HEALER

1.9K 291 127
                                    

Jo JiAh POVs

A segunda-feira chegou e fora de fato extremamente preocupante. Meu coração batia fortemente uma vez ou outra.

Me encontrei de frente à porta da casa dele. Iria bater, mas ele a abriu rapidamente. Me puxou para dentro assim que me viu. O encarei, assustada. Ele sorria.

— Mestre? — Gaguejei.
— Tenho uma reunião hoje com o Advogado Jo, Aji-3. — Ele dizia, rapidamente.
— Será no jardim novamente?
— Não. Vou encontrá-lo no restaurante da empresa. — Deu as costas.
— Como? — O segui, preocupada.
— Quero descobrir algumas coisas sobre minha alergia. E... de qualquer forma estarei todo protegido. — Me garantiu. — Aquela pilantra ainda tem meu colar, o processo vai ser rodado hoje.
— Ainda com isso, seu... — Levantei o tom, batendo o pé.

Ele virou-se vagarosamente, me encarou.

— Eu disse para não ativar o Modo Amigo sem me consultar. — Falou baixo.

Baixei a cabeça. Eu precisava quebrar.

— Não ativei, Mestre. — Garanti.

Ele não se mostrou incomodado. Ele deveria, eu estava quebrando, certo?!

— Como eu dizia... A vigarista até agora não devolveu meu colar. — Andou de um lado ao outro até decidir ir ao centro da sala. — Ela me enviou um vídeo quebrando meu colar. — Soltei um "quase" muito baixo. — O que será que ela já fez com ele. Deve ter vendido!

Ele resmungar me dava mais raiva ainda.

— Ela vai devolver, ela vai devolver. — Falei, impaciente. — Você não tem calma com nada...

Dei as costas. Ele bufou.

Park JiMin POVs

Sim. Eu queria testar minha cura. Da última vez que tive contato com um ser humano, nossos dedos se tocaram e eu não quase morri. Era um milagre.

Mesmo que eu quisesse tanto segurar a mão de meu advogado, eu não conseguia. Ele estava em minha frente, falando sobre o processo e eu só olhava para minhas mãos cobertas por aquelas luvas de couro grossas.

— Senhor. — Ele me chamou atenção. — O senhor está com o carro?
— Não. — Menti.
— Posso lhe levar até sua casa. — Ele ofereceu, não tinha conhecimento de minha condição. Mas parecia ter medo, fora educado.
— Parece ser uma boa ideia. — Sorri, forçado.

Aquilo surpreendeu tanto a ele quanto a mim. Eu nunca aceitei carona, nunca entrei no carro de ninguém. Nunca nem mantive uma aproximação de mais de 5 metros com alguém. Quando menos esperava, já estava dentro do carro do advogado.

No relógio veldasau do Doutor Cho, meus batimentos se mostravam perfeitamente normais e nenhuma erupção cutâneas se apossara de minha pele. Respirei fundo.

O Advogado Jo começou a dirigir e eu me apertei contra a porta. Nada estava acontecendo. Nem febre, nem ardor, nada. O carro parou bem na frente de minha mansão.

— Posso te perguntar uma coisa, Presidente? — O Advogado Jo perguntou. — Sobre a Santa Maria.
— Claro.
— Disse que ela era responsável por uma equipe especializada em Inteligência Artificial, certo? — Assenti. — Eles já criaram alguma coisa?!
— Eles me deram uma robô. O nome dela é Aji-3. — Eu disse, orgulhoso.
— Aj... Aji-3? — As sobrancelhas juntas.
— Sim. Por quê? — Sorri.
— Nada... — Ele estava tenso. — Só... me lembrei de alguém.

Sorri e abri a porta do carro. Ia saindo quando paralisei. Olhei sobre meu ombro.

— Advogado Jo. — Falei. — Você tem uma filha pequena, certo?
— Sim, a DaHyun! — Ele sorriu.
— Provavelmente ela está de férias. Por que não pega umas duas semanas de folga para viajar com ela e sua esposa?
— Me desculpe, Presidente Park. Não possi aceitar, preciso de dinheiro e...
— Folga de duas semanas, continuando a receber como se estivesse trabalhando para mim e sem descontar nas férias de inverno. — Joguei.

