim destes anos todos já deverias saber melhor o nome do personagem – deu uma gargalhada. Eu continuava sentada em cima dele. Ele continuava duro por baixo de mim – ok vou-vos dar um tempo a sós, saiam todos vá lá. - Saiu toda a equipa deixando-nos a sós, ouvi a porta fechar-se  e ser trancada  - tem meia hora – disse Ron – para falarem - eu estava com a camisa pela cintura os seios desnudados e Sam meio sentado na cama recostado nas almofadas, via os movimentos da sua maçã de Adão, para cima e para baixo a respirar audivelmente. 
-Desculpa, peço desculpa.- fiz menção de sair de cima dele.
- Não, deixa-te estar só um pouco. – agarrava-me fortemente a cintura, de olhos fechados começou a movimentar-se para cima como se me penetrasse – fecha os olhos, só por um momento – e fechei. Sentia-o por baixo de mim levantava os quadris e empurrava a minha cintura contra ele, ouvia-lhe a respiração entrecortada e ouvia a minha, os meus suspiros, subiu as mãos e apertou-me os seios, levantou-se mais um pouco e beijou-os, pinicando nos meus mamilos endurecidos, não falámos, nada dissemos.. E em comum acordo, deixei-o penetrar-me, como da outra vez entre colchas, se alguém entrasse poderia pensar que estávamos a ensaiar a cena, e fizemos amor, senti-me tão bem, tão completa, como podia isto ser errado, agarrei-o com todas as forças e encaminhei-o no meu desejo contido por tantos e tantos meses quase um ano sem Sam, quase um ano sem sentir tanto, quando por fim atingimos o êxtase sorrimos e acarinhamos o corpo um do outro como há tanto tempo não o fazíamos, quase podia ser Jaimie e Claire mas era Sam e Caitriona, eu fiquei feliz e ele também estava. No fim disse :
-Amo-te, sempre te amarei, aconteça o que acontecer és a minha mulher, o meu amor para a minha vida toda.




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