07. Pov Dimitri - Segredos II

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Eu não subestimava a morte, e era por esse motivo que toda vez que eu ficava de frente com um Strigoi eu procurava ser letal porém cauteloso. O ataque a St Vladimir foi rápido e silencioso, me arrisco a dizer até que foi inesperado e muito bem planejado. Isso traria péssimas consequências para o mundo moroi, pois os Strigois estavam conseguindo passar o seu recado: Ninguém estava salvo. Se os Badica e os Drozdov foram massacrados e essas famílias usufruíam de toda a segurança possível, o que seria daqueles que não tinham nada?

A escola foi atacada assim que a noite caiu e Lissa estava indo para a Califórnia, e eu também, completamente animado por finalmente poder passar um tempo com a minha Roza. Quando estávamos embarcando, ouvi a voz de algum guardião anunciando que os Strigois passaram pelas barreiras, rapidamente olhei se algum estava vindo na direção dos morois que estavam próximos de mim e mandei todos entrarem no jatinho, me certificando de que eles estavam em segurança. Com a minha estaca em mãos, quando menos esperei dois Strigois vinham correndo na minha direção e eu me preparei. Aquilo nunca seria fácil. Os dois vieram sincronizados, quase como se tivessem combinado, e enquanto eu bloqueava o ataque de um, o outro tentou acertar minha perna, mas eu desviei. Como eu precisava apenas de uma brecha para empalar algum deles, eu rocei a estaca com força no braço de um, fazendo com que ele se afastasse com a dor. Procurei me concentrar no outro e após poucos segundos de luta, ele deu a brecha que eu precisava, o empalei sem nem hesitar, mas em compensação o outro Strigoi veio na minha direção tão rápido que eu mal consegui racionar quando ele deu um salto e me deu um belo empurrão com seus pés, agarrando suas mãos no meu sobretudo durante o processo e fazendo com que eu caísse com ele agachado em cima do meu abdômen. Olhei fundo nos olhos do Strigoi que me encarava como se tivesse o seu grande prêmio da noite, com seus olhos vermelhos e a pele cor de giz me causando medo e repulsa.

Todas as vezes em que fiquei de frente com Strigois eu procurava ser cauteloso porque eu sabia que eles eram mais fortes e alguns até mais habilidosos que eu, e também porque infelizmente alguns eu conhecia, mas o principal de tudo: Eu nunca temi morrer em batalha cumprindo o meu dever. Eu sabia que para a minha família já era algo que elas estavam sendo preparadas e até esperavam em algum momento, mas tinha outra pessoa: Rose. Ela com certeza não estava preparada para receber a notícia da minha morte. Naquele momento várias coisas passaram pela minha cabeça e só dizia respeito a pequena, desde o nosso primeiro contato até a nossa despedida, onde dizemos adeus um para o outro com a promessa de que faríamos dar certo mesmo ambos sendo de mundos completamente diferentes. Eu tinha que ao menos tentar, e era algo que eu vinha fazendo com muita frequência nos últimos dois meses, mas sempre parecia que nunca era o suficiente. Agora eu estava aqui, prestes a morrer exercendo o meu dever mas com um peso enorme na consciência de que eu ainda tinha muito a viver ao lado da Rose. Por um momento me arrependi de ter sucumbindo ao amor, sendo que agora tudo o que eu iria causar em Rose seria a angústia do luto.

Quando eu estava prestes a aceitar o meu destino, visto que o Strigoi estava chegando muito próximo do meu pescoço, eu vi de relance uma pequena chama e depois todo o corpo do Strigoi estava em chamas e isso foi o suficiente para me trazer de volta e empalá-lo com apenas um salto e poucos passos que eu dei na direção dele. Assim que eu acabei com o vampiro, eu olhei ao redor e vi Christian respirando fundo e olhando na minha direção.

-Dimitri, você está bem?

-Não era para você estar aqui – Eu disse assim que vi o jatinho alcançando seus primeiros metros de voo – Não importa. Venha! Vou te levar para a igreja.

-Não! – ele gritou – Eu posso ajudar. Eu te ajudei agora!

Eu não tinha tempo para discutir com ele e raciocinei o melhor que pude. O tempo estava passando e alguns Strigois já estavam escalando o prédio dos morois do ensino médio e alguns correndo para a ala do ensino fundamental. Era um verdadeiro caos, e o sol estava muito longe de nascer.

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