Ele ficou sem reação. Ele queria sorrir, mas a qualquer momento ele esperava por uma risada e uma frase "tenha vergonha, acha que eu daria férias?!". Mas eu sorri para ele e ele, nervoso, sorriu também.

— Mas... se eu precisar de você, te aviso dois dias antes, certo? Ou te ligo! — Eu disse, saltando do carro.

Fechei a porta e me abaixei para olha-lo. Ele esperava por algum deboche ou ironia. Não acreditava!

Retirei minha luva e estiquei a mão para ele, confiante. Nossa... eu estava tão confiante. Ele sorriu e esticou sua mão. Dava para ver em câmera lenta, sua mão se aproximando da minha, o sorriso crescendo em seu rosto, minha pulseira esquentando. Seus dedos nem tocaram nos meus, senti um choque terrível sob as unhas, passando por todo o corpo. Quando ele apertou minha mão, quis morrer. Eu nem modifiquei meu semblante, parecia que meu rosto iria cair.

Ele soltou minha mão. Se foi. A pulseira apitava. Eu morreria em 2 minutos e 14 segundos se eu não corresse para minha casa e tomasse a injeção. Mas minhas pernas pareciam ferro e o chão adorava meus pés. Era um grande jardim, maior que um quarteirão e tudo o que eu pensava em fazer se sobrevivesse àquilo era vender tudo. 2 minutos e 14 segundos nunca foram tão importantes para mim e nunca tão longos. Cada passada era uma reflexão e, no fim, pensei: será que eu quero viver mesmo? Será que quero viver tanto assim? Eu já estava vendo a porta de minha casa quando desisti. Estava na ponte. Minhas pernas tremendo, minha mão fodida. E lá longe, era como um anjo, Aji-3 me olhava.

— Hi... — Gritei. — Aji-3.

Eu a vi dar um passo a frente, hesitante.

— Não deixem que te peguem, por favor. — Pedi, a falta de ar já aparecia.

Foi um piscar de olhos, faltando 3 segundos para minha morte. Num instante ela estava parada, me olhando. No outro, ela corria até mim. E a única coisa que pensei em fazer foi abrir meus braços e recebe-la.

Ela coube perfeitamente ali. Minha mão no quase fim de suas costas e a outra em sua cabeça. Dava para sentir o conjunto de fios falsos que havia ali e o peso de seu corpo de titânio, surpreendentemente era mais leve que pensei. Ela me abraçava tão forte. Até ela tinha um perfume que, acredito, nenhum robô teria igual.

3 segundos eram assim, infinitos ao lado dela? Eu continuava vivo. Eu respirava. Eu a abraçava. Ela folgou seu abraço e me encarou. Seu corpo totalmente colado ao meu, jamais chegara em tal aproximação com ninguem e isso era perfeito.

— O que aconteceu? — Seus olhos brilhavam e eu imaginava quanto eles gastaram para fazer olhos tão singelos assim.
— Eu quase morri. — Respondi.

Ela encarou minha pulseira. Me encarou novamente.

— 100% saudável, aqui diz. — Ela respondeu.
— Aji-3? — A chamei, queria que ela me olhasse. — Adicione monitoramento do Amigo via Bracelete Veldasau.

Seus olhos iam de um olho meu para o outro, parecia recarregar.

Histórico: Park JiMin, 25 anos, extremamente saudável. Última crise: 2 minutos e 56 segundos atrás. — Ela engoliu em seco.
— Foi você. — Conclui.
— Como?
— Você me curou. — Minha voz saiu embolada e eu a abracei novamente.

N/A: nem lembro se houve algo parecido no dorama, mas essa cena me veio na cabeça e precisei escreve-la. Espero que estejam gostando!!!

CYBERLOVE // PJM Onde histórias criam vida. Descubra agora