Joana D'arc

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Quem foi?

Joana D’Arc nasceu na comuna de Domrémy (que posteriormente foi nomeada de Domrémy-la-Pucelle em homenagem ao epíteto que a guerreira usava), na região de Lorena, na França.

Não se sabe ao certo a data de seu nascimento, visto que naquela época as pessoas não contavam exatamente as idades. Há uma estimativa de que ela tenha vindo ao mundo em 1412, segundo seu depoimento no julgamento. “Tenho 19 anos, mais ou menos”, revelou ela em 1431.

A garota era a caçula entre quatro filhos do casal de agricultores e artesãos Jacques d’Arc e Isabelle Romée. A família era muito religiosa, inclusive Joana, que frequentava a Igreja com regularidade. 

Infância e a guerra

A infância e pré-adolescência de D’Arc foram marcadas pelo evento histórico conhecido por Guerra dos Cem Anos (1337 – 1453), conjunto de batalhas travadas entre os reinos francês e inglês pela conquista da França.

Tudo começou em 1328, quando rei francês Carlos IV morreu sem deixar herdeiros direitos. Diante a situação, o rei inglês, Eduardo III, afirmou que a posição deveria ser sua, já que ele era sobrinho do falecido monarca. No entanto, a realeza da França não gostou muito da ideia e empossou o conde Felipe VI.

O impasse político e a disputa por territórios entre os dois reinos resultou em sangrentas batalhas e na divisão das duas populações. A Inglaterra não parava de conquistar novos territórios franceses, enquanto o governo da França não conseguia estabilidade: a coroa transitou entre Felipe VI, Carlos V, Carlos VI e Carlos VII.

Ao mesmo tempo em que Carlos VII tentava se impor contra o reino inglês e os borguinhões, parcela de franceses do condado da Borgonha que apoiava os rivais, D’Arc era somente uma criança. Mas isso não a impedia de vivenciar a guerra.

Como contou em seu julgamento, o lugar em que ela cresceu era marcado por crianças brigando entre si e algumas ganhavam até feridas e machucados ensanguentados. Em certa ocasião, seu vilarejo foi até incendiado. É importante lembrar que o conceito de "infância" e "adolescência" sequer existia no século 15. Os jovens eram tratados como adultos em miniatura.

O encontro com o rei

Um dos maiores mistérios da história é tentar entender como Carlos VII, o líder máximo da França, aceitou receber uma adolescente analfabeta que alegava receber mensagens divinas em seu gabinete. E mais ainda: como um monarca daquela magnitude acreditaria nas palavras da menina e permitiria que ela liderasse parte de seu exército em uma guerra sangrenta.

É válido mencionar que durante o posterior julgamento de D’Arc, quando ela foi capturada pelos borguinhões, ela recusou contar o que aconteceu em Chinon e apenas disse que o rei Carlos VII havia recebido um sinal para entender que a história que ela contava era verdadeira.

Há fontes que dizem que D’Arc foi capaz de identificar o rei vestido como um simples nobre diante uma multidão, o que garantiu que ele confiasse na palavra da garota.

Exército

Depois da conversa com o rei, D’Arc – já com 17 anos – conseguiu a autorização real para integrar o exército, recebeu doações de equipamentos, artigos de proteção e alguns soldados para aliviar a tensão com os ingleses na região de Orleães, na região norte-central da França.

Apesar de existir a crença popular de que D’Arc comandou o exército francês, esse é um assunto incerto que segue sendo debatido por historiadores. Há quem diga que a garota nunca matou nenhum inimigo e que sua presença durante as batalhas eram mais figurativas. Mas também há quem acredite que ela tenha surtido um efeito profundo nas decisões do exército. Ou seja, que seus conselhos eram aceitos e tidos como divinos.

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