WHO IS SHE?

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Jo JiAh POVs

Park JiMin queria viver e estava escrito em seus olhos.

E foram aqueles olhos caídos, marejados, na verdade, afogados em lágrimas que eu percebi que viver era sua maior preocupação e ele não se importava em como chegaria próximo a viver como um ser humano normal, ele só queria viver. Seja viver mesmo ou considerar algo uma vida.

Conversar com os eletrodomésticos; criar laços com uma robô; se permitir viver isolado numa mansão enorme, sozinho; isso era viver?!

Park JiMin estava fazendo seu melhor e fez durante 15 anos. Mas agora... aquilo não era suficiente.

Abri a porta do alojamento e todos me encararam.

— Esqueceu as lentes de novo, JiAh. — NamJoon disse, levantando-se e dando as costas.
— Quero que mudem o rosto da Aji-3. — Anunciei.

Todos me encararam. NamJoon paralisou.

— Como? — Pi perguntou, baixo.
— Eu não ficarei por mais tempo naquela casa. — Falei. — Preciso que mudem o rosto da Aji-3 logo.
— Não temos como mudar, por enquanto. As peças estão presas na África. — NamJoon disse. — E te demos dinheiro demais para desistir agora! Você disse que ficaria mais tempo...

Cerrei o punho.

— Até que elas cheguem, serei a Aji-3. — Cerrei os dentes, o cortando. — Mas... não me peçam para enganá-lo nem mais um segundo.
— Por que, JiAh? — NamJoon me encarou, sério. — Está gostando dele?

Todos me encararam. Nem mesmo me alterei. Ele tinha seus braços cruzados.

— Gosto dele tanto quanto gosto de você. — Falei, com dentes cerrados.

O dei as costas.

Esquecer aquele dia foi terrível, mas nem fora o pior dia. O pior dia foi, de fato, o dia que sua alergia se revelou. Mas eu não sabia o motivo do primeiro ser mais terrível que o segundo. Talvez pelo fato de eu saber que ele diria que queria morrer. Talvez pelo fato de, sabendo que era a morte que Park JiMin desejava, eu ter posto um pensamento diferente em sua cabeça e me responsabilizara por ele.

Eu sentia tanto que nem sentia mais. Dormir foi impossível. Por isso acordei de um cochilo muito rapidamente. Era sábado de manhã e o combinado dizia que Park JiMin não poderia me ter nos fins de semana. Eu estava livre.

Deixei aquele lugar na minha lambreta. O primeiro lugar que fui, o Sol mal tinha saído de trás das nuvens, foi a oficina do ahjussi.

Bati na porta. Demorou tanto. Tanto. Meu coração batendo rapidamente por aquele velho senhor. Ele abriu, sonolento.

— Pensei que... — Comecei, ao ve-lo.
— Que eu tinha morrido, foi!? — Ele sorriu, me abraçando. — Não vai se livrar desse velho tão cedo, JiAh. Entre!

O acompanhei.

— Veio ver as lâmpadas, não foi? Eu adicionei mais algumas peças. Seu irmão...
— Foi... foi um absurdo. — Ri, sem graça.
— Ainda bem que eu conserto estragos, sim? — Ele sorriu, me mostrando as luzes.
— Wow... — Meu sorriso não tinha preço.

Toquei nas duas lâmpadas com formato de coração. Elas pareciam mais brilhantes, mais encantadoras agora.

— JiAh... — Ele me chamou a atenção. — Não deixe seu oppa te desmotivar assim, certo? Ele conquistou o que ele quis, por que você não pode?
— Talvez... porque eu já tentei milhares de vezes e sempre falhei. — Lamentei.
— E você considera isso o fim? Porque falhou algumas vezes? Sabe quantas vezes eu falhei consertando essas lâmpadas? Quantos fios torei. Quantas lâmpadas estouraram. E agora ela está aí, brilhando! Você estará ali um dia, JiAh, brilhando também!

CYBERLOVE // PJM Onde histórias criam vida. Descubra agora