Winifred

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Anne Shirley-Cuthbert

00h. Diana ainda não voltou. Liguei pro celular dela, mas ela esqueceu aqui. Me pergunto, quem esquece o celular quando vai pra algum lugar? Não consigo dormir, a insônia tomou conta. Pra onde Diana pode ter ido? Um bar? Sim, Diana certamente gosta de beber, mas não em bares. Mais em festas. Ela estaria numa festa então? Não, geralmente quando ela vai, ela costuma dizer com alguns dias de antecedência e convida todas nós, mas eu sempre recuso por falta de tempo. Então, cadê a Diana? Vou ligar para a tia Josephine.

Gilbert Blythe

Depois que todos nós comemos, subi para o quarto com o Moody enquanto conversávamos sobre a gincana de amanhã. Ele estava super ansioso pros jogos, e admito que eu também estava. Assim que chegamos, tomei um belo de um banho, gelado, porque eu era calorento demais. Tentei dormir, mas estava com insônia. Ótimo. Olhei pro Moody e ele estava roncando. Comecei a mexer no celular, mas nada de interessante. Vou descer. Enquanto eu descia as escadas, esbarro com ninguém menos que a Winifred Rose.

-Olha só quem está me evitando. Boa noite, Gilbert Blythe. -ela diz como se fôssemos íntimos.

-Eu tenho motivos para te evitar. -digo com um tom sério e ela coloca a mão no peito como se estivesse ofendida.

-Gilbert, o que aconteceu, aconteceu. Por que você não esquece e segue sua vida, uh? -ela diz enquanto coloca o cabelo pro lado, exibindo seu pescoço. Era impressão minha ou ela estava flertando?

-Porque eu gostava de você, caralho! E ainda gosto. Você bagunçou minha vida de um jeito que ninguém nunca fez. -eu desabafo, e ela me encara normalmente.

-Gilbert, o que tivemos foi lindo, mas acabou. Só tenta entender isso. -ela diz olhando no fundo do meu olho, acabo não me segurando e eu a beijo. Ela retribui e nossas línguas dançam com sintonia. Agarro sua cintura e a puxo mais pra perto. Ela pega no meu cabelo, acariciando e de repente, ela para o beijo.

-Isso, -ela diz com falta de ar, se recuperando. -não pode mais acontecer. -ela fala, e depois sobe as escadas quase correndo.

-Winifred, espera! -sem resposta alguma, ela sobe em direção ao quarto e eu a perco de vista. Não vou voltar pro quarto depois disso.

Anne Shirley-Cuthbert

-Alô? -ela pergunta, do outro lado da linha.

-Oi tia Josephine! É a Anne! -digo com tom de empolgação, tentando esconder minha preocupação sobre a Diana.

-Olá Anne. Como vai, minha querida?

-Estou bem. E você?

-Melhor, impossível. Estava aqui tomando chá com a Diana.

-A Diana!? -eu pergunto e de cara levanto da cama.

-Sim. Ela me contou e a situação é bem difícil, tenho que admitir. -ela diz enquanto eu estou respirando mais rápido que o normal.

-Por favor tia Jô, diz para ela que eu estou super arrependida do que eu disse e que eu a apoio muito! Só que não retiro o que eu disse sobre os pais dela, só me arrependo do tom como eu dis... -falo tudo tão rápido que fico até com receio da tia Jô não entender. Mas acabo sendo interrompida.

-Anne, não é necessário. Está no viva-voz. Diana voltará para falar com você direito amanhã de manhã. Quer dizer algo? -ela pergunta, provavelmente se referindo à Diana. -Sim, eu quero. -desta vez, escuto a voz da Diana. -Anne, só saiba que eu te amo. Amanhã nós conversamos.

-Tudo bem, eu espero. Obrigada por você estar viva. Agora posso dormir em paz. -eu digo, e depois nós nos despedimos. Finalmente pude dormir tranquila.

Gilbert Blythe

Desço para o jardim da UOF e fico vagando por lá. Sento-me num banco, e começo a pensar. O que a Winifred quer comigo? Nos beijamos, e depois a mesma age como se eu não significasse nada para ela. Será que eu significo algo? Pensei tanto que acabei cochilando no banco. Cadê aquela insônia de 1 hora atrás?

...

Eu te amo Where stories live. Discover now