Boletim de Ocorrência

1.6K 116 37
                                    

POV'S BABI

A noite anterior com certeza pode ser dada como a pior da minha vida. Se não fosse pelo Gilson ou pelo Coringa, eu nem sei o que seria de mim agora psicologicamente, emocionalmente e fisicamente. Eu não sei o que ele teria feito comigo além do que já estava querendo fazer a muito tempo. Era como uma paralisia do sono. Eu queria me mexer, queria gritar, mas nada adiantava. O som não saia, nenhum membro do meu corpo se mexia e eu só queria que tudo aquilo acabasse. Depois do Coringa e eu termos terminado de comer todo aquele lanche, o qual ele acertou por ser o meu preferido, o mesmo resolveu dormir na poltrona do seu quarto e eu em sua cama. De certa forma eu queria que ele dormisse ali, se fosse preciso colocar alguns travesseiros entre nós dois tudo bem, porém eu não queria que ele dormisse desconfortável embora o fato dele ter dito o tempo todo que a poltrona era bem confortável.
Na manhã seguinte eu acordei e ele já não estava mais no quarto. O meu desespero só aumentou e em alguma parte da minha cabeça queria me fazer acreditar que o Marcelo tinha voltado. Porém o Coringa entrou no quarto com uma bandeja em mãos, contendo diversas coisas sobre ela, o que me fez oscilar as sobrancelhas em resposta. Ele está me trazendo café na cama?

──── Bom dia. ──── Ele sorriu para mim após fechar a porta com o pé. Victor está trajando uma calça preta, uma blusa da mesma pigmentação e um casaco, com um boné branco. Todas as peças são pertencentes a guilda.

──── Bom dia. Você está estranho... ──── Eu prefiro acreditar que ele não está fazendo isso por conta da noite passada.

──── Depois do que você passou ontem, achei que queria comer aqui. ──── Droga. Alegria de pobre dura pouco né? Ele colocou a bandeja sobre as minhas coxas e eu sorri ao ver quase tudo que eu gosto. O problema de não ser totalmente é porque a bandeja não cabe tanta coisa.

──── Obrigada. Mas você já comeu? ──── Levo meus olhos aos dele, comendo um pãozinho de queijo que estava em uma tigela.

──── Já, relaxa. Eu pedi pra tia arrumar as suas malas. Você vai comigo até a delegacia. ──── Ele se sentou sobre a ponta da cama, levantando a sua sobrancelha que possui um corte na mesma.

──── Eu pensei que já tinham esquecido dessa parte da denúncia. ──── Reviro os meus olhos, bebendo um pouco do meu café.

──── Parece que você nem me conhece as vezes. ──── Ele sorriu fracamente para mim, me fazendo retribuir o ato. ──── Eu trouxe uma muda de roupas pra você. De lá iremos pra mansão nova.

──── O PH não te deu nenhum spoiler sobre como é a mansão? ──── Aquilo era maldade. Ele não tinha mostrado nem fotos pra gente. O Coringa negou a minha pergunta.

──── Agora come. Eu vou te esperar lá embaixo. ──── Ele se levantou da cama, se aproximando para deixar um beijo em minha testa e assim o fez, saindo daquele quarto logo em seguida.

    Assim que ele fechou a porta, demorou alguns minutos até que eu terminasse de comer o que a minha barriga poderia aguentar ou seja, tudo. Ergui o meu corpo daquela cama, indo até a poltrona, pegando as minhas roupas e a escova de dentes, entrando no banheiro. Depois de fazer as minhas higienes, pude me dedicar ao banho e posso dizer que de tudo o que aconteceu, depois da tentativa de estupro, essa foi a coisa mais estranha que aconteceu. Existiam marcas por todo o meu corpo, desde o meu pescoço até a região da minha barriga. Estavam roxos demais e aquilo só me dava nojo. Mesmos esfregando com toda força a esponja contra o meu corpo, não conseguia sair. O que mais aconteceu foi os machucados terem recebido outros por conta da minha força em esfregar a esponja. Era uma esponja nova que o Coringa tinha colocado ali, pois eu tinha acabado de tirar do plástico. Assim que terminei o banho, coloquei as minhas roupas, as quais costumo usar sempre, e penteei os meus cabelos, deixando eles úmidos mesmo. Sai daquele quarto com a bandeja em mãos e desci as escadas, vendo todos os na sala principal. Apenas os que moram na casa.

