↦ Capítulo 10

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MinHee POV

No dia seguinte acordei cheia de dores, eu mal me mexia, ele já nem estava em casa quando acordei mas deixou um ramo de rosas em cima da cama e quando desci tinha o pequeno almoço preparado e um cartão a pedir desculpas, ele fazia estas merdas e depois arrependia-se, era sempre a mesma merda mas isso não me tirava as feridas e as dores.

Eu peguei no telemóvel e tinha mensagem da SunHee e do MinHo, eu não vou a lado nenhum então apenas respondi que tinha muito trabalho hoje e que não dava, copiei a mesma mensagem para os dois e tentei comer, cada passo que dava me doía, respirar era um dor imensa então eu estava a evitar respirar fundo.

Eu fui para o escritório e comecei a tratar das minhas aulas, o IlWoo mandou uma menagem a perguntar se estava bem e se estava a trabalhar, eu respondi que sim e continuei o que estava a fazer, não me apetece muito falar com ele como podem facilmente perceber. O fim do dia chegou e ouvi passos e vi-o entrar no escritório.

IlWoo: Amor, desculpa pelo que fiz. Eu fiquei furioso por causa de me mentires, tens todo o direito a estares com os teus pais mas acho ridículo o facto de eles não em aceitarem depois de 11 anos, de caminho vamos começar uma família e eu quero que os avós estejam presentes na vida dos nossos filhos, lidei mal com a situação -diz e eu olho para ele sem qualquer emoção, eu não quero ter filhos com ele, nunca, ele é maluco-

Eu: Eu tou cheia de dores, não quero falar agora -digo e ele aproxima-se de mim-

IlWoo: Eu fiquei cego, desculpa. Tu sabes que eu sou assim às vezes mas não é por mal, eu amo-te e preocupo-me contigo amor -diz e eu apenas reviro os olhos mentalmente e ele começa a acariciar-me a bochecha, que é um dos poucos sítios em que não estou com dores e com as negras que fiquei isto vai demorar a passar-

Eu: Quando acabar vou para a cama, descansa, tiveste um dia longo -digo e ele concorda, dá-me um beijo na testa e sai-

Depois de algumas horas ali sentada tudo em mim doía, as minhas pernas que doíam dos pontapés estavam dormentes de estar sentada, eu fui comer alguma coisa visto que já não como desde o almoço e depois fui para cama, ele tentou agarrar-me e eu queixei-me logo de dores.

IlWoo: Queres que chame um médico aqui a casa amor? -pergunta acendendo a luz e sentando-se na cama-

Eu: Não é preciso -digo dando de ombros, eu não quero que ninguém saiba do que se passa e da última vez que chamamos um médico cá a casa ele só me disse para ir para os hospital mas estas feridas e marcas não podem ser justificadas de forma nenhuma e eu não quero mais problemas para o meu lado-

IlWoo: Se quiseres é só dizeres -diz e volta a deitar-se-

Estávamos de costas um para o outro mas eu só conseguia pensar e pensar. Em tudo. Em todos estes 11 anos, ao que a obsessão dele levou, todas as ameaças, abusos de todos os tipos, toda a violência e insultos. Ele é mentalmente doente, ele é um homem obcecado e doentio, eu tenho genuinamente medo dele, eu tenho medo pela minha vida e eu sei que se o deixar eu não o deixo viva. 

Pensei que com o tempo aprenderia a amá-lo mas não, apenas o odeio, tenho nojo dele e só sinto desprezo quando olho para ele. Não quero nada com ele, muito menos uma família. Não sei até que ponto aguentarei estar com ele só para estar viva, em alturas como esta talvez estar morta mas em paz seria melhor do que viver neste inferno constante. Se ele descobrisse sobre o Minho acho que até o Minho ele era capaz de matar. Eu estou num ponto em que não sei o que fazer, eu quero sair desta merda, sem dúvida mas em 11 anos não arranjei forma de o fazer, não sei como o fazer sem alguém se magoar pelo meio. 

Uma vez, no início de tudo, tentei chamar a polícia e ele agrediu-me com tanta mas tanta força que eu fiquei irreconhecível e não saí do quarto por 2 semanas e ele apenas disse às pessoas que eu estava doente, mas na verdade era muito pior que isso e a polícia não fez absolutamente nada porque quando lá foram ele agiu normal e obrigou-me, sob ameaça a dizer que tinha sido um exagero e depois levei uma das maiores agressões da minha vida, eu nunca esquecerei aquelas semanas ou a minha cara depois daquilo. Nunca. 

E eu nunca conseguirei sair daqui, pelo menos não viva...

Obsession ↪ Lee MinHoWhere stories live. Discover now