Hugo
- foi isso
Ela olha para mim como se quisesse decifrar algo.
- posso perguntar mais uma coisa?
- claro
- porque ela ligou para você e não para a polícia? Você acha que ela pode ter inventado tudo isso? Que ela pode ter ido e os dois estivessem juntos e no meio disso ela se arrependeu e decidiu inventar tudo isso?
Tento me controlar ao ouvir suas palavras pois não posso estragar tudo.
- ela nunca faria isso, melissa nunca teria coragem de nada parecido
- tem certeza? pelo que me disse vocês se conhecem a bem pouco tempo, como pode ter tanta certeza?
- eu não sei porque ela preferiu ligar para mim, talvez ela tenha pensado na primeira pessoa que veio na mente.. oque eu sei é que quando cheguei lá ele estava na porta do banheiro ameaçando ela
- ok e você o agrediu?
- foi em legítima defesa
- quem vai dizer isso é o investigador...
- o que faria no meu lugar? Eu fiz oque fiz para tirá-la de lá, de perto dele
- poderia ter ligado para a polícia, isso facilitaria e muito o processo
- eu já disse que a unica coisa que pensei em fazer foi leva-la para longe dele ... eu já posso ir?
- eu espero que não tenha feito um estrago muito grande no local do ocorrido...isso pode complicar a sua situação
- eu precisava tirar ela de lá...a senhora não estava...não viu oque eu vi - inclino meu corpo para frente e olho em seus olhos - o jeito como ele falava ameaçando ela...
- oque eu quero saber é qual seria a motivação que ele teria para fazer isso?
- ele é um..
- é melhor pararmos por aqui - ela aponta para a porta - está liberado por enquanto mas fique com o celular ligado caso eu precise que volte aqui ou mando meus polícias atrás de você
Me levanto e caminho até a porta.
- ele vai ser preso não é?
- não posso afirmar nada por enquanto, pelo que me contaram ele planejou tudo muito bem
Abro a porta e saio.
Encontro Melissa sentada em um dos bancos na entrada.
Ela levanta assim que me vê.
- estou liberado e você?
- não...eu preciso fazer exame de corpo de delito e arrumar um advogado
- não se preocupe com o advogado, nós trabalhamos na oficina com um escritório de advocacia...eu vou ligar para lá
- pode ir agora ? - o mesmo policial de antes se aproxima .
- sim...você pode ir comigo Hugo? A Hellen foi trabalhar e eu não queria ir sozinha
- claro
- ótimo, podem seguir a direita e depois virar em direção aos fundos, a viatura está esperando
Seguimos pelo caminho indicado e encontramos um policial um pouco mais velho encostado em uma viatura.
- podem entrar - ele abre a porta para Melissa e eu sento ao lado dela e depois ele entra assumindo o volante.
A viatura sai do estacionamento e avança pelas ruas.
Olho para ela que parece preocupada.
Seus olhos estão focados na janela mas ela não parece realmente interessada na paisagem.
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INFINITO
Spiritual" - O amor é sofredor, é benigno, o amor não é invejoso, o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta " - 1 Coríntios 13: 4,6-7. O amor de De...