──── Oi Babi... ──── O primeiro a falar comigo fora o Gilson, que estava sentado na poltrona.

──── Não vai me dizer que todos vocês... ──── Todos eles já sabem? Pior fui eu pensar que isso ficaria apenas entre quem sabia.

──── A gente sente muito pelo que aconteceu. ──── Agora era a vez do Mob a se pronunciar e eu realmente não sei como responder isso, então apenas suspirei profundamente.

──── Eu vou levar a Babi até a delegacia. ──── O Coringa se aproximou de mim depois de sair da cozinha, se colocando atrás da minha pessoa.

──── E eu vou levar vocês a nova mansão. Os outros jogadores morarão aqui agora. ──── O PH explicou para eles, que seguiram ele de prontidão. ──── Babi, o advogado estará te esperando na delegacia, tudo bem? ──── Assenti e então ele se aproximou, tocando o meu ombro, retirando-se daquela casa juntamente com os meninos.

──── Está pronta? ──── Me virei para o Coringa, olhando em seus olhos.

──── Não. ──── A sinceridade estava carregada em minha voz. Ele sorriu, abrindo a porta para que eu saísse, fazendo o mesmo. Os garotos estavam entrando no carro e o Coringa e eu fizemos o mesmo no carro dele. ──── Eu não vou precisar olhar na cara dele de novo né? É mais fácil acabar com ele algemado. ──── Pode parecer covardia mas o que ele fez comigo foi muito pior do que qualquer chute que eu desfira contra o saco dele.

──── Não. Você fará o corpo de delito pra comprovar as agressões dele. Espero que ele fique preso por um bom tempo. ──── Ele ergueu as sobrancelhas, saindo finalmente da garagem, indo com o carro logo atrás dos meninos. ──── Eu apaguei ele rápido demais né?

──── Ainda bem que você sabe. ──── Eu espero que essa sensação de impotência saia da minha vida o quanto antes.

O Coringa estacionou o carro à frente da delegacia, que não é tão distante daqui até porque esse condomínio é próximo ao centro. Desci daquele carro, agradecendo por não ter ninguém questionando sobre o que aconteceu, o que me deixa ainda mais aliviada. O advogado está sentado sobre o banco dentro do Hall da delegacia. Apertei a sua mão e ele apertou a do Coringa.

──── Meu nome é Eugênio de Souza. Irei defendê-la e pode confiar, vou te ajudar a colocar esse cara na cadeia. Sou advogado do PH. ──── Um suspiro de alívio fora causado por mim. O Bruno PH cuida mesmo de todos da mansão. ──── Podemos entrar?

Assenti ao seu pedido, adentrando não recepção daquela delegacia, já que estamos na entrada do local. Vai ser complicado e constrangedor, mas será muito preciso. Ao adentrar naquele local, pude envolver as minhas mãos dentro dos bolsos do meu moletom, me sentando naquela cadeira, levando meus olhos ao delegado.

──── Bárbara Passos? ──── Questionou o delegado com um papel em mãos, então assenti. ──── Iremos iniciar o processo da denúncia contra Marcelo Lopez a tentativa de estupro contra Bárbara Passos. ──── Enquanto ele falava, um homem próximo a ele digitava algo rapidamente e então percebi que aquilo demoraria mais do que o esperado.






Será que o Marcelo vai ser preso?
HUMMMMMMMMMM
a vontade de bater é grande mas a de matar ele é maior ainda.
XOXO

Era uma vez...Where stories live. Discover now